Trump defende conselheiro após vazamento de ataque militar contra Iêmen
Michael Waltz incluiu jornalista em grupo que debatia ação contra houthis
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira (25/03) seu conselheiro de Segurança Nacional, Michael Waltz, responsável por vazar acidentalmente informações sobre um ataque militar ao Iêmen planejado pelas autoridades norte-americanas.
“Michael Waltz aprendeu a lição e ele é um bom homem”, declarou o republicano em uma entrevista à NBC News. O conselheiro incluiu acidentalmente um jornalista no grupo de um aplicativo de mensagens criptografadas, o Signal, no qual as autoridades planejaram a ação militar. Estavam incluídos no grupo o vice-presidente, J.D Vance, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth.
Segundo a afirmação de Trump, a presença do editor-chefe da revista norte-americana The Atlantic, Jeffrey Goldberg, não teve “nenhum impacto” na operação.
Questionado sobre a justificativa de Waltz para a situação, Trump declarou que o funcionário respondeu que Goldberg “era uma das pessoas de Michael no telefone. Um funcionário tinha o número dele lá”.
Além disso, o presidente norte-americano expressou confiança em sua equipe de Segurança Nacional, dizendo que não estava frustrado pelos eventos que resultaram em um artigo publicado pelo The Atlantic.
Em uma das conversas vazadas, Vance e Hegseth discutem sobre planos militares confidenciais para uma ofensiva contra os houthi — incluindo detalhes sobre envio de armas, alvos e cronograma – e ironizam a Europa, cujo líderes estariam “se aproveitando” dos esforços dos EUA.

“Michael Waltz aprendeu a lição e ele é um bom homem”, declarou Trump sobre o conselheiro
“Eu simplesmente odeio ter que salvar a Europa de novo”, escreveu o usuário identificado como o vice-presidente. Em resposta, Hegseth foi enfático: “Compartilho totalmente seu desprezo pelo parasitismo europeu. É patético”.
O Atlantic informou ainda que Vance também levantou preocupações sobre o momento da ofensiva e enfatizou seu desejo de adiá-los por um mês.
“Não tenho certeza se o presidente está ciente de quão inconsistente isso é com sua mensagem sobre a Europa agora. Há um risco adicional de vermos um aumento de moderado a severo nos preços do petróleo”, escreveu a conta, antes de dizer que estava disposto a apoiar o consenso do grupo.
Mas segundo Trump, a situação foi “o único contratempo em dois meses, e acabou não sendo nada sério”.
Contudo, segundo o jornal Político, citando um alto funcionário do governo dos EUA, havia dito que Waltz poderia ter que renunciar após o episódio. Na publicação, a fonte relatou que os membros da equipe de Trump haviam trocado mensagens sobre o que fazer com o futuro do conselheiro de Segurança Nacional.
Até o momento, porém, não há nada oficial e autoridades da Casa Branca alertaram que o republicano tomará a decisão final nos próximos dois dias, para ter tempo de avaliar os efeitos midiáticos do caso.
(*) Com Ansa
