Atualizada em 17/04/2018 às 10:36
Em 17 de abril de 1790, morre o cientista, político, editor e escritor Benjamin Franklin na cidade de Filadélfia, aos 84 anos. Nascido em Boston em 1706, Franklin tornou-se aos 12 anos um aprendiz junto ao seu irmão James, gráfico e editor. Em 1723, após uma briga com seu irmão, mudou-se para Filadélfia. Depois de uma estada em Londres, fundou com um amigo, em 1728, uma tipografia e editora.
Em 1729, a firma ganhou um contrato para imprimir o papel moeda do estado da Pensilvânia, dando início também à publicação da Pennsylvania Gazette, que era considerado um dos melhores jornais da colônia. De 1732 a 1757, escreveu e publicou o almanaque Poor Richard, um periódico instrutivo e humorístico em que Franklin cunhou provérbios práticos como “Deus ajuda aqueles que se ajudam’ e “Cedo na cama e cedo de pé, torna o homem saudável, rico e sábio.”
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Almanaque do Pobre Ricardo (Poor Richard's Almanac)
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À medida que sua fortuna e prestígio cresciam, Franklin assumia maiores responsabilidades cívicas em Filadélfia, ajudando a fundar a primeira biblioteca circulante da cidade, a força policial, o corpo voluntário de bombeiros e uma academia que viria a se tornar a Universidade da Pensilvânia. De 1737 a 1753, foi diretor dos Correios de Filadélfia, servindo paralelamente como empregado da câmara legislativa da Pensilvânia. Em 1753, tornou-se vice-diretor geral dos Correios, encarregado dos serviços postais de todas as colônias do norte.
Profundamente interessado na ciência e na tecnologia, inventou o fogão Franklin, que ainda hoje é fabricado e a lente bifocal, entre outras invenções práticas. Em 1748, passou a empresa para as mãos do sócio para ter mais tempo a dedicar as suas experiências. O fenômeno da eletricidade o fascinava. Numa dramática experiência, lançou ao vento uma pipa em plena tempestade a fim de provar que o relâmpago é uma descarga elétrica. Mais tarde inventou o para-raio. Muitos termos usados em eletricidade, como positivo, negativo, bateria e condutor foram cunhados por Franklin em seus textos científicos. Foi o primeiro cientista norte-americano a ser altamente considerado nos meios científicos da Europa.
Franklin era uma personalidade muito ativa na política ao tempo das colônias. Em 1754 propôs a união das colônias, o que foi rejeitado pela Corte britânica. Estava na Inglaterra quando o Parlamento aprovou a Lei do Selo, medida tributária para aumentar as receitas para a manutenção do exército britânico nas colônias. Com o aumento das tensões entre as colônias americanas e a Grã Bretanha, permaneceu em Londres, funcionando como representante para várias colônias.
Em 1775, regressou ao seu país, quando a revolução americana se aproximava e foi designado delegado ao Congresso Continental. Em 1776, ajudou a redigir a Declaração de Independência e em julho foi um dos signatários do documento final. Ironicamente, o filho ilegítimo de Franklin, William Franklin, que Franklin e sua mulher criaram, surgiu naquela mesma época como o líder dos ‘Loyalists’, colonos leais à coroa britânica.
Em 1776, o Congresso enviou Benjamin Franklin, uma das mais importantes figuras dos Estados Unidos em guerra, para a França. Calorosamente recebido, conseguiu em 1778 firmar dois acordos que garantiram à nova nação uma significativa ajuda militar e econômica. Em 1781, com o apoio francês, os britânicos foram derrotados. Franklin, John Jay e John Adams negociaram então o Tratado de Paris com a Grã Bretanha, assinado em 1783, que pôs fim à guerra.
Em 1785, Franklin retornou aos Estados Unidos. Em sua última grande função pública, foi delegado à Convenção Constitucional de 1787, tendo trabalhado duramente pela ratificação do documento. Filadélfia prestou-lhe, ao morrer, os maiores funerais que a cidade tinha presenciado até então.