Terça-feira, 15 de julho de 2025
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O governo do Irã reagiu nesta terça-feira (17/06) à declaração dos líderes do G7 que acusaram Teerã de ser “fonte de instabilidade” e “terror” no Oriente Médio. Em publicação nas redes sociais, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baqaei, afirmou que o grupo “desconsidera a agressão flagrante de Israel contra o povo iraniano e os ataques ilegais à nossa infraestrutura nuclear pacífica”.

Ele lembrou que os membros do G7, especialmente os que ocupam assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU, têm uma responsabilidade legal e moral de se posicionar contra o que chamou de “um ato escandaloso de agressão” contra um país-membro das Nações Unidas.

Em declaração conjunta sobre a guerra em curso no Oriente Médio, líderes das principais economias mundiais se posicionaram contra o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã, apontando o país como uma “fonte de instabilidade e terror regional”. Eles também reiteraram o “direito de Israel à autodefesa”, apesar de Tel Aviv ter começado os ataques na última sexta-feira(13/06), e pediram o cessar-fogo imediato do conflito, inclusive dos ataques israelenses em Gaza.

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Cobrança da ONU

Ainda segundo o governo iraniano, os ataques israelenses representam uma violação grave da Carta da ONU e um atentado direto contra o regime internacional de não proliferação nuclear, que deveria proteger os Estados sem armas nucleares.

“O que Israel cometeu é uma guerra de agressão não provocada contra o Irã, atacando instalações nucleares em clara violação do Artigo 2(4) da Carta das Nações Unidas”, denunciou, ao questionar: “o Irã está se defendendo de uma agressão cruel. Temos realmente alguma outra escolha?”.

O Irã pediu uma resposta imediata do Conselho de Segurança da ONU para conter o que chamou de “atrocidades” cometidas por Israel, apontando que a inação das Nações Unidas compromete a credibilidade do sistema internacional. “O G7 precisa abandonar sua retórica unilateral e enfrentar a verdadeira fonte de escalada: a agressão de Israel”, disse.

Líderes do G7, reunidos no Canadá, divulgam ‘comunicado tendencioso’ segundo o Irã
Reprodução / @G7

O comunicado do G7 aponta preocupação com os impactos do conflito nos mercados internacionais de energia, afirmando que seus membros estão prontos para agir em defesa da estabilidade econômica. Ele foi divulgado após a saída repentina do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da cúpula. Ele retornou às pressas para Washington, gerando uma série de especulações.

Trump e Macron

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que havia uma “oferta concreta” em discussão para viabilizar um cessar-fogo entre Irã e Israel, mediado por países do Golfo. Trump o desmentiu publicamente nas redes sociais. “Errado!”, rebateu, acrescentando que o motivo de sua saída era “muito maior do que isso”, sem fornecer detalhes.

“[Macron] não tem ideia do que está acontecendo”, afirmou Trump, ao dizer que o presidente francês “sempre erra, propositalmente ou não”. O presidente norte-americano também negou ter entrado em contato com o Irã para negociações de paz e acrescentou que o país “deveria ter aceitado o acordo que estava na mesa”.

Nesta manhã, a repórteres, ele reiterou: “não estou procurando um cessar-fogo, estamos buscando algo melhor do que um cessar-fogo”. O que queremos, afirmou, é “a desistência completa” do Irã.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos também desmentiu boatos nas redes sociais de que o país teria se juntado aos ataques contra o Irã. “Isso não é verdade”, respondeu o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, em publicação no X.

Lula participa do G7

O presidente Lula participa nesta terça-feira (17/06) da cúpula do G7, em meio às discussões sobre o conflito no Oriente Médio. Ele embarcou ontem para o Canadá.

Com Tasnim News Agency .