Terça-feira, 13 de maio de 2025
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O líder do Hezbollah, Naim Qassem, assegurou na noite de sexta-feira (18/04) que o grupo libanês “não permitirá que ninguém o desarme”. O posicionamento foi dado em meio à pressão exercida pelo governo norte-americano para que Beirute entregue seus dispositivos bélicos, e enquanto o sul do território é alvo de ataques diários de Israel.

“Não vamos deixar ninguém desarmar o Hezbollah ou desarmar a resistência” contra o regime sionista, disse o secretário-geral do movimento, em um canal de TV afiliado ao Hezbollah. “Essas armas deram vida e liberdade ao nosso povo. Devemos tirar essa ideia de desarmamento do dicionário.”

As declarações foram dadas em referência a comentários realizados pelo presidente libanês, Joseph Aoun, nesta semana, que afirmou que queria “fazer de 2025 o ano da restrição de armas apenas ao Estado” libanês, acrescentando que esperava alcançar esse objetivo por meio do “diálogo” com o Hezbollah.

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Qassem disse que seu grupo estava pronto para o diálogo sobre uma “estratégia de defesa”, desde que não esteja “sob a pressão da ocupação” israelense.

“Israel deve se retirar (do sul do Líbano) e cessar sua agressão, e o Estado libanês deve iniciar o processo de reconstrução. […] Alguém espera que discutamos uma estratégia de defesa nacional enquanto aviões de guerra voam sobre nossas cabeças e há ocupação no sul do Líbano? Estas não são discussões. Isso é rendição. Que Israel se retire primeiro e pare seus voos no ar”, pontuou o líder do movimento.

LBCI Lebanon/Reprodução
O líder do Hezbollah, Naim Qassem, declarou na noite de sexta-feira (18/04) que o grupo libanês “não permitirá que ninguém o desarme”

Ainda sobre a fala de Aoun, outro membro do Hezbollah, Wafic Safa destacou à rádio local Al-Nur que o movimento já se recusou a discutir a entrega de suas armas a menos que Tel Aviv se retirasse completamente do sul libanês.

“O que o presidente (Aoun) disse em seu discurso de posse é uma estratégia defensiva”, considerou Safa, questionando se “não seria lógico que Israel primeiro se retirasse, depois libertasse os prisioneiros e depois cessasse sua agressão, e então discutimos uma estratégia defensiva?”

“A estratégia defensiva é pensar em como proteger o Líbano, não se preparar para que o partido entregue suas armas”, acrescentou.

Desde 8 de outubro de 2023, o Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem lutado contra o regime sionista em solidariedade ao povo palestino na Faixa de Gaza, vítima da ocupação militar israelense e do massacre em curso. Os confrontos entre o movimento de resistência e as tropas de Tel Aviv incluíram incursões terrestres coordenadas pelo Exército de Israel e bombardeios que atingiram o Líbano.

Em novembro passado, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o Hezbollah entraram em um acordo de cessar-fogo, sob mediação dos Estados Unidos e da França. Entretanto, as forças de Israel seguiram atacando o sul do Líbano, o que configurou uma violação do tratado.

(*) Com informações de LBCI Lebanon