Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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O confronto entre Israel e Irã entra no sexto dia nesta quarta-feira (18), com uma escalada de bombardeios de ambos os lados e o agravamento das tensões após as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que exigiu a “rendição incondicional” da república islâmica.

Em sua plataforma Truth Social, Trump afirmou que os EUA têm “controle total dos céus do Irã”, sem deixar claro se falava em nome de Washington, de Tel Aviv ou de ambos.

Em coletiva de imprensa nesta manhã, o embaixador iraniano na ONU, Ali Bahreini afirmou: “nós responderemos fortemente e impediremos a agressão de qualquer lado, seja Israel ou Estados Unidos”. “A guerra foi imposta no meio de um processo diplomático. Estávamos a caminho de Mascate para negociações quando eles começaram essa agressão”, complementou Bahreini, ao reforçar que Teerã não confia mais em Washington.

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Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, reforçou que o país está focado, por enquanto, apenas em atacar Israel. No entanto, se os EUA entrarem diretamente no conflito, o Irã responderá à altura, afirmou.

Baghaei destacou que Teerã confia que os países árabes vizinhos não permitirão que seus territórios sejam usados como bases para ataques norte-americanos, lembrando que isso violaria o direito internacional.

Mísseis iranianos voltaram a atingir áreas próximas a Tel Aviv, Jerusalém e Herzliya
Reprodução / Tasnim Agency News

Escalada de ataques

Durante esta madrugada, mísseis iranianos voltaram a atingir áreas próximas a Tel Aviv, Jerusalém e Herzliya. O exército iraniano informou ter rastreado e interceptado 28 “aeronaves hostis” nas últimas 24 horas, incluindo drones de vigilância. A TV estatal exibiu imagens do que seria um drone Hermes, abatido em Isfahan, e relatou que um caça F-35 israelense foi derrubado na cidade de Varamin, informação não confirmada por Israel.

Israel, por sua vez, afirma ter destruído cerca de 200 lançadores de mísseis iranianos e realizado “vários ataques extensos” nesta terça-feira, sobre alvos militares no oeste do Irã, atingindo dezenas de instalações de mísseis e drones.

Em Teerã, explosões sucessivas abalaram bairros densamente povoados, e ao menos três pessoas morreram após um míssil atingir um prédio residencial na capital. Outros ataques foram registrados em Kashan e na cidade de Tabriz, onde fica uma base aérea estratégica.

Diante do agravamento do cenário, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que “não haverá misericórdia aos sionistas” e prometeu uma retaliação contundente.

Estados Unidos

Trump sinalizou que pode apoiar diretamente Israel em um ataque às instalações nucleares subterrâneas do Irã. A maior preocupação recai sobre Fordow, unidade fortificada sob uma montanha, cuja destruição exigiria o uso de bombas antibunker dos EUA, hoje fora do alcance do arsenal israelense.

Dentro dos EUA, cresce a resistência à escalada militar. O senador Tim Kaine apresentou uma resolução que impede o presidente de ordenar ações militares contra o Irã sem aprovação formal do Congresso, enquanto Bernie Sanders advertiu que qualquer ataque sem autorização seria ilegal.

Com The Guardian e Tasnim New Agency.