Trump decidirá entrada dos EUA na guerra contra o Irã ‘nas próximas duas semanas’, anuncia Casa Branca
Segundo comunicado oficial, presidente norte-americano disse que decisão será tomada com base na posição iraniana sobre negociações do programa nuclear
Nas próximas duas semanas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidirá por se unir, ou não, ao regime sionista para participar diretamente da guerra contra Irã, de acordo com um anúncio oficial da Casa Branca nesta quinta-feira (19/06).
A declaração lida pela secretária de imprensa dos EUA, Karoline Leavitt, durante uma coletiva de imprensa vem, segundo ela, diretamente do magnata.
“Com base no fato de que há uma chance de negociações substanciais que podem ou não ocorrer com o Irã em um futuro próximo – tomarei minha decisão sobre ir ou não nas próximas duas semanas”, diz o comunicado.
Pouco antes, uma autoridade israelense havia informado ao jornal The Times of Israel que uma confirmação por parte do mandatário norte-americano estava por vir nos próximos dias. “A expectativa é que eles se juntem, mas ninguém está pressionando. Eles têm que tomar sua própria decisão”, disse o funcionário, sob anonimato.
No início da semana, Trump declarou ao canal norte-americano ABC News ser “possível que nós possamos nos envolver [na guerra], mas não estamos neste momento”, o que aumentou a preocupação da comunidade internacional sobre uma guerra no Oriente Médio com proporções ainda maiores.
Durante uma conversa telefônica nesta quinta-feira, os presidente da Rússia e da China, Vladimir Putin e Xi Jinping, respectivamente, condenaram o regime sionista pelos ataques contra o Irã e, em comunicado, criticaram o mandatário norte-americano por escalar o conflito em vez de fazer “o oposto”.
Nos últimos dias, o magnata subiu o tom, chegando a exigir uma “rendição incondicional” de Teerã e afirmou que o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, é um “alvo fácil”. “Minha paciência já acabou”, salientou na quarta-feira (18/06). Entretanto, apontou não ser “tarde demais” para que o país persa volte às tratativas referentes ao programa nuclear.

Em 4 de fevereiro de 2025, o presidente Donald Trump recebe o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca
Wikimedia Commons/Dan Scavino
Por outro lado, o aiatolá rebateu as ameaças feitas por Trump e ressaltou que sua nação jamais se renderá, além de afirmar que uma eventual entrada norte-americana na guerra ao lado do regime sionista causaria “danos irreparáveis”.
Ainda quinta-feira, questionado pelo Times of Israel sobre as recentes declarações do ministro da Defesa, Israel Katz, nas quais incluiu Khamenei aos “objetivos de guerra”, uma fonte israelense disse que “Katz sempre faz suas declarações de acordo com o que Netanyahu pede que ele faça”.
“Ele não está fazendo isso sozinho”, destacou ao jornal.
Horas antes, o ministro israelense afirmou que o líder iraniano “precisa ser eliminado” durante a atual campanha militar realizada contra o país persa.
“Este homem [Khamenei] não deve permanecer vivo. Esta questão, a questão de deter este homem, eliminá-lo, faz parte da campanha”, disse Katz, em uma declaração que ocorreu após a ofensiva iraniana atingir o hospital de Soroka, em Beersheba, no sul de Israel.
(*) Com Ansa