Atualizada em 01/12/2017 às 12:00
Serguei Kirov, membro do Politburo (comitê) do Partido Comunista da União Soviética e figura política destacada de Leningrado, é assassinado no Instituto Smolny em 1º de dezembro de 1934. O assassinato foi cometido por um certo Leonid Nikolaev, jovem membro do partido. Segundo as autoridades, houve também a ação de de um complô trotskista e zinovievista contra o poder.
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Fotografia mostra Serguei Kirov e Josef Stalin na cidade de Sochi, em 1934
De fato, foi uma oportunidade para Josef Stalin lançar os expurgos. Um decreto publicado nos dias subsequentes permitiu regulamentar a sorte dos condenados e dos chamados “guardas brancos”. Depois do “Centro de Leningrado”, diversas organizações seriam desmanteladas, enquanto Gregori Zinoviev – opositor de Stalin – era preso. Esses acontecimentos dariam lugar aos grandes processos de 1936.
Segundo versões publicadas por Leon Trótsky, já no exílio, o assassinato de Kirov teria sido instigado por Stalin, que o considerava como perigoso rival na condução do partido, e fosse qual fosse o exato papel de Stalin na morte de Kirov, valeu-se do assassinato como pretexto para eliminar muitos dos seus oponentes no partido, no governo, nas forças armadas e na ‘intelligentsia’.
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A eliminação de Kirov serviu de base para sete processos distintos e para a prisão de centenas de notáveis figuras na vida política, cultural e militar do país. Ainda segundo as mesmas fontes, cada processo contradizia o outro em detalhes fundamentais e diferentes indivíduos foram considerados culpados na organização da morte de Kirov por distintos meios e variadas motivações políticas.
Por volta de 1930, a popularidade de Kirov era crescente, sendo já considerado como um dos possíveis sucessores de Stalin, quando este deixasse a direção do partido e do governo Soviético. Mais tarde, em 1934, Stalin pediu a Kirov que trabalhasse com ele em Moscou. Kirov recusou, preferindo continuar a desempenhar as atividades em Leningrado.
No dia de sua morte, Kirov havia ido ao Instituto Smolny para trabalhar em seu gabinete, deixando os guarda-costas nas escadarias a vigiar os pisos superiores, onde os oficiais tinham seus aposentos. Nikolaev saiu de um banheiro e seguiu Kirov em direção ao gabinete, atirando por trás, em seu pescoço.
Publicamente Stalin tomou a morte de seu amigo como uma tragédia e o enterrou no Kremlin, em um funeral de Estado. Muitas cidades, ruas e fábricas passaram a adotar seu nome, incluindo as cidades de Kirov (oficialmente Vyatka), Kirovsk (Oblast de Murmansk), Kirovogrado (Kirovohrad em ucraniano), Kirovabad (hoje Ganja, Azerbaijão) e Kirovakan (hoje Vanadzor, Armênia); também a estação Kirovskaya, do metrô de Moscou (agora Chistiye Prudy), Balé Kirov e a enorme usina Kirov, em São Petersburgo. Na cidade de Kirov, uma competição de patinação de velocidade foi chamada de Priz Imeni S.M. Kirova em sua homenagem.
Por muitos anos, uma imensa estátua de Kirov feita em granito e bronze dominou o cenário da cidade de Baku. O monumento, que foi erigido em um monte, em 1939, foi desmantelado em janeiro de 1992, após o Azerbaijão conquistar sua independência.