Sob controle da ONU, o Togo adquire sua independência da França em 27 de abril de 1960, por meio de acordo com a administração colonial.
O país sofreu com o tráfico de escravos, com os laços comerciais entre os negociantes escravistas e os reis tribais a partir do século XVI até meados do século XIX. Em 1884, o rei Mlapa III assinou um tratado de protetorado com a Alemanha que perdurou até o final da I Guerra Mundial em 1918.
Em 1914, tropas francesas entram em contato com a força alemã. Uma tropa da força pública do Congo Belga (atual República Democrática do Congo) vem em socorro. Os alemães perdem o Togo, que seria dividido entre Reino Unido e França. A parte francesa é colocada sob mandato da Sociedade das Nações. O Reino Unido anexa a parte oeste da região a Gana em 1956.
Pós-independência
Alcançada a independência, Sylvanus Olympio torna-se presidente. Por instigação do comandante francês Georges Maitrier, chefe da polícia e conselheiro presidencial, 626 veteranos togoleses do exército francês exigem ser integrados nas forças de segurança que contavam com 300 membros. Olympio recusa. Eles o destituem num golpe de Estado em 13 de janeiro de 1963, quando Olympio encontra a morte.
Um civil, Nicolas Grunitzky (1963-1967) é alçado à Presidência, porém, quatro anos mais tarde, em seguida a outro golpe de Estado, foge do país. Morre em Paris, em 27 de setembro de 1969, num acidente de carro.
Um dos organizadores do golpe de 1963, Gnassingbé Eyadema é promovido a presidente em 1967. Suprime os partidos e cria a União do Povo Togolês. Uma nova constituição é aprovada em 1979, o presidente Eyadema é eleito por sufrágio universal e reeleito em 1986.
Em 1990, em seguida a violentas manifestações, um líder da oposição Joseph Koffigoh é nomeado primeiro-ministro. A adoção de uma outra constituição em 1992 não é capaz de conter os ânimos. Em 1993, Eyadema ganha outra eleição boicotada pela oposição e quase é derrotado nas eleições de 1998 diante de Gilchrist Olympio, filho de Sylvanus. Conquista a cadeira presidencial em condições muito controvertidas.
Eyadema é novamente reeleito em 2003 após emenda constitucional que lhe permitiu postular-se de novo. Morre em 5 de fevereiro de 2005, pondo fim a 38 anos de presidência consecutivos.
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Alcançada a independência, Sylvanus Olympio torna-se presidente
O exército toma o poder, transgredindo a constituição que dispunha que o presidente da Assembleia Nacional, Fambaré Natchaba, é quem deveria assumir. No entanto, confere o poder a um dos filhos de Eyadema, Faure Gnassingbe, após dupla alteração da Carta Magna. Essas emendas permitem a Faure, ministro por ocasião da morte do pai, retomar sua cadeira no Parlamento, se fazer eleger presidente da Assembleia a fim de ocupar o posto de presidente da República, tudo isto resolvido num fim de semana.
Sob pressão da oposição, da União Africana e da comunidade internacional, esse golpe de Estado fracassa em 25 de fevereiro de 2005 com a demissão de Faure e o restabelecimento da legalidade.
Em 24 de abril de 2005 realiza-se uma eleição presidencial. Ela transcorre em condições bastante controvertidas, com a oposição denunciado fraudes. Emmanuel Akitani, chefe da oposição, se declara vencedor com 70 % dos votos, enquanto o governo declara Faure eleito. Manifestações eclodem nas principais cidades e seriam violentamente reprimidas pelo Exército, provocando 500 mortos segundo estimativas de uma comissão especial e mais de 800 segundo a Liga Togolesa de Direitos Humanos. Cerca de 40 mil se refugiam em países vizinhos.
Em 3 de maio, Faure presta juramento e declara que se concentrará “na promoção do desenvolvimento, do bem comum, da paz e da unidade nacional”.
Na eleição presidencial de fevereiro de 2010, Faure Gnassingbé se reelege com 61% dos votos. Manifestações têm lugar em protesto aos resultados entre militantes da coalizão de oposição e as forças da ordem. As eleições foram denunciadas pela União Europeia, que financiou o pleito, que, por meio de observadores, constatou irregularidades graves.
Curiosidades
Um dos menores países africanos, com apenas 56 785 km², a República Togolesa é um país da África Ocidental cuja população é estimada em cerca de 6,2 milhões de habitantes e uma desidade populacional de 95 hab/km².
Seu território se estende por 700 km de norte a sul com largura não excedendo de 100 km, limitado ao norte por Burkina Faso, ao sul pelo Golfo da Guiné, a leste por Benin e a oeste por Gana.
A pequena superfície não impede que o país disponha de grande diversidade de paisagens: costa de fina areia cercada de coqueiros, colinas, vales verdejantes, pequenas montanhas no centro, planícies áridas e grandes savanas.
O nome Togo advém de Togodo, o que significa ‘‘cidade para além da falésia’’ no idioma ewe. A cidade com esse nome, hoje Togoville, cidade colonial alemã, foi primeira capital do país situada a leste da atual capital, Lomé.
Também nessa data:
1937 – Aviões alemães bombardeiam a cidade basca de Guernica
1944 – África do Sul elege Mandela em primeiras eleições multirraciais
1978 – Com apoio soviético, golpe põe fim ao governo de Daoud Kahn no Afeganistão
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.