Irã executa agente do Mossad em meio à ofensiva militar de Israel
Execução ocorre no quarto dia de confronto entre Teerã e Tel Aviv, que já deixou mais de 200 mortos no Irã e 24 em Israel
A Suprema Corte do Irã anunciou, nesta segunda-feira (16/06), a execução de Esmaeil Fekri, acusado de atuar como espião para o serviço secreto israelense, o Mossad. Ele estava preso desde dezembro de 2023, sob acusações de espionagem, e foi enforcado após condenação definitiva por crimes considerados gravíssimos pela legislação iraniana. O caso foi divulgado no portal Mizan Online.
Segundo as autoridades iranianas, Fekri foi considerado culpado de “corrupção na Terra” e “moharebeh” — termo islâmico que significa “guerra contra Deus”. Ele manteve contato direto com dois agentes do Mossad, repassando informações consideradas sensíveis, como localização de instalações estratégicas, dados sobre indivíduos e missões operacionais.
Para isso, afirma a Justiça iraniana, ele utilizava canais de comunicação criptografados, e chegou a instalar uma carteira de criptomoedas em seu celular para facilitar o recebimento de pagamentos. O Irã afirma que monitorou as atividades de Fekri por meio de operações técnicas e que ele e sua rede estavam sob vigilância antes dele ser preso em dezembro de 2023.

Número de mortos no Irã chega a 224, incluindo civis, cientistas nucleares e comandantes militares; em Israel, 24 pessoas morreram
Meghdadi Madadi / Tasnim News Agency
Condenação
A condenação foi baseada em confissões, provas documentais e periciais, segundo o Judiciário iraniano, que o considerou culpado de colaborar deliberadamente com o regime israelense. Com base no Artigo 6 da Lei de Combate a Ações Hostis do Regime Sionista, o tribunal o sentenciou à morte. O Supremo Tribunal do Irã, então, confirmou a sentença levando à sua execução por enforcamento.
A execução ocorre no contexto da escalada militar entre Teerã e Tel Aviv. Desde a última sexta-feira (13/06), Israel realiza uma ofensiva contra alvos militares e nucleares iranianos, alegando agir para enfraquecer o programa atômico da República Islâmica. O número oficial de mortos no Irã já chega a 224, incluindo civis, cientistas nucleares e comandantes das forças armadas.
Em resposta, o Irã lançou ataques com drones e mísseis contra Israel, deixando ao menos 24 mortos, segundo o gabinete do primeiro-ministro israelense. O confronto levou ao fechamento de espaços aéreos em diversos países do Oriente Médio.