‘Não haveria vitória contra o nazismo sem a Rússia’, afirma Mauro Vieira
Em Moscou para comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, chanceler brasileiro falou à Sputnik Brasil sobre papel ‘fundamental’ do país soviético para o fim da Segunda Guerra Mundial
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, declarou que “sem a Rússia não teria havido vitória” na Segunda Guerra Mundial. O comentário foi feito de forma exclusiva à Sputnik Brasil, em entrevista publicada nesta sexta-feira (09/08), data em que Moscou comemora os 80 anos do Dia da Vitória.
“A participação da Rússia na Segunda Guerra Mundial foi fundamental para a vitória dos aliados, sem a Rússia não teria havido [a vitória]. E também uma participação, inclusive, com um grande sacrifício, com perdas humanas elevadas, mas que levou ao fim da Segunda Guerra Mundial e do combate ao nazismo que imperava na Europa”, ressaltou.
O comentário foi feito na esteira de uma visita de uma delegação de Brasília em Moscou, liderada pelo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, para as comemorações da data que marca os 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Assim, Vieira também ressaltou a importância da presença brasileira nas comemorações do Dia da Vitória, já que o Brasil foi o único país latino-americano a lutar nas duas guerras mundiais ao lado dos Aliados.
Parceria entre Brasil e Rússia
Na entrevista à Sputnik, Vieira também falou sobre a importância das relações diplomáticas e comerciais entre os dois países.
“Brasil e Rússia vão completar 200 anos de relações diplomáticas em 2028. Só esses dados já dão a importância e relevância da relação. Mas, trazendo para o presente, é uma relação muito profícua e importante. Nós temos um comércio muito elevado e vemos possibilidades de aumentá-lo”, declarou.

Ricardo Stuckert / PR
Segundo o chanceler, o comércio bilateral entre Brasil e Rússia alcançou em 2024 um novo recorde histórico, de US$ 12,4 bilhões (R$ 70,3 bilhões), com uma alta de 9%.
“Queremos promover um comércio que seja maior e mais próximo de um equilíbrio, mas tudo sempre depende da necessidade imediata de cada país, de cada sociedade comprar insumos para algum outro tipo de atividade ou de indústria. Portanto nós vamos conversar porque achamos que o comércio bilateral está crescendo em volume e se equilibrando mais será muito benéfico para a economia dos dois países”, finalizou.
Brics
Falando sobre o Brics, o chanceler brasileiro pontuou ainda que a participação dos dois países no grupo desde sua criação mostra que há um “diálogo sólido e antigo”.
“O grupo agora está num momento de consolidação dessa expansão. Para o Brasil, é uma entidade que permite a coordenação de iniciativas do Sul Global, o próprio mote escolhido pelo Brasil para a sua Presidência mostra isso, que é Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança Mais Inclusiva e Sustentável”, declarou.
Além disso, Vieira pontuou que o Brasil tem atuado para consolidar a expansão do grupo, que deve mostrar ao mundo “onde queremos chegar”. Atualmente o Brics conta com 11 países membros e outros nove parceiros.
“Isso é o mais importante, encontrar áreas de interesses para todos os países que possamos avançar nelas nesse novo momento com essa configuração maior. A importância do grupo exige que haja um momento de reflexão para o futuro e isso a importância se vê pela atenção que a reunião [de chanceleres neste mês] atraiu”, argumentou.
(*) Com Sputnik
