Sexta-feira, 11 de julho de 2025
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, condenaram nesta quinta-feira (19/06) os ataques de Israel ao Irã e pediram uma solução negociada para encerrar o conflito, que entra em seu sétimo dia.

Durante uma conversa por telefone, os mandatários declararam que seus países “aderem à mesma abordagem e condenam veementemente as ações de Israel, que violam a Carta da ONU e outras normas do direito internacional”. A informação foi relatada pelo assessor presidencial russo, Yuri Ushakov, em coletiva.

“Moscou e Pequim partem fundamentalmente do pressuposto de que a resolução da situação atual e das questões relacionadas ao programa nuclear iraniano não pode ser alcançada pela força. Uma resolução pode e deve ser alcançada exclusivamente por métodos políticos e diplomáticos”, acrescentou.

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De acordo com a agência TASS, o líder do Kremlin “reafirmou a prontidão da Rússia para realizar esforços de mediação [no conflito entre Israel e Irã], se necessário”.

Por sua vez, a agência estatal chinesa, Xinhua, revelou que, para Xi, que considerou a primeira ofensiva de Tel Aviv em 13 de junho como um violação da soberania e integridade territorial, a questão do cessar-fogo se configura como a principal prioridade entre os países em conflito no Oriente Médio.

“O aumento das tensões regionais não se alinha com os interesses comuns da comunidade internacional […] O uso da força não é a maneira correta de resolver disputas internacionais”, enfatizou o líder chinês.

Presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, condenam Israel por ataques ao Irã
Sofia Sandurskaya/TASS

A conversa entre Xi e Putin foi baseada no Oriente Médio, de acordo com a Xinhua. O veículo detalhou que o presidente russo classificou o ataque israelense às instalações nucleares iranianas como “muito perigoso” e sinalizou que a questão nuclear de Teerã “deve ser resolvida por meio do diálogo e da consulta”, ao mesmo tempo em que ambas as partes do conflito devem garantir a segurança dos civis e evitar uma escalada regional.

“A situação atual no Oriente Médio é muito crítica, o que demonstra mais uma vez que o mundo entrou em uma nova fase de turbulência e mudança”, afirmou Xi. “Se o conflito se intensificar ainda mais, não apenas as partes em guerra sofrerão maiores perdas, como também os países da região sofrerão graves consequências”.

De acordo com um comunicado publicado pela chancelaria chinesa, durante a ligação telefônica, sem menções diretas, o presidente asiático também teria criticado o seu homólogo norte-americano Donald Trump, que recentemente proferiu ameaças de que os Estados Unidos poderiam entrar no conflito.

“A comunidade internacional, especialmente grandes potências que têm influência sobre as partes do conflito, deveriam fazer esforços para promover o resfriamento da situação, não o oposto”, afirma a nota do Ministério das Relações da China.

“A força não é o caminho certo para resolver disputas internacionais e só intensificará o ódio e as contradições”, acrescentou Xi, destacando que o uso indiscriminado da força é inaceitável.

(*) Com Ansa