Augustin-Jean Fresnel, físico francês, que contribuiu significativamente para a teoria da óptica ondulatória, morre em Ville d’Avray, em 14 de julho de 1827, aos 39 anos. É considerado o fundador da óptica moderna.
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Físico francês Augustin-Jean Fresnel
Demonstrou experimentalmente a natureza ondulatória da luz e explicou os fenômenos da polarização e da dupla refração. Inventou o biprisma de faixas (Biprisma de Fresnel), com o qual se pode estudar os fenômenos de interferência, e o sistema formado por dois espelhos planos em ângulo (Espelhos de Fresnel), com o qual se obtém focos de lua coerentes. Idealizou, outrossim, um método geométrico (Construção de Fresnel) para determinar a amplitude e o ângulo de fase de um movimento oscilatório resultante de outros dois de igual frequência e fases diferentes, em que as amplitudes dos movimentos componentes são consideradas como vetores e se obtém sua soma pela regra do paralelogramo. As chamadas Equações de Fresnel permitem relacionar a intensidade de um feixe luminoso com a intensidade de dois feixes, refletido e refratado. Foi membro da Academia de Ciências francesa e da Royal Society.
Formado na Escola Central de Caen, posteriormente na Escola Politécnica e na Escola Nacional de Pontes e Calçadas, Fresnel trabalhou como engenheiro até 1814, quando perdeu o cargo por ter se alistado no pequeno exército que se apôs ao regresso de Napoleão da Ilha de Elba.
Regressou a Caen, onde iniciou suas famosas investigações sobre a teoria da luz. Dotado de faculdades técnicas pouco comuns, conseguiu fabricar delicados instrumentos com objetos mais corriqueiros.
A partir de 1815, suas descobertas científicas se sucederam com uma rapidez inigualável, como se agisse premido pelo seu trágico e prematuro fim. Ao contrário da maioria dos cientistas, aceitou a teoria ondulatória da luz, sistematizada pouco antes pelo inglês Thomas Young. Fixou sua atenção inicialmente no fenômeno da difração, do qual expôs uma teoria incorreta, corrigida um ano depois num artigo apresentado à Academia de Ciências. Ao longo dos anos seguintes desenvolveu-a na clássica Memória sobre a difração e a dupla difração, que obteve prêmio da Academia em 1819.
Em sucessivas investigações, Fresnel se ocupou das relações entre o movimento terrestre e a propagação da luz e da refração dos corpos em movimento. Aprofundou-se na teoria da polarização, acolheu a hipótese de Bernoulli-Young do caráter transversal das oscilações luminosas e analisou matematicamente as supostas propriedades dinâmicas do éter. Por meio de uma célebre experiência levada a cabo com François Arago em 1816, demonstrou que duas superfícies de luz polarizadas em ângulo reto não produzem nunca interferências e dão sempre lugar à mesma intensidade lumínica.
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Esse raro comportamento foi discutido durante muito tempo e levou Fresnel ao mencionado conceito do caráter transversal das oscilações da luz. O experimento realizado com Arago não veio a lume até 1819. No entanto, seu resultado era tão paradoxal que o colaborador de Fresnel não quis firmar o registro das experiências. Acontece que essa experiência abriu o caminho para a nova teoria eletromagnética da luz.
Três memórias apresentadas por Fresnel à Academia durante os anos 1821-1822, verdadeiras obras-primas de física-matemática, com geniais incursões na geometria superior, provocaram a admiração de Laplace e outros cientistas.
Após seu falecimento, os textos do grande físico francês converteram-se numa espécie de evangelho e de tabu. Acreditava-se que Fresnel não só havia sistematizado genialmente um grupo vastíssimo de fatos como havia sistematizado para sempre a óptica, de modo que não havia já nada essencialmente novo que descobrir. No entanto, a primeira modificação importante a introduziu Maxwell, quem substituiu as vibrações mecânicas pelas ondas eletromagnéticas. Vieram mais tarde a experiência de Michelson e a Teoria da Relatividade, que acabaram por matar o éter de Fresnel. Com os fenômenos quânticos teve-se de reconhecer que se bem que luz é onda, como demonstrou Fresnel, era também corpúsculo.
Essas novas descobertas limitam mas não destroem o alcance das ideias de Fresnel. A experiência dos espelhos e do biprisma, a superfície, o paralelepípedo, as integrais de Frsnel, sua teoria da polarização da luz, com suas distinções que são outras tantas descobertas, e a crítica da teoria corpuscular de Newton, foram grandes conquistas.
Fresnel se dedicou, com êxito, ao aperfeiçoamento dos dos faróis marítimos e propôs o emprego de lentes compostas em lugar de espelhos.
De temperamento reservado, não foi vaidoso. Careceu por completo daquela sensibilidade, ou melhor, daquela vaidade chamada ‘amor à glória’. Escfeveu a seu amigo Young, a quem fez esta confissão: “Todos os cumprimentos recebidos de Laplace, Arago e Biot não me causaram tanto prazer como o que alcancei ao descobrir uma verdade teorética ou ao ver confirmado um cálculo matemático pela experiência.”
Também nesta data:
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