Em seu primeiro discurso após ser oficializado como o novo líder do Hezbollah, Naim Qassem anunciou nesta quarta-feira (30/10) que seguirá a estratégia de guerra planejada pelo seu antecessor, Hassan Nasrallah, que foi assassinado durante um ataque aéreo coordenado pelo exército de Israel no sul do Líbano, em setembro.
“Continuaremos nosso plano de guerra dentro das estruturas políticas delineadas. Permaneceremos no caminho da guerra. Podemos continuar lutando por dias, semanas e meses”, declarou em vídeo. “A vitória final será nossa”.
O recém nomeado secretário-geral do Hezbollah destacou que o grupo libanês não luta “por nenhum outro objetivo que não seja proteger o nosso país, apoiar os palestinos, impedir que Israel e os Estados Unidos assumam o controle do nosso país”.
Qassem também afirmou estar aceitando apoio de “qualquer país árabe” que esteja disposto a endossar sua luta contra o regime sionista. Nesse sentido, agradeceu todas as frentes de guerra, incluindo os apoios do Iraque, do Iêmen, do Irã e do grupo palestino Hamas.
Por fim, a liderança libanesa exigiu que o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu retirasse todas as suas tropas do país.
“Se você ficar, pagará”, alertou Qassem, acrescentando que um acordo de cessar-fogo com Tel Aviv apenas poderia ser estabelecido sob certas condições.
“Caso Israel decida parar a guerra, aceitaremos um cessar-fogo nos termos que forem convenientes para nós. Até agora, nenhuma proposta aceitável para Israel e adequada para nós foi colocada em discussão”, pontuou.
Nomeação de Naim Qassem
Na terça-feira (29/10), o Hezbollah oficializou Naim Qassem, de 71 anos, como o sucessor do secretário-geral Hassan Nasrallah.
Ele foi, durante muito tempo, o vice-secretário-geral do grupo libanês, e se tornou o número dois do movimento em 1991, após ser nomeado pelo então líder Abbas al-Musawi. Antes dele, o sucessor mais cotado era Hashem Safieddine, mas que também foi vítima de um ataque nos subúrbios da capital libanesa em outubro.
No discurso desta quarta-feira, Qassem disse que Nasrallah era como um “irmão” para ele, e que Safieddine era um homem em quem Nasrallah podia confiar muito. Nesse sentido, prometeu que, sob sua liderança, o Hezbollah continuaria lutando contra o regime sionista de Netanyahu.
“Ajudar Gaza é nosso dever, e nós a defenderemos para combater a ameaça israelense em toda a região”, assegurou.
(*) Com Ansa