As forças israelenses atacaram na madrugada deste sábado (23/11) o centro de Beirute. Ao menos 11 pessoas morreram e 63 ficaram feridas. Israel também bombardeou nesta manhã os arredores do aeroporto internacional do Líbano, ao sul da capital, bastião do grupo Hezbollah.
Foi uma noite aterrorizante para os moradores de Beirute e arredores, com bombardeios que fizeram tremer os prédios da capital libanesa e sua periferia. Uma das explosões mais violentas visou o bairro de Basta, no coração da cidade, densamente povoado.
Seis poderosos mísseis deixaram uma cratera de oito metros de profundidade e levaram um imóvel a desabar. Vários outros prédios foram parcialmente destruídos. Vidros de residências em um raio de 30 metros dos bombardeios não resistiram ao impacto e se estilhaçaram.
“Estávamos dormindo e, de repente, ouvimos três ou quatro explosões. O impacto foi tão forte que pensei que as paredes fossem desmoronar sobre nós”, diz Samir, 60 anos, que vive em frente ao imóvel que desabou.
O morador do bairro Basta afirma ter visto corpos no chão ao deixar seu apartamento, junto com a esposa e os filhos de 3 e 14 anos. “Minhas crianças e minha mulher estavam aos prantos”, contou.
As forças israelenses também visaram áreas em torno do aeroporto internacional, no sul de Beirute, considerado como um bastião do grupo Hezbollah. Em Chiyah, um dos bairros atacados, um imóvel residencial foi reduzido a cinzas. Nos arredores, fachadas de casas vieram abaixo. Em Hadath, no final da manhã deste sábado, bombeiros continuavam a lutar contra as chamas em prédios bombardeados.
Balanço de vítimas provisório
Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, ao menos 11 pessoas morreram e 63 ficaram feridas. Os serviços de resgate continuavam a trabalhar, no início desta tarde, nas áreas visadas pelos bombardeios em busca de sobreviventes. As autoridades libanesas indicaram que o balanço de vítimas definitivo será determinado após “as análises de DNA dos restos humanos coletados”.
As mídias libanesas repercutem as notícias divulgadas pela imprensa israelense sobre o alvo dos ataques. De acordo com o exército de Israel, o objetivo era eliminar Talal Hamiyyé, último combatente do Hezbollah da última geração ainda em vida, e Mohammad Haidar, ex-deputado e chefe das operações do grupo no sul do Líbano. Até o momento, o Hezbollah não se pronunciou sobre os ataques.
Os bombardeios são registrados um dia depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que cerca de 230 profissionais do setor morreram no Líbano desde o início da ofensiva israelense, no final de setembro. Para a organização da ONU, esse número é “extremamente preocupante”. Desde que o Hezbollah começou a retaliar os ataques israelenses contra a Faixa de Gaza, em outubro de 2023, as operações de Israel em solo libanês já deixaram mais de 3.640 mortos.
Paralelamente, a ofensiva de Israel contra o grupo Hamas no enclave palestino continua. A Defesa Civil local contabilizou 19 óbitos e mais de 40 feridos em ataques na última noite. Os bombardeios visaram a Cidade de Gaza, no norte, e Khan Yunes e Rafah, no sul.