Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Podcasts
História

Hoje na História: 1915 - Alemães introduzem o gás venenoso na Primeira Guerra

Encaminhar Enviar por e-mail

Gás clorídrico foi usado apenas uma vez, em seguida foi introduzido gás mostarda que cobria a pele de bolhas e afetava olhos e pulmões

Max Altman

2011-04-22T12:00:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Atualizado em 21/04/2016 às 17h42

Em 22 de abril de 1915, as tropas germânicas horrorizaram os soldados aliados ao longo do front ocidental ao lançar mais de 150 toneladas de gás clorídrico contra duas divisões francesas em Ypres, Bélgica. Foi o primeiro grande ataque a gás que devastou as linhas aliadas.

Fumaças tóxicas haviam sido ocasionalmente utilizadas desde tempos remotos. Em 1912, os franceses usaram pequenas quantidades de gás lacrimogêneo em operações policiais. Com a deflagração de Primeira Guerra Mundial, os alemães começaram a desenvolver ativamente armas químicas. Em outubro de 1914, os germânicos colocaram algumas pequenas caixas de gás lacrimogêneo em alguns obuses disparados contra Neuve Chapelle, França, porém as tropas aliadas não foram expostas a ele. Em janeiro de 1915, os alemães lançaram obuses carregados com brometo de xileno, um gás mais letal, sobre as tropas russas em Bolimov no front oriental. Devido ao frio hibernal, a maior parte do gás congelou, mas, apesar disso, os russos relataram mais de mil baixas fatais como resultado dessa nova arma química.

WikiCommons

Infantaria com máscara de gás, pouco após a introdução do gás venenoso


Em 22 de abril, os alemães lançaram sua primeira e única ofensiva do ano. Conhecida como a Segunda Batalha de Ypres, começou com o habitual bombardeio de artilharia contra as linhas inimigas. Quando o canhoneio amainou, os defensores aliados aguardavam pela primeira onda de ataque das tropas germânicas, mas ao invés foram levados ao pânico quando o gás clorídrico flutuou pela terra de ninguém e penetrou em suas trincheiras. Os alemães direcionaram o gás venenoso distantes seis quilômetros do front com a ajuda do vento e dizimaram duas divisões de soldados franceses e argelinos. As linhas aliadas ficaram rompidas, mas os germânicos, talvez tão chocados quanto os aliados pelos efeitos devastadores do gás venenoso, deixaram de tomar plena vantagem e os aliados puderam manter a maioria de suas posições.

Imediatamente após o ataque alemão a Ypres, a França e o Reino Unido começaram a desenvolver suas próprias armas químicas e máscaras de gás. Com os alemães tomando a dianteira, um extenso número de projéteis preenchidos com substâncias letais poluíram as trincheiras da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O gás mostarda, introduzido pelos germânicos em 1917, cobriam de bolhas a pele e afetavam olhos e pulmões, matando milhares.

Estrategistas militares defendiam o uso de gás venenoso afirmando que reduzia a capacidade do inimigo de responder e em consequência salvavam vidas nas ofensivas. Na verdade, defesas contra o gás venenoso caminhavam pari passu com o desenvolvimento das ofensivas e ambos os lados empregavam sofisticadas máscaras e roupas de proteção que negavam na essência a importância estratégica das armas químicas.

Os Estados Unidos, que entraram na Primeira Guerra Mundial em 1917, também desenvolveram e utilizaram armamento químico. O futuro presidente Harry Truman (1945-1953) era capitão de uma unidade de artilharia de campo que disparou gás venenoso contra os alemães em 1918. No total, mais de cem mil toneladas de agentes químicos foram despejadas na guerra, cerca de 500 mil soldados foram feridos e cerca de 30 mil mortos.

Nos anos que se seguiram a Primeira Guerra Mundial, Reino Unidos, França e Espanha usaram armas químicas em vários conflitos coloniais, apesar da crescente crítica internacional à guerra química.

Em 1925, o Protocolo de Genebra baniu o emprego das armas químicas na guerra mas não proibiu seu desenvolvimento ou armazenagem. A maioria das grandes potências formou importantes reservas de armas químicas. Nos anos 1930, a Itália empregou armas químicas contra a Etiópia e o Japão as usou contra a China. Na Segunda Guerra Mundial não ocorreu guerra química, principalmente porque os beligerantes possuíam tanto as armas quanto as suas defesas que faziam delas ineficazes. Além do mais, num conflito caracterizado por blitzkrieg (guerra relâmpago) e movimentos rápidos, os estrategistas opunham-se a tudo o que pudesse retardar as operações. A Alemanha, no entanto, usou gás venenoso para exterminar milhões em seus campos de concentração.

Desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), armas químicas foram empregadas apenas em um punhado de ocasiões: no Iêmen (1966-67), na Guerra Irã-Iraque (1980-88). Em 1990, os Estados Unidos e a União Soviética assinaram um acordo para cortar em 80% seus arsenais químicos, com o objetivo de desestimular nações menores a armazenar tais tipos de armas. Em 1993, um tratado internacional foi assinado banindo a produção, a estocagem e o uso de armas químicas, ratificado por 128 nações.

