Irã anuncia que irá restaurar programa nuclear após ataques

O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI, na sigla em inglês), Mohammad Eslami, anunciou nesta terça-feira (24/06) que o governo iraniano restaurará seu programa nuclear.

“O plano é prevenir interrupções no processo de produção e nos serviços [de energia]”, afirmou Eslami, conforme noticiou a agência de notícias iraniana Tasnim. De acordo com ele, antes mesmo de Tel Aviv iniciar sua ofensiva, o país persa já havia planejado maneiras de restabelecer sua indústria nuclear de caráter pacífico. 

Desta forma, o Irã revelou que está avaliando o estado de suas instalações nucleares que foram danificadas ao longo de 13 dias de ataques israelenses e norte-americanos. Vale lembrar que na noite de sábado (21/06), os Estados Unidos bombardearam três delas: em Fordow, Natanz e Isfahan.

Governo do Irã afirma que restaurará programa nuclear
Tasnim

Já em publicação por rede social, o presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu que “o Irã nunca vai reconstruir suas instalações nucleares”. Para o magnata, a recente operação de Washington que atingiu as estruturas iranianas no último fim de semana “aniquilou” as capacidades atômicas do país persa. Entretanto, o Irã não confirmou a extensão dos danos nessas três usinas.

Enquanto isso, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), coordenada pelas Nações Unidas, enviou uma mensagem ao ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, para propor uma reunião e pedir a retomada da “cooperação” entre o organismo e as autoridades de Teerã.

Entretanto, no dia anterior, o Parlamento do Irã anunciou estar avaliando um projeto de lei para suspender a cooperação com a AIEA, em resposta à conduta parcial e não profissional do órgão nuclear.

Durante uma sessão plenária na segunda-feira (23/06), o presidente iraniano da casa, Mohammad Baqer Qalibaf, reiterou a natureza pacífica do programa nuclear do Irã e destacou que o país persa não tem planos para atividades bélicas como as alegadas por Israel e os EUA.

(*) Com Ansa e Tasnim