O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, garantiu neste domingo (01/12) que o seu país apoiará “fortemente” o governo sírio e suas forças militares contra os rebeldes que ocuparam a cidade de Aleppo no dia anterior. Segundo ele, os Estados Unidos e Israel “estão em conluio” com esses “grupos terroristas”.
De acordo com a agência estatal de notícias IRNA, o principal diplomata iraniano revelou que realizará uma visita a Damasco para “levar a mensagem” de solidariedade ao presidente da Síria, Bashar al-Assad.
“O Irã apoiará fortemente o governo sírio e seu Exército contra os grupos terroristas. É óbvio que os Estados Unidos e o regime israelense estão em conluio com esses grupos na Síria”, acusou Araghchi.
A autoridade iraniana ainda mencionou que os israelenses desejam “criar insegurança na região” por meio das ações do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ou “Organização para a Libertação do Levante”) e rebeldes aliados.
Os insurgentes tomaram no sábado (30/11) o Aeroporto Internacional de Aleppo e dezenas de cidades próximas depois de invadir a maior parte da segunda maior cidade da Síria, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (SOHR), a organização que tem sede no Reino Unido e monitora a situação de guerra no país árabe.
Ao afirmarem ter tido “ganhos impressionantes”, os rebeldes alegaram ter tomado, além do aeroporto de Aleppo, a cidade estratégica de Khan Sheikhoun, no sul de Idlib. Acrescentaram ainda ter começado a marchar em direção a Hama, capturando seis cidades e vilarejos no campo, incluindo Morek, que fica ao longo de uma importante rodovia que liga o centro da Síria ao norte.
As primeiras movimentações começaram na quarta-feira (27/11), quando milhares de combatentes varreram aldeias e cidades no noroeste da Síria. Desde então, os rebeldes sírios avançaram pela zona rural de Aleppo, tomando cerca de 50 cidades e vilarejos, bem como um trecho da estratégica rodovia M5, cortando as rotas de abastecimento de Damasco. Já a invasão direcionada à cidade de Aleppo ocorreu na sexta-feira (29/11), de onde continuaram avançando em direção ao centro.
Em pronunciamento, Bashar al-Assad prometeu neste domingo “usar força para eliminar o terrorismo”.
“O terrorismo só entende a linguagem da força, e é esta a linguagem com a qual o esmagaremos e eliminaremos quem o apoia e patrocina”, afirmou o presidente sírio, citado pela agência Sana.
(*) Com Ansa