Milhares de sírios começaram a abandonar a cidade de Homs, localizada no centro da Síria, nesta sexta-feira (06/12), à medida que as forças rebeldes avançam para o sul, em direção a Damasco, a capital.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), a população de Homs iniciou uma fuga em direção à costa oeste, que continua sob controle do governo sírio, à medida que as forças do regime perdem terreno na cidade.
Homs, considerada um ponto estratégico de ligação entre o sul e a região costeira controlada pelo regime de Bashar al-Assad, se tornou um alvo de importância crucial depois da captura das cidades de Aleppo e Hamã pelos extremistas.
A ofensiva, liderada pelo grupo islamista Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), já resultou na tomada de várias cidades e vilarejos ao longo da principal estrada que conecta Damasco a Aleppo, enfraquecendo o regime de Assad. As forças da oposição, que avançaram de forma rápida, estão a cerca de 5 km dos arredores de Homs.
A cidade, que foi a epicentro das manifestações contra o governo sírio em 2011, agora se encontra em risco de ser novamente palco de intensos combates.
Segundo a Al Jazeera, a ONU já estimou que mais de 280 mil pessoas foram deslocadas nos últimos dias devido aos confrontos, com a situação humanitária se tornando cada vez mais grave.
O aumento da violência também resultou em ataques coordenados por forças russas, que têm apoiado o regime de Assad. Fontes da agência Fars apontaram que aproximadamente 300 combatentes rebeldes foram mortos nos últimos dias em ataques aéreos russo-sírios nas províncias de Idlib, Aleppo e Hamã.
Além disso, infraestruturas vitais para as cidades continuam a ser destruídas. Na noite de quinta-feira, o exército sírio enfrentou novos ataques, incluindo a destruição do ponte de Rastan, crucial para a ligação entre Hamã e Homs, em um bombardeio russo, como relatado pela Reuters.
O avanço dos rebeldes em direção a Homs e a violência crescente também estão exacerbando uma crise humanitária já alarmante, com organizações internacionais pedindo mais apoio.
O Ministério de Transportes do Líbano confirmou ataques aéreos israelenses em cruzamentos importantes entre a Síria e o Líbano, dificultando ainda mais o fornecimento de ajuda.
O futuro de Homs permanece incerto. A cidade, que foi retomada pelo regime em 2014 após dois anos de cerco, agora enfrenta a possibilidade de ser perdida mais uma vez para as forças de oposição.
Exército sírio retoma áreas estratégicas em Hamã, diz agência
Na noite da última quinta-feira, o Exército sírio teria conseguido recuperar diversas áreas que estavam sob controle de facções terroristas na província de Hama, após uma série de ataques iniciados no dia 27 de novembro, conforme reportado pela agência de notícias Fars.
Entre os locais retomados estão o quartel-general da 87ª Brigada Especial, o aeroporto militar de Hamã, Jabal Zain al-Abidin, além das localidades de Jattab e Marads, situadas ao norte de Hama.
A importância estratégica da recuperação de Hamã é destacada pela sua localização chave, conectando as províncias de Damasco, Homs, Aleppo e Idlib, além de estar próxima às fronteiras rurais e administrativas com Idlib e Latakia.
Segundo o Ministério da Defesa da Síria, a ofensiva contou com o apoio de ataques aéreos coordenados com aviões russos, resultando na morte de cerca de 300 combatentes das forças opositoras nos últimos dois dias, em Idlib, Alepo e Hama.
O governo sírio acusou as organizações extremistas de receberem apoio de diversos países da região e do mundo, intensificando ainda mais as tensões geopolíticas no contexto da guerra civil síria.
(*) Com Telesur.