Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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O chefe da diplomacia do Irã, Seyyed Abbas Araghchi, afirmou que os ataques de Israel contra o Irã não poderiam ter ocorrido sem o respaldo dos Estados Unidos.

Em entrevista coletiva neste domingo (15/06) em Teerã, o representante iraniano disse ter provas bem fundamentadas sobre a participação de forças estadunidenses nas ações militares sionistas.

“Acreditamos que os Estados Unidos são cúmplices dessas ações e devem assumir sua responsabilidade”, declarou Abbas Araghchi, ao ressaltar ainda que o presidente Donald Trump confirmou de forma pública que tinha conhecimento sobre a ofensiva.

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O governo iraniano relatou ter recebido mensagens de intermediários de Washington negando o envolvimento do país com os ataques israelenses às instalações nucleares iranianas em Natanz e Isfahan. O principal diplomata iraniano disse que não confia nessas alegações.

“É imprescindível que o governo dos Estados Unidos declare de forma explícita sua posição e condene claramente o ataque às instalações nucleares”, afirmou Abbas Araghchi.

Chanceler iraniano disse que Israel teria cometido ‘grande erro estratégico’ ao atacar Teerã
Asghar Khamseh / IRNA

Sobre os ataques de Israel terem acontecido durante as negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos, que continuariam em Omã neste domingo, Abbas Araghchi não exitou em dizer que Israel “faria qualquer coisa” para impedir as negociações e a diplomacia. “Como já fez anteriormente”, acrescentou.

‘Grande erro estratégico’

Abbas Araghchi também declarou que o ataque de Israel ao Irã foi um “grande erro estratégico”, possivelmente intencional, com o objetivo de envolver outras nações no conflito. Segundo ele, a “região do Golfo Pérsico é altamente delicada e complexa, e qualquer ação militar pode envolver toda a área e até mesmo o cenário global”.

Os ataques israelenses em zonas civis e militares de Teerã resultaram na morte de pelo menos 80 pessoas. A ofensiva que atingiu várias cidades no país também ceifou a vida de diversos oficiais de alta patente das forças armadas iranianas e do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), incluindo o comandante chefe Hossein Salami, além de cientistas e acadêmicos universitários envolvidos em pesquisas nucleares.

Desde a noite de sexta (13/06), quando Israel atacou o território iraniano pela primeira vez, Teerã respondeu bombardeando Tel Aviv e Haifa com centenas de projéteis e drones. de acordo com o Ministério da Saúde local, pelo menos 10 mortes e mais de 300 feridos foram confirmados.

Com informações de Al Jazeera e RT.