Atualizada em 31/08/2017 às 16:31
Em 1º de setembro de 1863, o imperador da Áustria, Francisco José I, convida para se reunirem em Frankfurt todos os chefes de Estado alemães. Sonhava transformar com eles a Confederação germânica numa verdadeira confederação dotada de um governo central.
Todavia, em Berlim, o novo chanceler Otto von Bismarck se opõe ao projeto. Desejava a unidade alemã – porém, queria que fosse em torno da Prússia, e não da Áustria.
Bismarck habilmente convence seu soberano, o rei Guilherme I, a não ir ao encontro. Essa ausência importante acaba provocando o fiasco da “Jornada dos Príncipes”.
Isso posto, o chanceler conclui com a França um tratado de comércio, o que lhe valeria a amizade do imperador dos franceses, Napoleão III. Melhor ainda, assina um acordo militar com o czar Alexandre II a fim de ajuda-lo a sufocar uma sublevação da Polônia. A amizade com o czar o deixaria de mãos livres em seus passos ulteriores.
O hábil chanceler só espera abrir hostilidades contra a Áustria multicultural para cortar os liames que ainda a ligavam aos Estados alemães. A ocasião surgiria no ano seguinte com o “Caso dos Ducados Dinamarqueses”.
Em 3 de julho de 1866, os prussianos do rei Guilherme I esmagam os austríacos de Francisco José I em Sadowa, na Boêmia. A batalha provocou na Europa o efeito de um terremoto, pois ninguém imaginaria uma vitória tão esmagadora da Prússia.
O chanceler prussiano Bismarck provocara a guerra tendo em vista unificar a Alemanha em torno da Prússia e isolar a Áustria. O chanceler encontrou-se com o imperador francês em Biarritz. Obteve o compromisso de que Napoleão III não se oporia à entrada em guerra da Prússia contra a Áustria. Napoleão III, por seu lado, convenceu o rei da Itália Victorio Emanuelle II de assinar um tratado de aliança de três meses com Berlim em 8 de abril de 1866.
Sem mais delongas, Bismarck ocupou o Holstein – outrora Condado de Holstein e depois Ducado de Holstein, território mais ao norte do Sacro Império Romano Germânico, estreitamente ligado ao ducado dinamarquês de Schleswig. Em seguida, propôs ao conjunto dos Estados alemães instituir um parlamento eleito. A ideia encanta os patriotas alemães porém suscita a oposição da Áustria.
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A Áustria reúne na sua causa a maior parte dos Estados alemães: Saxônia, Hanover, Bavária, Baden, Wurtenberg … Contudo, a Prússia reage imediatamente. Esmaga em alguns dias os exércitos dos pequenos Estados alemães antes de conquistar a vitória em Sadowa sobre os austríacos e os saxões.
Três semanas após sua vitória em Sadowa, o exército prussiano acampa em Nikolsburg, a 60 quilômetros de Viena. E é lá que, em 22 de julho, é assinado o armistício.
Bismarck evita humilhar a Áustria. “Terminada a batalha, trata-se agora de restabelecer a velha amizade com a Áustria”, declarou. Quando do tratado de paz, a Áustria é excluída da Alemanha, mas só perde em definitivo o Veneto, cedido à Itália.
A Prússia, quanto a ela, anexou a maior parte de seus adversários da Alemanha do Norte, a saber: Hanover, Nassau e Hesse-Kassel, sem, é lógico, consultar as populações. Seu território era, doravante, uma só extensão do Sarre ao Niemen.
Em 15 de dezembro de 1866, é fundada a Confederação da Alemanha do Norte, onde a realidade do poder pertencia ao presidente hereditário que não era outro se não o rei da Prússia Guilherme I, assistido por um chanceler na pessoa de Bismarck.
Não faltou à nova Confederação ser unida aos grandes Estados do sul, (Baden, Baviera …) para que toda a Alemanha fosse por fim unificada. Essa situação estaria plenamente consolidada após a guerra de 1870-1871 contra a França.