Após renúncia, ex-chefe da espionagem israelense acusa Netanyahu de ‘permitir infiltração iraniana’
Segundo Ronen Bar, premiê sionista também teria ordenado a ele espionar políticos e até colonos judeus que se opuseram aos ataques em Gaza
Ronen Bar, diretor da agência de inteligência israelense Shin Bet, apresentou sua renúncia do cargo neste sábado (14/06), em meio a operação militar de retaliação em grande escala do Irã contra Israel.
A saída de Ronen Bar acontece após as tensões entre ele e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O agora ex-funcionário da inteligência atribuiu ao mandatário os problemas enfrentados hoje por Tel Aviv, incluindo o que ele denomina de “infiltração iraniana” nas questões de inteligência de Israel.
A renúncia de Bar foi acontece em meio a uma nova série de ataques do Corpo da Guarda da Revolução Islâmica (IRGC, por sua sigla em inglês), com mísseis e drones atingindo alvos nos territórios controlados por Israel.
A operação de contra-ataque, que o Irã batizou como “Missão Verdadeira Promessa III”, tem sido considerada a maior já realizada pela República Islâmica.

Times of Israel
Ruptura no regime sionista
Segundo o Times of Israel, Ronen Bar entregou um relatório em março alertando sobre um possível “período particularmente difícil e complexo”. No documento, ele explicou porque considerava que a influência iraniana estava bem organizada dentro de Israel.
Dias antes do anúncio oficial de sua renúncia, o Ministério da Inteligência do Irã revelou que obteve um vasto arquivo de documentos confidenciais sobre as instalações nucleares e militares do exército israelense.
Em meio às tensões entre Bar e Netanyahu, o espião chegou a dizer que o premiê teria pedido a ele que espionasse políticos opositores ao governo e colonos israelenses que resistiam aos ataques genocidas em curso contra Gaza, na Palestina. O ex-diretor do Shin Bet alega que recusou o pedido, afirmando considerar que tais ações colocariam em risco a vida dos próprios israelenses.
No auge do conflito, Bar chegou a mover uma ação judicial contra Netanyahu, entregando uma carta de oito páginas às autoridades jurídicas do país.
Com informações de Times of Israel, Haaretz e TeleSur.