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História

Hoje na História: 1865 - Morre Pierre-Joseph Proudhon, principal teórico do anarquismo

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Rompimento do filósofo com Marx marcaria uma das grandes divisões da Associação Internacional dos Trabalhadores

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2020-01-19T13:00:00.000Z

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Em 19 de janeiro de 1865, morre em Passy, na França, Pierre-Joseph Proudhon, filósofo e economista político que seria considerado um dos mais influentes teóricos do anarquismo. 

Nasceu em 15 de janeiro de 1809. De origem humilde, começou a trabalhar cedo numa tipografia, aonde entrou em contato com liberais e socialistas experimentais, que representavam as mais importantes correntes políticas da época.

Em 1838, já graduado pela faculdade de Besançon, foi para Paris e em 1840 publica seu primeiro e maior trabalho: O que é a propriedade? – um estudo sobre o princípio do direito e do governo. Nessa obra afirma-se socialista, criticando a propriedade privada e sustentando que a exploração da força de trabalho alheia era um roubo. Cada pessoa deveria comandar os meios de produção de que se valesse.

O livro atraiu o interesse de Karl Marx que classificou-o como socialista utópico, condição que jamais reconheceu. Os dois corresponderam-se, chegando a se encontrar em Paris. A amizade chegou ao fim quando Marx respondeu ao Sistema das Contradições Econômicas ou a Fiolosofia da Miséria de Proudhon com seu irônico A miséria da filosofia, de 1847. A disputa tornou-se uma das origens da divisão entre as alas marxistas e anarquistas nas reuniões da Associação Internacional dos Trabalhadores.

Proudhon era favorável às cooperativas, bem como à propriedade coletiva dos meios de produção. Opunha-se à nacionalização da terra e das empresas. Considerava que a revolução social poderia ser alcançada por meios pacíficos.

Participou da Revolução de 1848 e entre 1849 e 1852 ficou preso por conta de suas críticas a Napoleão III. Em 1851 escreve Ideia geral de revolução no século XIX, obra em que expõe a visão de uma sociedade federalista de âmbito mundial, sem um governo central, baseada em comunas autogeridas. Os comunistas acabaram por rotulá-lo de reacionário quando defendeu a união entre proletários e burgueses.

Wikimedia Commons
19 de janeiro de 1865, morre em Passy, na França, Pierre-Joseph Proudhon, filósofo e economista político

Numa sequência de argumentos entre O que é propriedade, de 1840, e Teoria da Propriedade, de 1863, fez declarações contraditórias ao considerar a propriedade privada um “roubo”, algo “impossível”, uma forma de “despotismo”, mas, ao mesmo tempo, sinônimo de “liberdade”.

Quando afirmava que propriedade era roubo e despotismo, referia-se ao proprietário de terras, ao capitalista que roubava a mais valia dos trabalhadores. Ao afirmar que propriedade era liberdade, focava-se não só no produto individual do trabalho, mas também no que era produzido em coletividades, no que era capaz de possibilitar pertences pessoais, habitação e ferramentas. Para Proudhon, a única fonte legítima de propriedade era o trabalho e a venda de produtos por um valor justo. Dizia-se socialista e opunha-se à propriedade estatal dos bens capitais.

Em Teoria da Propriedade, reforça: "Em 1840 rejeitei  categoricamente a noção de propriedade, a grupal e a individual", escreveu Phroudon, que reconhecia agora que "propriedade é a maior força revolucionária que existe, com uma capacidade inigualável de se lançar ela própria contra a autoridade. A principal função da propriedade privada dentro de um sistema político deve ser atuar como um contrapeso ao poder do estado, para, desta forma, assegurar a liberdade do indivíduo." 

Como consequência de sua oposição ao lucro, ao trabalho assalariado, à exploração dos trabalhadores, à propriedade da terra e do capital, bem como à propriedade estatal, Proudhon rejeitou tanto o capitalismo quanto o comunismo, adotando o “mutualismo”, que implicava no controle dos meios de produção pelos trabalhadores. 

As ideias de Proudhon rapidamente espalharam-se por toda a Europa, influenciando organizações de trabalhadores e os fortes movimentos sindicais da Rússia, Itália, Espanha e França.

O legado teórico de Proudhon é retomado por outros importantes autores como Mikhail Bakunin, Piotr Kropotkin, Enrico Malatesta, Emma Goldman. Em Confissões de um Revolucionário, Proudhon afirmou que anarquia é ordem, expressão que durante a Guerra Civil Espanhola inspiraria o símbolo A de anarquia dentro de um círculo que simboliza o O de ordem.


