Tamerlan, descendente longínquo de Gengis Khan, muçulmano convicto, morre em 18 de fevereiro de 1405 em Otrar, atual Uzbequistão. Construiu um império em torno do Afeganistão atual. Ao preço de grandes massacres, atacou seus vizinhos, mongóis, indianos e árabes, incendiando as cidades de Damasco e Bagdá.
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Em 1402, derrotou o sultão otomano Bajazet em Angora. Esta gigantesca batalha propiciou um adiamento inesperado a Constantinopla, a ponto de ser conquistada pelos otomanos, deixando tempo para os ocidentais recolherem as relíquias bizantinas.
Pode-se hoje admirar o mausoléu de Tamerlan em Samarcande, capital de seu antigo império, no atual Uzbequistão. O local conta com intensa visitação até hoje.
No final da Idade Média, perto de 2 séculos após a expansão mongol, Tamerlan ergue um império mais restrito e efêmero que Gengis Khan. No entanto, suas conquistas transtornam o mundo muçulmano e o Oriente. As consequências se farão sentir duradouramente tanto em Nova Déli quanto em Constantinopla.
Tamerlan era um herdeiro afastado dos conquistadores turcos e mongóis e se apresentava como descendente de Gengis Khan.
Cada tomada de cidade era acompanhada de pilhagem em regra e do massacre da população. Em 1387, após a tomada de Ispahan, todas as cabeças cortadas formavam 38 voltas em torno das ruínas da cidade. Usa selvageria semelhante na Síria, submetida aos mamelucos, em 1401.
Voltou-se em 1391 contra seus vizinhos mongóis da Horda de Ouro, ao norte, onde o jugo pesava sobre os habitantes eslavos da Moscóvia. Depois, invadiu o sultanato de Nova Déli, que reinava sobre a Índia do Norte, esmagando seu exército em Panipat em 17 de dezembro de 1398. Nova Déli, por seu turno, é saqueada e Tamerlan retorna à Transoxiana, rico de um fabuloso butim.
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Em Angora, Tamerlan dispõe de três corpos de exército, com soldados originários do Cáucaso, da Ásia Central, das Índias e da Sibéria. Tinha igualmente 50 elefantes de guerra.
Diante dele, Bajazet dispunha de tropas também diversas, numerosas e experimentadas, talvez menos expertas em violações e pilhagens. Orgulhava-se de sua famosa milícia de janízaros e de 40 mil cavaleiros sérvios comandados pelo rei Étienne. Várias centenas de milhares de homens, um milhão talvez, iriam se defrontar em meio ao calor escaldante e ao pó.
O sultão Bajazet é vencido e feito prisioneiro malgrado o bom comportamento de seus janízaros e dos cavaleiros sérvios. Morre de maus tratos em 9 de março de 1403, ao cabo de 8 meses de detenção numa gaiola de ferro. Seu império foi desmantelado e os filhos iriam brigar entre si durante 10 anos.
Após sua vitória em Angora, Tamerlan não mais teve oportunidade de prosseguir em seus estragos. Conquista ainda a cidade cristã de Smirna, decapita todos os seus habitantes e retorna ao Oriente.
Morre pouco depois em 18 de fevereiro de 1405, preparando-se para atacar a China sem deixar muitos arrependimentos.
Dividido entre os filhos, o império não sobreviveu. À frente de pequenos reinos, seus descendentes, os Timurides, iriam, todavia, perpetuar sua dinastia com certo brilho em torno de Samarcande e de Herat, até o alvorecer do século 16.
Um afastado descendente de Tamerlan, Babur Chah, iria então partir para a conquista da Índia. Numa nova Batalha de Panicat, em 21 de abril de 1526, derroca definitivamente o sultanato de Nova Déli e instaura o império dos mongóis, que iria perdurar até a conquista inglesa.
Também nesta data:
1294 – Morre o imperador mongol Kublai Khan
1564 – Morre o artista renascentista Michelangelo
1943 – Gestapo prende os líderes da organização de resistência alemã Rosa Branca
1967 – Morre o físico Robert Oppenheimer