Irã diz 'não fazer sentido' continuar negociações nucleares com EUA
Chanceler alegou ser 'injustificáveis' conversas entre Teerã e Washington após ataques israelenses
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araqchi, alegou neste sábado (14/06) que “não faz sentido” o país prosseguir com as negociações nucleares com os Estados Unidos em meio à agressão militar do regime israelense contra a República Islâmica.
Em uma conversa telefônica com a chefe de política externa da União Europeia (UE), Kaja Kallas, o diplomata denunciou os ataques hostis do governo de Benjamin Netanyahu e o apoio direto de Washington a Tel Aviv. Aragchi disse que a continuação das conversas seria “injustificável” enquanto a “selvageria do regime sionista estivesse em andamento”.
“A República Islâmica do Irã deu uma resposta decisiva à agressão do regime sionista para proteger sua soberania nacional, seu povo e sua segurança, e também está determinada a exercer seu direito legítimo de ação retaliatória”, pontuou o ministro iraniano.
Segundo ele, é necessário uma condenação global dos atos de agressão israelenses, sua violação da soberania e integridade territorial do Irã. O chanceler também pediu que os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e autoridades da União Europeia condenassem os atos de agressão do regime israelense contra o Irã.
Durante a ligação, Kallas demonstrou “profunda” preocupação com a escalada de tensões na região e também expressou prontidão da União Europeia em “apoiar os esforços” diplomáticos do Conselho de Segurança e de outras organizações internacionais para ajudar a aliviar as tensões e restaurar a paz e a segurança regionais.

Abbas Araqchi defende suspensão de conversas com EUA sobre acordo nuclear
Mohammadhosein Movahedinejad / Tasnim News Agency
Negociação Irã e EUA
Desde 12 de abril, ambos governos passaram por cinco rodadas de negociações, mediadas por Omã, com o objetivo de chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano e a remoção das sanções a Teerã.
A sexta rodada entre Irã e EUA estava planejada para acontecer neste domingo (15 de junho). Entretanto, mudanças podem acontecer após o bombardeamento israelense em Teerã, capital iraniana, na última sexta-feira (13/06).
Os ataques nos territórios da República Islâmica causaram a morte do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Iranianas, Major-General Mohammad Hossein Baqeri, o Comandante do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, Major-General Hossein Salami, o Comandante do Quartel-General Central de Khatam al-Anbia do Irã, Major-General Gholam Ali Rashid, o Comandante da Força Aeroespacial do IRGC, Major-General Amir Ali Hajizadeh. De acordo com as autoridades, também, pelo menos seis cientistas nucleares iranianos foram mortos.
O líder da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, alertou Israel que receberá uma punição severa pelo ataque, dizendo: “com este crime, o regime sionista preparou para si um destino amargo e doloroso, que certamente verá”.
(*) Com Tasnim News Agency.