Líder supremo do Irã dá aval para retaliação contra Israel: ‘destino amargo e terrível’

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, rechaçou os ataques israelenses contra alvos no país na noite de quinta-feira (12/06), pelo horário de Brasília, e deu total liberdade de ação às Forças Armadas para uma resposta.

Khamenei ainda afirmou que os ataques das forças israelenses foram um “crime” e que Tel Aviv enfrentará um “destino amargo e terrível”.

“O regime sionista cometeu, com sua mão maligna e ensanguentada, um crime em nosso querido país e revelou ainda mais sua natureza perversa ao atingir áreas residenciais”, disse.

O bombardeio lançado pelas forças de Israel atingiu o bairro de Mahallati, na capital Teerã, conhecido como área residencial de oficiais militares. As explosões foram registradas nas primeiras horas de sexta-feira (13/06), horário local. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), a realização dos ataques foi direcionado a dezenas de alvos supostamente ligados ao programa nuclear e a instalações militares.

Entre as vítimas do ataque, o governo iraniano confirmou a morte de dois líderes militares: o chefe da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami. e o chefe do Estado-Maior do Exército, general Mohammad Bagheri. Além deles, dois cientistas nucleares também morreram nos ataques: Fereydoun Abbasi e Mohammad Mehd.

A agência de notícias iraniana Tasnim apontou que o ataque de Israel aconteceu dois dias antes de uma nova rodada de negociações entre Teerã e Washington no âmbito de um acordo em relação ao programa nuclear iraniano. “As autoridades iranianas já haviam alertado que qualquer ação militar errada atrairia uma resposta firme e definitiva do Irã”, disse.

Ataque israelense atingiu bairros residenciais do Irã
© telegram SputnikBrasil

Ataques violam carta da ONU, diz Irã

O Ministério das Relações Exteriores do Irã declarou que os ataques israelenses violam a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e dão ao país o direito legítimo de resposta.

“Os ataques de Israel ao Irã violam o Artigo 4, parágrafo 2 da Carta da ONU e constituem uma agressão aberta contra a República Islâmica. Teerã tem o direito legal de responder a essa agressão conforme o Artigo 51 da Carta, e as Forças Armadas do Irã defenderão a nação iraniana com toda a sua força, da forma que julgarem apropriada”, diz comunicado.

Declaração de Netanyahu

Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu transmitiu uma declaração na qual afirmou que o ataque teve como objetivo a destruição do programa nuclear, os mísseis balísticos e as capacidades militares do Irã.

“Esta operação continuará enquanto for necessário, até concluirmos a missão”, argumentou o premiê israelense.

Em paralelo, o governo divulgou um comunicado afirmando que estão proibidas as aglomerações durante esta sexta-feira. Também foi informado que as escolas e escritórios deverão ficar fechados em todo o país, por temor a um ataque do Irã em represália ao ocorrido nas últimas horas.

(*) Com Sputnik Brasil.