A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, realizada nesta sexta-feira (26/07), contou com uma manifestação política realizada pelos atletas da Argélia, durante o desfile das delegações.
Aproveitando a inovação do desfile através de barcos que cruzavam o rio Sena, alguns atletas argelinos atiraram flores às águas quando o barco passou pelo centro da cidade.
O ato foi uma homenagem aos imigrantes e descendentes de argelinos mortos em 17 de outubro de 1961, naquele mesmo rio Sena, por ação da polícia parisiense.
Delegação argelina joga flores em homenagem aos mártires afogados pela polícia no Sena em 1961, enquanto a Argélia lutava por independência.
A França negou responsabilidade no massacre até 1998, quando reconheceu 40 mortes (estimam-se entre 200 e 300). pic.twitter.com/kHTeSBsekm
— Copa Além da Copa (@copaalemdacopa) July 26, 2024
As vítimas haviam participado de uma manifestação onde cerca de 30 mil imigrantes protestaram a favor da independência da Argélia, país que lutava naquela época contra o colonialismo francês. Os policiais franceses reprimiram fortemente o protesto e prenderam dezenas de pessoas que, horas depois, foram afogadas no rio Sena.
O governo da França negou durante décadas sua responsabilidade no massacre dos manifestantes argelinos. Somente em 1998, o então presidente Jaques Chirac reconheceu que autoridades do país estiveram envolvidas nas mortes de 40 das vítimas.
Além disso, há uma controvérsia sobre o número total de pessoas assassinadas durante aquele massacre em 1961.
Investigações jornalísticas estimam que pouco mais de 100 pessoas foram mortas, enquanto entidades ligadas aos imigrantes argelinos asseguram que seriam mais de 300.