Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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Governos asiáticos e europeus se manifestaram nesta segunda-feira (23/06) sobre os ataques dos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas, ocorridos na madrugada do dia anterior.

Entre os países asiáticos, cresce o temor de que o conflito ultrapasse as fronteiras iranianas, com impactos tanto geopolíticos quanto econômicos, especialmente em relação ao fornecimento global de energia.

Após o ataque norte-americano, o Parlamento do Irã emitiu uma resolução que permite ao governo fechar o estreito de Ormuz, a principal rota e por onde transita cerca de um quinto de toda a produção global de petróleo.

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A China, que havia condenado ‘veementemente’ o ataque no final de semana, manifestou nesta manhã a preocupação com as consequências econômicas da escalada do conflito.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, alertou que os conflitos entre Israel, Irã e agora os EUA representam uma séria ameaça à economia global, especialmente pelas rotas de comércio no Golfo Pérsico.

“A comunidade internacional deve fazer mais para reduzir as tensões e evitar que a guerra tenha impactos devastadores no desenvolvimento econômico mundial”, declarou. Pequim pediu que as partes “evitem resolutamente o transbordamento da guerra”, afirmou.

Entre os países asiáticos, cresce o temor de que o conflito ultrapasse as fronteiras iranianas
Tasnim News Agency

Coreia do Sul, Indonésia e Austrália

Na Coreia do Sul, o presidente Lee Jae Myung classificou a situação como “muito urgente” e alertou que os mercados financeiros estão sofrendo com a instabilidade. Lee pediu que sua equipe prepare um orçamento de emergência para mitigar os impactos econômicos, caso a crise se agrave na região.

A Indonésia, maior nação muçulmana do mundo, condenou a escalada dos ataques. O ministro-chefe de Segurança, Budi Gunawan, pediu que todos os envolvidos retornem imediatamente às negociações e informou que a prioridade do governo é evacuar os cidadãos indonésios que estão no Irã. Ele também expressou sua profunda preocupação com o risco de um conflito de grandes proporções no Oriente Médio.

O governo australiano também manifestou a sua preocupação neste sentido, e enfatizou que a prioridade do país é proteger seus cidadãos no Oriente Médio e monitorar atentamente os desdobramentos. A Austrália defende o retorno imediato à mesa de negociações.

Reino Unido, França e Alemanha

Em comunicado conjunto, o Reino Unido, a França e a Alemanha pediram ao Irã que não tome medidas que possam desestabilizar ainda mais a região. O texto afirma que o país “jamais poderá ter uma arma nuclear” e “não pode mais representar uma ameaça à segurança regional”.

Os três países reiteraram seu o apoio “à segurança de Israel”. Eles também prometeram esforços diplomáticos coordenados para evitar que o conflito se intensifique ou se alastre pelo Oriente Médio.

O ministro da Europa e dos Negócios Estrangeiros da França Jean-Noël Barrot, expressou “profunda preocupação” com a escalada militar. Ele alertou para os riscos de desestabilização no Oriente Médio e os impactos globais do conflito.

Barrot também condenou o programa nuclear iraniano, mas se opôs veementemente a qualquer plano de mudança de regime via intervenção militar. “Seria ilusório e perigoso pensar que isso pode ser alcançado por bombas”, declarou. No domingo, ele publicou uma mensagem no X afirmando que a França não teve participação “neste golpes, nem em sua planificação”.

“A França está convencida de que a solução duradoura passar por uma solução negociada no âmbito do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares”, salientou.

o chanceler federal da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou que “não há razão para criticar” os ataques dos EUA, reconhecendo os riscos. Em sua avaliação “deixar as coisas como estavam não era uma opção”. O ministro das Relações Exteriores do país, Johann Wadephul, também se manifestou.

Ele reforçou a necessidade de negociações, destacando que elas devem incluir os Estados Unidos. “O Irã precisa negociar diretamente com os americanos, não só com a Europa”, apontou.

Com The Guardian e China Daily.