Em 21 de julho de 1798, não distante das pirâmides de Gizé, o general Napoleão Bonaparte derrota os mamelucos – escravos que geralmente serviam a seus amos como criados domésticos e eventualmente eram usados como soldados pelos califas muçulmanos e pelo Império Otomano – na chamada Batalha das Pirâmides.
Habilmente explorada pela propaganda napoleônica, esta batalha iria magnificar a imagem de um general vencedor, agregando-lhe um toque suplementar de exotismo e de epopeia oriental.
Isto não impediu de a expedição do Egito desembocar num fiasco militar, o primeiro antes daquele de Santo Domingo, Espanha e Rússia. A Pedra de Roseta, posteriormente decifrada por Champolion, foi encontrada durante esta campanha. No entanto, em termos militares, a campanha foi um desastre. Houve desperdício de vidas, de dinheiro e de materiais. Não teve influência na balança do poder internacional.
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Napoleão Bonaparte permaneceu no Egito até 1799
Esta expedição foi decidida em 1797 pelo governo republicano do Diretório após uma série de vitórias na Europa que permitiram à “Grande Nação” francesa atingir suas “fronteiras naturais” sobre o Reno, mas não de vencer a Inglaterra.
O general Napoleão Bonaparte, por força de suas vitórias na Itália, abrigava o sonho de uma expedição oriental que permitisse cortar à Inglaterra o caminho das Índias. O ministro das Relações Exteriores, Talleyrand, partilhava deste sonho. Como consequência, o Diretório decide, no começo de 1798, invadir a Confederação Suíça, aliada secular da França, a fim de financiar a futura expedição do Oriente, contando com o tesouro de Berna.
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Bonaparte, recentemente nomeado membro do Instituto da França, junta uma plêiade de jovens cientistas, engenheiros, artistas e humanistas. Entre eles o artista aventureiro Vivant Denon, que obtém aos 51 anos a oportunidade de sua vida, o matemático Gaspard Monge e o naturalista Geoffroy Saint-Hilaire.
A frota zarpa de Toulon em 19 de maio com um total de 54 mil homens. Toma de passagem a ilha de Malta. Três séculos antes, a ilha havia sido confiada por Charles V aos Cavaleiros da Ordem Hospitalária de São João de Jerusalém, denominada em seguida de Rhodes e depois de Malta.
Por fim, o corpo expedicionário desembarca em Alexandria em 2 de julho, após ter escapado quase por milagre da perseguição da frota britânica comandada por Nlson. O Egito, sob a autoridade nominal do sultão de Istambul, era então dominado por uma casta militar, os mamelucos. Apressado em concluir a expedição, Bonaparte se dirige de Alexandria ao Cairo pelo caminho mais curto, através do deserto.
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Chegou enfim o confronto decisivo com as tropas de Mourad Bey, ao pé das pirâmides. A batalha dura apenas duas horas. Com seu senso de propaganda, o general inventa, a propósito desta jornada, o célebre discurso: “Soldados, pensem que do alto dessas pirâmides, quarenta séculos vos contemplam!” Era o ponto culminante da expedição ao Egito.
O general Louis Desaix perseguiu os fugitivos até o Alto Egito, completando a submissão do país.
Prisioneiro de suas conquistas, Napoleão só queria de lá partir, o mais rápido possível. Isto ocorreria em 8 de outubro de 1799, quando desembarca em Frejus, localizada na Costa Azul da França. O infeliz exército do Egito se renderia aos ingleses em 31 de agosto de 1801.
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