Terça-feira, 15 de julho de 2025
APOIE
Menu

Em discurso televisionado nesta quinta-feira (26/06), o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, agradeceu o apoio do povo iraniano durante os 12 dias de confronto e celebrou vitória sobre Israel e os Estados Unidos.

“Primeiro, parabéns pela vitória sobre o falso regime sionista. Apesar de todo o seu barulho e reivindicações, o regime sionista foi quase posto de joelhos e esmagado pelos golpes da República Islâmica”, declarou.

“Agradecemos a Deus por ajudar nossas Forças Armadas, que conseguiram romper avançados sistemas de defesa multicamadas [de Israel] e atingir grandes partes de seus centros militares e urbanos, com poderosos ataques com mísseis e armas”, afirmou.

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

O líder supremo iraniano destacou que “os Estados Unidos entraram diretamente na guerra depois de sentir que a entidade sionista não resistiria sem a sua intervenção”. Ele afirmou que o Irã não apenas resistiu, mas infligiu um “duro golpe nos Estados Unidos, visando especificamente a base de Al Udeid, uma de suas principais bases regionais, infligindo danos”.

O ataque à base, apontou, “não foi fortuito”. Evidenciou que o Irã tem capacidade de atingir “centros vitais” norte-americanos. “Se a agressão for repetida, o inimigo, sem dúvida, enfrentará um alto custo”, alertou.

Instalações nucleares

Sobre os bombardeios contra as instalações nucleares iranianas, cuja extensão vem promovendo uma crise de versões nos Estados Unidos, Khamenei garantiu: “eles não conseguiram atingir seus objetivos e inflaram suas reivindicações para esconder a realidade”.

O líder supremo iraniano lembrou que o ataque norte-americano contra instalações nucleares do Irã exige processos legais em tribunais internacionais.

Ali Khamenei destacou que EUA entraram na guerra ‘após sentir que entidade sionista não resistiria’
Reprodução / Tasnim News Agency

Trump

Em suas bravatas durante o confronto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a afirmar que o líder Supremo era um “alvo fácil” e que sabia onde ele estava escondido. Khamenei criticou fortemente o tom triunfalista adotado pelo magnata após o cessar-fogo.

“O presidente dos EUA exagerou incomumente os eventos, mostrando claramente o quanto ele precisava criar uma narrativa. Qualquer um que ouviu seus comentários pôde sentir que por trás dessas palavras havia uma verdade muito diferente”, apontou.

Ele acusou a potência militar de minimizar o ataque à base de Al-Udeid. “As mesmas pessoas que exageraram suas próprias ações tentaram minimizar esse ataque, alegando que nada aconteceu; quando, na verdade, algo importante ocorreu. Os dias revelarão a extensão das perdas dos inimigos”, complementou.

O aiatolá lembrou que a intenção dos EUA, desde a Revolução Islâmica de 1979, é de “subjugar” a República Islâmica. “Eles entraram em conflito conosco várias vezes, cada vez com uma desculpa diferente — direitos humanos, democracia, direitos das mulheres, enriquecimento de urânio, desenvolvimento de mísseis. Mas, no fundo, sempre foi uma coisa: eles querem que o Irã se renda.”

“O povo iraniano deve saber: é por isso que nos opomos aos Estados Unidos. Esta é a raiz da hostilidade e este é o grande insulto que os americanos dirigem à nossa nação. Esperar que um país como o Irã se renda a outro é pura bobagem que, certamente, será ridicularizada por todas as pessoas sábias e sensatas”, afirmou.

Agradecimentos

Khamenei também agradeceu aos iranianos. “Pela graça de Deus, uma nação de quase 90 milhões de habitantes se manteve unida em voz e propósito, ombro a ombro, sem quaisquer divisões em demandas ou intenções”, disse.

Ele homenageou os mártires de guerra, “verdadeira e legitimamente valiosos” para a República Islâmica e “fiéis em seu serviço até o martírio”.

“A nação iraniana é honrada — e continuará sendo honrada. É vitoriosa — e, pela graça de Deus, continuará sendo vitoriosa”, concluiu.

Com Tasnim News Agency e The Guardian.