Também nesse dia:

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1903 - É realizada a primeira transmissão rádio-transoceânica
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Constituinte no Chile

'Base de um Chile mais justo', diz presidente da Constituinte na entrega de texto final

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Ao cumprir um ano de debate, Convenção Constitucional encerra trabalhos com entrega de nova Carta Magna a voto popular

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-07-04T21:39:54.000Z

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Aconteceu a última sessão da Constituinte chilena nesta segunda-feira (04/07) com a entrega de uma nova proposta de Constituição para o país. 

"Esta proposta que entregamos hoje tem o propósito de ser a base de um país mais justo com o qual todos e todas sonhamos", declarou a presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros. 

Após um ano de debates, os 155 constituintes divulgaram o novo texto constitucional com 178 páginas, 388 artigos e 57 normas transitórias.

O presidente Gabriel Boric participou do ato final da Constituinte e assinou o decreto que convoca o plebiscito constitucional do dia 4 de setembro, quando os chilenos deverão aprovar ou rechaçar a nova Carta Magna.

"Hoje é um dia que ficará marcado na história da nossa Pátria. O texto que hoje é entregue ao povo marca o tamanho da nossa República. É meu dever como mandatário convocar um plebiscito constitucional, e por isso estou aqui. Será novamente o povo que terá a palavra final sobre o seu destino", disse.

No último mês, os constituintes realizaram sessões abertas em distintas regiões do país para apresentar as versões finais do novo texto constitucional. A partir do dia 4 de agosto inicia-se a campanha televisiva prévia ao plebiscito, que ocorre em 4 de setembro. 

Embora todo o processo tenha contado com ampla participação popular, as últimas pesquisas de opinião apontam que a nova proposta de constituição poderia ser rejeitada. Segundo a pesquisa de junho da empresa Cadem, 45% disse que votaria "não", enquanto 42% dos entrevistados votaria "sim" para a nova Carta Magna. No entanto, 50% disse que acredita que vencerá o "aprovo" no plebiscito de setembro. Cerca de 13% dos entrevistados disse que não sabia opinar.

Reprodução/ @gabrielboric
Presidente da Convenção Constitucional, María Elisa Quinteros, e seu vice, Gaspar Domínguez, ao lado de Gabriel Boric

"Além das legítimas divergências que possam existir sobre o conteúdo do novo texto que será debatido nos próximos meses, há algo que devemos estar orgulhosos: no momento de crise institucional e social mais profunda que atravessou o nosso país em décadas, chilenos e chilenas, optamos por mais democracia", declarou o chefe do Executivo. 

Em 2019, Boric foi um dos representantes da esquerda que assinou um acordo com o então governo de Sebastián Piñera para por fim às manifestações iniciadas em outubro daquele ano e, com isso, dar início ao processo constituinte chileno.

Em outubro de 2020 foi realizado o plebiscito que decidiu pela escrita de uma nova constituição a partir de uma Convenção Constitucional que seria eleita com representação dos povos indígenas e paridade de gênero.

"Que momento histórico e emocionante estamos vivendo. Meu agradecimento à Convenção que cumpriu com seu mandato e a partir de hoje podemos ler o texto final da Nova Constituição. Agora o povo tem a palavra e decidirá o futuro do país", declarou a porta-voz do Executivo e representante do Partido Comunista, Camila Vallejo.

A composição da Constituinte também foi majoritariamente de deputados independentes ou do campo progressista. Todo o conteúdo presente na versão entregue hoje ao voto público teve de ser aprovado por 2/3 do pleno da Convenção para ser incluído na redação final.

Com minoria numérica, a direita iniciou uma campanha midiática de desprestígio do organismo, afirmando que os deputados não estariam aptos a redigir o novo texto constitucional. Diante dos ataques, o presidente Boric convocou os cidadãos a conhecer a fundo a nova proposta, discutir de maneira respeitosa as diferenças e votar pela coesão do país, afirmando não tratar-se de uma avaliação do atual governo, mas uma proposta para as próximas décadas. 

"Não devemos pensar somente nas vantagens que cada um pode ter, mas na concordância, na paz entre chilenos e chilenas e pela dignidade que merecem todos os habitantes da nossa pátria", concluiu o chefe de Estado.

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