Sem mencionar negociações de paz, Zelensky recebe enviado dos EUA e diz estar pronto para 'acordo' com Trump
Presidente da Ucrânia recebeu Keith Kellogg para discutir proposta de Washington para fim da guerra com a Rússia; Partido Comunista russo apoia negociações, mas faz alerta contra EUA
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reuniu nesta quinta-feira (20/02) com o enviado especial dos Estados Unidos, Keith Kellogg, para discutir a proposta de Washington para o fim da guerra com a Rússia, que está prestes a completar três anos de duração.
O mandatário ucraniano classificou a reunião como “produtiva”, em que “muitos detalhes importantes” foram debatidos. Por meio de suas redes sociais, disse ser “grato aos Estados Unidos por toda a assistência e apoio”.
“Tivemos uma conversa detalhada sobre a situação do campo de batalha, como devolver nossos prisioneiros de guerra e garantias de segurança efetivas”, afirmou ainda.
Sem mencionar as negociações, Zelensky ainda disse que a “a Ucrânia está pronta para um acordo forte e eficaz de investimento e segurança” com Trump. “Propusemos a maneira mais rápida e construtiva de alcançar resultados. Nossa equipe está pronta para trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana”.
I had a productive meeting with @SPE_Kellogg—a good discussion, many important details. I am grateful to the United States for all the assistance and bipartisan support for Ukraine and the Ukrainian people.
It’s important for us—and for the entire free world—that American… pic.twitter.com/LH2vNGVGFQ
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) February 20, 2025
O enviado norte-americano chegou a Kiev na última quarta-feira (20/02), quando disse entender a necessidade da Ucrânia por “garantias de segurança”.
O encontro ocorreu horas depois do líder ucraniano ser chamado de “ditador não eleito” pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O mandatário norte-americano também recomendou que a Ucrânia realize eleições presidenciais o mais rápido possível “ou não vai sobrar nada do país”.

Encontro entre Zelensky e enviado dos EUA ocorreu horas depois do líder ucraniano ser chamado de “ditador não eleito” por Trump
PC russo apoia acordo com EUA, mas com ressalvas
Nesta mesma quarta-feira (19/02), o presidente do Comitê Central do Partido Comunista da Rússia, Gennady Zyuganov, disse apoiar as negociações entre o país e os Estados Unidos – que tiveram início na última terça-feira (18/02) em Riad, capital da Arábia Saudita, mas advertiu que “é preciso recordar que as tratativas estão sendo feitas com um país que declarou guerra à Rússia e com a OTAN, que trava essa guerra há três anos”.
Zyuganov classificou o alcance de um acordo de paz como “uma tarefa extremamente difícil”. “Não temos o direito de errar! Afinal, qualquer erro levará à desestabilização dentro do país e a uma derrota que as próximas gerações não nos perdoarão”, advertiu.
Em discurso na Duma Estatal da Assembleia Federal da Federação Russa o político alertou que “as ações de Trump não são caóticas, mas que sua estratégia é bem pensada e calibrada”.
Em referência às ameaças de Trump ao Canadá e ao Canal do Panamá na questão comercial, Zyuganov afirmou que os EUA “já dobraram o Canadá e roubaram a Europa. As mercadorias já são transportadas de forma barata pelo Canal do Panamá. E eles ditarão seus termos para todos”.
“Devemos fazer de tudo para apoiar o presidente e a equipe que vai negociar. Mas lembro que é preciso estar claramente ciente de com quem estamos lidando”, concluiu.
(*) Com informações de Brasil de Fato e Hora do Povo.
