Sexta-feira, 11 de julho de 2025
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O governo iraniano negou a existência de qualquer plano para retomar negociações com os Estados Unidos. A afirmação foi reiterada pelo vice-ministro das Relações Exteriores Majid Takht Ravanchi, após reunião com a Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento iraniano, neste domingo (29/06).

Ravanchi classificou como “falsas” as alegações americanas sobre uma possível nova rodada de diálogos bilaterais, e reforçou que nenhum acordo ou tratativa nesse sentido está em curso. As declarações ocorrem após o cessar-fogo declarado em 24 de junho.

O embaixador do Irã na ONU, Amir-Saeid Iravani, declarou à emissora americana CBS News que o país está aberto a negociações, mas que “rendição incondicional não é negociação, é imposição”. Ele afirmou que o enriquecimento de urânio pelo Irã “nunca será interrompido”, por se tratar de um direito garantido pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear.

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Questionado sobre ameaças à segurança do diretor da AIEA, Iravani negou qualquer intenção hostil por parte do governo iraniano, embora tenha confirmado a suspensão das atividades dos inspetores da agência em território iraniano. Segundo ele, os inspetores “estão seguros”, mas não têm mais acesso às instalações nucleares, pois “não cumpriram adequadamente suas funções”.

Vice-ministro das Relações Exteriores Majid Takht Ravanchi nega existência de negociação entre Irã e Estados Unidos
Masoud Shahrestani / Tasnim News Agency

Críticas à AIEA

Nesta segunda-feira (30/06), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Esmaeil Baqaei, participou de uma coletiva de imprensa explicando a decisão do Parlamento iraniano de suspender a cooperação do país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A decisão, afirmou, foi tomada em reação a um relatório “tendencioso” do diretor-geral da agência, Rafael Grossi que teria servido de base para uma resolução politizada do Conselho de Governadores da AIEA e, posteriormente, incentivado os ataques israelenses.

Baqaei acusou Grossi e a troika europeia de politizarem o trabalho da agência, que deveria se restringir a funções técnicas. “Exigimos que o diretor-geral atue dentro da estrutura de seus deveres técnicos, sem ser influenciado por membros específicos da agência”, afirmou.

Ele também denunciou o que chamou de agressão conjunta dos EUA e de Israel contra a soberania iraniana, e cobrou do Conselho de Segurança da ONU o reconhecimento formal do agressor.

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