No dia 21 de agosto de 1770, o capitão James Cook reivindica o território da atual Austrália para a coroa do Reino Unido e dá a ele o nome de Nova Gales do Sul. Sua viagem apenas a primeira de uma série de expedições exploratórias nos mares do Sul em busca de um mítico continente. A Austrália teria sido visitada antes por navegadores portugueses, como Cristóvão de Mendonça (1522) e Gomes de Sequeira (1525). A partir do século XVII holandeses também teriam navegado pela região.
James Cook (1728-1779), foi um navegador, cartógrafo e explorador britânico. Realizou três viagens pelo Oceano Pacífico. A primeira, entre 1768 e 1771, percorreu as instâncias da Royal Society com o objetivo de observar o trânsito de Vênus pelo Sol. Em 13 de abril de 1769, comandou o navio HMB Endeavour rumo ao Taiti, contornando o cabo de Hornos no extremo da América do Sul e seguindo rumo ao oeste pelo Pacífico. Com suas observações concluídas, parte em busca do continente mais austral, a grande “Terra Australis” que se imaginava presente nas redondezas do Polo Sul.
Com a ajuda de Tupaia, um taitiano que conhecia bem a geografia do Pacífico, Cook chegou à Nova Zelândia. Fez um mapeamento de toda a costa local e descobriu o estreito que mais tarde levaria seu nome. Em seguida, partiu rumo oeste para tentar chegar à Tasmânia.Por conta de imprevistos climáticos, contudo, acabou na costa sudeste da Austrália. Continuou na direção norte, bordeando e mapeando a ilha. Ao atravessar uma barreira de corais, o barco ficou bastante danificado e teve de ser reparado em uma praia próxima da foz do rio Endeavour.
Os cientistas que acompanhavam a expedição recolheram amostras da flora e da fauna e entraram em contato com aborígenes pacíficos. Surgiu ali uma situação anedótica: os autóctones não compreendiam o que os ingleses diziam e respondiam “gangaroo”. O termo significava “não entendo”, mas os ingleses o incorporaram para designar o animal canguru.
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Cientistas que acompanhavam a expedição recolheram amostras da flora e da fauna e entraram em contato com aborígenes pacíficos
Navegaram depois através do estreito de Torres, entre Austrália e Papua Nova Guiné. Até então, Cook não havia perdido nenhum homem por causa do escorbuto, fato raro em viagens de longa distância por mar. Ele obrigava sua tripulação a se alimentar com frutas cítricas, embora não soubesse a razão pela qual isso prevenia a doença. Foi apenas quando desembarcou em Batávia, capital das Índias Orientais Holandesas que boa parte de sua população padeceu de malária.
Na segunda viagem, que se estendeu de 1772 a 1775, Cook comandou a embarcação HMS Resolution, enquanto seu colega, Tobias Furneaux, chefiava o HMS Adventure. A expedição deu a volta ao mundo pelo círculo polar antártico. Em meio à névoa antártica, os dois barcos se separariam. Furneaux seguiu para a Nova Zelândia e dali para a Inglaterra enquanto Cook continuou explorando o entorno da Antártida. Foi por muito pouco que deixou de descobrir o continente. Ele acabou dirigindo-se ao norte, em direção ao Taiti, para reabastecer a embarcação. Durante a viagem de regresso, passaram pelas ilhas Friendly, Pascua e Vanuatu.
Em sua terceira e última viagem, que vai de 1776 a 1779, comandou mais uma vez o HMS Resolution. Ao mesmo tempo, o capitão Charles Clerke conduzia o HMS Discovery. Em 1778, tornou-se o primeiro europeu a visitar o Havaí. O arquipélago receberia o nome de Ilhas Sandwich em homenagem ao Conde de Sandwich, chefe da Marinha Real. Seguiu a leste para explorar a costa oeste da América do Norte, desde a Califórnia até o estreito de Bering, que não chegou a atravessar.
Voltou ao Havaí em 1779. Em 14 de fevereiro, na baía Kealakekua, alguns havaianos roubaram um pequeno bote pertencente a Cook. Normalmente, reféns eram aprisionados até que os bens roubados fosse devolvidos. Cook, contudo, planejou sequestrar o rei de Havaí, Kalaniopuu. Sua estratégia gerou um enorme conflito com os nativos, que o mataram e, em seguida, o devoraram.
Clerke assumiu o comando da expedição e fez uma tentativa final de cruzar o estreito de Bering. O Resolution e o Discovery regressaram a Londres em 1780. Os onze anos de navegação de pelo Pacífico contribuíram em grande medida para acrescentar os conhecimentos sobre a zona. Sua maior proeza foi a criação da cartografia naval, de grande precisão, de grandes áreas do Pacífico.
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