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Hoje na História

Hoje na História: 1484 - Papa Inocêncio VIII ordena bula que intensifica caça à bruxas

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Pontífice endossou o relatório Malleus Maleficarum, que se tornou um manual para perseguir e matar mulheres

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2021-12-05T14:30:00.000Z

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Por intermédio da bula de 5 de dezembro de 1484, o papa Inocêncio VIII ordena uma investigação acerca dos bruxos, bruxas e bruxaria, com vistas a definir os sinais pelos quais se poderia reconhecer o pacto do indivíduo com o diabo. 

Considerado um dos papas mais fracos do século XV, sua indicação aconteceu graças a um impasse na feroz disputa pelo papado entre os cardeais Bórgia e Giuliano della Rovere. Temerosos de que a disputa entre os dois levasse à escolha do cardeal Barbo, tido como homem de princípios rígidos e um possível reformador da Igreja, uniram forças e conseguiram eleger o inofensivo Cibo, que se tornou papa com o nome de Inocêncio VIII. 

Foi o primeiro papa a reconhecer publicamente seus filhos e filhas bastardos, para os quais procurou arranjar casamentos vantajosos. Um de seus filhos, Franceschetto, tornou-se conhecido por seus excessos, e deve ter dado um bocado de dor de cabeça, até que o papa conseguiu casá-lo com uma das filhas do poderoso Lourenço de Médici, Madalena.

Seu papado foi gasto com os luxos e as disputas políticas usuais da época. Para elevar a arrecadação, aumentou o número de cargos negociáveis e acabou perdendo o controle da corrupção dos seus administradores, o que resultou no escândalo da venda de bulas falsificadas. 

Teve o mérito de apoiar a proposta de Cristóvão Colombo junto ao rei da Espanha, mas também promulgou o édito expulsando da Espanha todos os judeus não convertidos ao cristianismo. 

Em 1492, Inocêncio VIII tornou-se a primeira pessoa a receber uma transfusão de sangue, numa tentativa desesperada de reanimá-lo quando já estava em coma. Não resolveu e os três jovens doadores também morreram pouco depois, possivelmente devido à perda de sangue ou embolia.

Infelizmente para milhares de pessoas, principalmente mulheres, que foram as mais afetadas, Inocêncio VIII logo no início de seu pontificado teve a atenção voltada para a questão da bruxaria, e emitiu em dezembro de 1484 a bula “Summis desiderantes affectibus”.  

Os dois inquisidores dominicanos encarregados do assunto, Heinrich Kramer e James Sprenger, produziram em seguida um dos mais tenebrosos documentos já escritos, o “Malleus Maleficarum” (Martelo das Feiticeiras), no qual apresentaram justificativas teológicas e “oficializaram” as superstições da época que provocavam a perseguição às supostas bruxas, e que logo se tornou o manual dos que se dedicavam a essa tarefa. 

A importância histórica desta bula é que por meio dela a Igreja reconheceu a existência das bruxas e da bruxaria e deste modo autorizou as perseguições que se seguiram, não só na Alemanha, mas em todos os outros países em que tinha influência. 

A bula foi julgada necessária devido à resistência de autoridades eclesiásticas e civis em apoiar o “trabalho” dos dois fanáticos inquisidores no Sul da Alemanha. 

Curiosamente, no fim da Idade Média, enquanto a fé medieval recuava em proveito da filosofia greco-romana, é que as pretensas feiticeiras são designadas para a vingança pública. 

Na Idade Média não se queimavam as feiticeiras e sim as expunham e as tratavam como pobres loucas. Tudo muda a partir do momento em que desaparece a Inquisição na França e nos países germânicos. Os tribunais civis herdam os processos de bruxaria e os juízes, à diferença dos inquisidores, acreditam plenamente no poder maléfico das bruxas. Em consequência, a fazem queimar a exemplo dos heréticos. 

A caça às bruxas é um fenômeno característico da Renascença – fim do século XV, séculos XVI e XVII. Começam por volta de 1430 e a maior parte tem lugar entre 1560 e 1630. Entre 30 e 60 mil mulheres foram enviadas à fogueira em cerca de dobro de processos. 

Essas perseguições seviciavam com mais intensidade nas regiões germânicas e sobretudo na Suíça. Somente no cantão de Vaud pôde-se contar um total de 1.700 fogueiras. A última bruxa, Anna Göldi, foi decapitada em 1782 no cantão suíço de Gladis. Foi reabilitada em 28 de agosto de 2008.



Também nesta data:
1492 - Cristóvão Colombo se torna primeiro navegador europeu a colocar os pés na ilha de Hispaniola
1791 - Morre o compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart
1920 - Lei Seca é abolida após 13 anos de proibição ao álcool
1870 - Morre escritor francês Alexandre Dumas
1945 - Aviões da Marinha dos EUA desaparecem no Triângulo das Bermudas

(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016. 

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Guerra na Ucrânia

Rússia interrompe fornecimento de gás para Finlândia

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País escandinavo disse que a partir de agora gás será fornecido por meio do gasoduto Balticconnector, que liga a Finlândia à Estônia

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-05-21T20:55:00.000Z

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A empresa estatal russa Gazprom confirmou neste sábado (21/05) que interrompeu o fornecimento de gás à Finlândia, após o país confirmar sua candidatura a membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A informação foi divulgada pela agência russa Tass, um dia após a estatal finlandesa de energia Gasum anunciar ter sido comunicada de que o abastecimento seria bloqueado às 7h (horário local) de hoje.

"O fornecimento de gás natural para a Finlândia sob o contrato da Gasum foi interrompido", disse a empresa do país escandinavo, acrescentando que agora o gás será fornecido por meio do gasoduto Balticconnector, que liga a Finlândia à Estônia.

O bloqueio do gás russo ocorre depois que a empresa finlandesa já havia confirmado que não pagaria pelo gás natural vendido pela Gazprom em rublos, como exige o regime do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em retaliação pelas sanções econômicas impostas pela União Europeia (UE).

Com isso, a Finlândia se torna o terceiro país da UE para o qual Moscou interrompe o fornecimento de gás natural, juntando-se a Bulgária e Polônia.

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