Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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O exército de Israel reiniciou neste sábado (22/03) suas operações militares no sul do Líbano, após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu dar a ordem para que se realizasse uma série de bombardeios contra localidades próxima à fronteira entre os dois países.

O porta-voz militar de Tel Aviv, Avichay Adraee, disse em uma coletiva de imprensa que as 12 operações realizadas nesta manhã tinham como objetivo “retomar a campanha contra bases do Hezbollah no sul do Líbano”.

Entretanto, o Hezbollah emitiu uma declaração dizendo que não existem bases de operações do grupo na região bombardeada, e que as ações israelenses deste sábado configuram, segundo o grupo, uma “ação gratuita para gerar conflito na comunidade local”.

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Segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA, por sua sigla em árabe), as áreas atingidas pelo bombardeio são: Kfar Kila, Touline, Yahmar al-Shaqif, Bouslaiya, Birkat al-Jabour, Kfar Houneh, Mahmoudiyeh, Wadi Zebqin, Ar-Rihan, Iqlim al-Tuffah, Beit Lif, Ain Qana, Kfar Melki e Tayr Harfa.

Após os primeiros ataques, o presidente do Líbano, Joseph Aoun, difundiu uma declaração criticando Israel e a decisão de Netanyahu, descrevendo-as como uma “tentativa de reascender a violência e a desestabilização no Líbano em um momento em que o país está trabalhando para se reconstruir”.

Agência NNA
Porta-voz do Líbano, Nabih Berri, pediu que as entidades civis ajudem os danificados pelos ataques israelenses à região sul do país

“O que aconteceu hoje no sul (do Líbano), e que já vinha se gestando desde 18 de fevereiro (quando tropas israelenses violaram um acordo de trégua na região), constitui um ataque persistente ao Líbano e um golpe em nosso projeto de resgate do país, com o qual os libaneses concordaram unanimemente”, disse o mandatário libanês.

Por sua vez, o porta-voz do governo libanês, Nabih Berri, pediu a “todas as forças relevantes” no sul do Líbano que monitorem de perto a situação e tomem as medidas necessárias para lidar com a nova escalada de violência.

Nota da ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU), através de uma nota divulgada pelo comando das Forças Interinas no Líbano (Unifil, por sua sigla em inglês), disse que “a paz na região voltou a ser extremamente frágil”.

“Pedimos a todas as partes envolvidas no conflito que evitem comprometer o progresso alcançado, especialmente quando vidas civis e a frágil estabilidade observada nos últimos meses estão em risco. Qualquer nova escalada dessa situação volátil poderia ter sérias consequências para a região”, disse o comunicado.

Israel iniciou uma ofensiva militar no sul do Líbano em meados de 2024, a qual foi interrompida em novembro com um acordo de cessar-fogo, que se mantinha vigente até este sábado, apesar de Beirute ter denunciado, em diferentes ocasiões, que Tel Aviv violou ou deixou de cumprir alguns termos da trégua.

 

Com informações de Al Jazeera e NNA.