O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, “ficou abalado” com a resposta de Moscou à permissão do Ocidente em atacar seu país com mísseis de longo alcance, referindo-se ao lançamento do míssil balístico hipersônico de alcance intermediário na última quinta-feira (21/11).
“Zelensky ficou com medo e começou a culpar diretamente seus mestres por deixá-lo indefeso contra a ação decisiva da Rússia. Este é provavelmente um resultado útil”, disse Lavrov em uma entrevista coletiva.
O chanceler russo também afirmou que o Ocidente está diretamente envolvido no uso de armas de longo alcance contra a Rússia, já que nenhum míssil poderia ser lançado sem seu envolvimento. Além do uso dos armamentos norte-americanos na última terça-feira (19/11) após a autorização do presidente Joe Biden, Moscou também interceptou dois mísseis de cruzeiro Storm Shadow, fabricados no Reino Unido, disparados do território ucraniano.
“É difícil especular sobre o raciocínio daqueles que alegam que deram permissão a Zelensky para usar essas armas. A verdade é que eles se permitiram agir contra a Rússia. Isso está claro para todos”, disse Lavrov, em concordância com os depoimentos do presidente Vladimir Putin sobre o assunto.
Escalada na guerra
A intensificação do conflito entre Moscou e Kiev começou no último domingo (17/11), quando Biden autorizou a Ucrânia atacar a Rússia com mísseis norte-americanos de longo alcance. Na ocasião, Moscou classificou a decisão como uma “nova rodada de tensão”.
Kiev então realizou o ataque na última terça-feira (19/11), quando o Ministério da Defesa russo confirmou que as Forças Armadas Ucranianas lançaram um ataque com seis mísseis balísticos ATACMS contra instalações militares na região de Bryansk.
Em resposta, Putin aprovou na mesma terça-feira (19/11) a nova doutrina nuclear atualizada da Rússia. O documento afirma que o país se reserva o direito de usar armas nucleares em resposta ao uso de armas de destruição em massa contra o país ou seus aliados. Na prática, a ideia implica em uma flexibilização dos termos que possibilitam um ataque nuclear por parte de Moscou, com foco em sua defesa.
A Rússia também interceptou os dois mísseis de cruzeiro Storm Shadow, do Reino Unido, disparados do território ucraniano.
Em resposta, realizou um ataque na última quinta-feira (21/11) contra a Ucrânia usando um míssil balístico de alcance intermediário, o Oreshnik, em um ataque não nuclear visando a planta de defesa Yuzhmash da Ucrânia em Dnepr (anteriormente conhecida como Dnepropetrovsk). Ao realizar o ataque, Putin acusou os EUA de “destruírem o sistema de segurança internacional e empurrar o mundo para um conflito global”.
Com os últimos acontecimentos, o Ministério da Defesa da Rússia notificou que aeronaves operacionais e táticas de Moscou atingiram “mão de obra e equipamentos inimigos nas regiões de Kursk e Sumy”.
A pasta ainda notificou que as Forças Armadas da Ucrânia perderam 150 soldados na área de Kursk no último dia, totalizando a morte de mais de 34.690 soldados desde o início dos combates na região.
“Desde o início das hostilidades na região de Kursk, Kiev perdeu mais de 34.690 soldados, 215 tanques, 147 veículos de combate de infantaria, 120 veículos blindados de transporte de pessoal, 1.190 veículos blindados de combate, 992 veículos motorizados, 297 peças de artilharia, 40 lançadores múltiplos de foguetes, incluindo 11 HIMARS e seis MLRS de fabricação norte-americana”, informa a agência de notícias russa TASS.
(*) Com TASS