Também nesta data:
404 a.C - Esparta subjuga Atenas pela fome até a rendição
1616 - Na mesma data, morrem William Shakespeare e Miguel de Cervantes
1961 – Generais franceses na Argélia tentam aplicar golpe de Estado

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Guaidó é acusado de pedir desbloqueio de US$ 53 milhões aos EUA para governo paralelo

Encaminhar Enviar por e-mail

Valor seria 'orçamento anual' do gabinete do líder opositor, denuncia Jorge Rodríguez, presidente do Poder Legislativo

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

Caracas (Venezuela)
2021-04-13T22:50:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, denunciou nesta terça-feira (13/04) que o ex-deputado Juan Guaidó pode desbloquear US$ 53, 2 milhões (cerca de R$265 milhões) nos Estados Unidos para manter a estrutura do governo paralelo. 

Segundo Rodríguez, Guaidó e seus aliados enviaram um orçamento anual ao Escritório de Controle de Bens Estrangeiros (OFAC - sigla em inglês), unidade do Departamento do Tesouro, que libera os dólares diretamente das contas venezuelanas em bancos nos EUA.

O montante seria dividido entre o gabinete da presidência de Guaidó, os seus escritórios de Assuntos Exteriores, deputados da antiga Assembleia Nacional, que seriam parte do seu “Conselho Administrativo”, e o canal TV Capitólio, responsável por cobrir atividades da oposição.

Somente para gastos pessoais do ex-deputado Juan Guaidó teriam sido indicados US$ 2 milhões. Os repasses atingem membros dos quatro maiores partidos da oposição, chamado G4: Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática e Um Novo Tempo.

Com base em gravações telefônicas do ex-deputado Sergio Vergara, assessor de Guaidó, a AN pode ter acesso aos detalhes do esquema de desvio de dinheiro público venezuelano.

Vergara foi um dos assessores de Guaidó que assinou o contrato com a empresa militar Silverscorp para colocar em prática a Operação Gedeón – tentativa de invasão paramilitar de maio de 2020.

Desde 2019, a Casa Branca reconhece o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela, deixando sob sua responsabilidade o gerenciamento dos ativos públicos venezuelanos nos Estados Unidos, incluindo a maior empresa pública da Venezuela no exterior: Citgo Petroleum, filial da Pdvsa. 

A Citgo é avaliada em US$ 7 bilhões e tem uma capacidade de refino de 759 mil barris de petróleo anualmente.  Entre 2015 e 2017, teve um lucro de cerca de US$ 2,5 bilhões (R$ 10 bilhões). No esquema revelado por Jorge Rodríguez, a diretoria da Citgo teria acesso a US$ 1,15 milhão do orçamento.

Presidente da AN apresentou detalhes do esquema de desvio do dinheiro público venezuelano por parte da oposição aliada a Guaidó

O valor depositado nas contas dos opositores deveria servir para pagar gastos com transporte, alimentação, segurança e seus salários, como assessores políticos nomeados pelo autoproclamado Guaidó. 

"Esse dinheiro tem servido para comprar suas mansões em Miami. Roubar é a única atividade na qual Guaidó teve êxito", declarou o presidente do Legislativo.  

Neste ano, a OFAC solicitou ao setor guaidosista recortar o "orçamento" e este seria o motivo da reunião liderada por Vergara, que detalhou o passo a passo do repasse do dinheiro no exterior à oposição.   

Em resposta ao pedido do Departamento do Tesouro, Guaidó teria encerrado o programa "Heróis da Saúde", criado em 2020, para oferecer um bônus de US$ 100 como recompensa aos profissionais que trabalham no combate à pandemia na Venezuela. 

"Eles se roubam entre eles mesmos", acusa Rodríguez e aponta que, neste momento, há uma disputa dentro da oposição venezuelana entre Juan Guaidó e Leopoldo López, do partido Vontade Popular, contra Júlio Borges (Primeiro Justiça) e Henry Ramos Allup (Ação Democrática), para liderar o bloco opositor de extrema-direita e ter prioridade no acesso aos recursos financeiros. 

A Venezuela denuncia que possui US$ 7 bilhões bloqueados em entidades bancárias nos Estados Unidos e na União Europeia.

O governo venezuelano denuncia que Guaidó não cumpre com acordos assinados no ano passado para o desbloqueio de parte do dinheiro público que seria destinado para um fundo de combate à pandemia, gerenciado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Na última semana, Guaidó conseguiu sacar cerca de US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 150 milhões) dos fundos depositados em Londres para cobrir gastos pessoais, mas se negou a liberar as reservas de ouro venezuelano retidas no Banco da Inglaterra.

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Rua Rui Barbosa, 381 - Sala 31
São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 3012-2408

  • Contato
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Expediente
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados