Vietnã comemora 50 anos de vitória sobre os EUA; ‘espírito da Primavera de 1975 é imortal’, afirma To Lam

Mais de 13 mil pessoas participaram, nesta quarta-feira (30/04), das comemorações dos 50 anos do fim da Guerra do Vietnã na cidade de Ho Chi Minh, antiga Saigon, rebatizada após a guerra com o nome do herói vietnamita.

Em 30 de abril de 1975, o Exército Popular de Libertação do Vietnã tomava Saigon, capital do Vietnã do Sul, apoiada pelos Estados Unidos, em uma das mais fragorosas derrotas militares de Washington.

“Devemos nosso sucesso ao enorme apoio da União Soviética, da China e à solidariedade do Laos e do Camboja”, afirmou o secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista do Vietnã (CPV), To Lam, em discurso nesta quarta.

Ele agradeceu às “pessoas e forças amantes da paz e progressistas em todo o mundo, incluindo os americanos progressistas”, que organizaram grandes protestos contra a Guerra do Vietnã nos anos 60 e 70.

50 anos depois…

Meio século após a reunificação nacional, apontou o secretário-geral do CPV, o Vietnã se desenvolveu “com renda próxima à média-alta, profundamente integrado à política mundial, à economia global e à civilização humana, assumindo inúmeras responsabilidades internacionais”.

To Lam destacou a queda drástica da pobreza “para apenas 1,93% (de acordo com padrões multidimensionais), em comparação com mais de 60% em 1986”.

E afirmou que, para este ano, o país busca alcançar “um crescimento econômico de pelo menos 8% e um crescimento de dois dígitos no período de 2026 a 2030”.

“Estamos determinados a nos tornarmos um país com “indústria moderna até 2030 e uma nação desenvolvida, de orientação socialista e alta renda até 2045”, afirmou.

Comemorações

Durante o desfile militar, o heroísmo do povo vietnamita foi reiterado. Um carro alegórico, em forma de lótus, com o emblema nacional e um gigantesco retrato de Ho Chi Minh avançava pela avenida, enquanto caças e helicópteros sobrevoavam as ruas da antiga Saigon.

A cerimônia contou com a presença de estudantes de 54 grupos étnicos e com o desfile de tropas militares, finalizando com o lançamento de balões e pombas brancas, simbolizando paz, otimismo e confiança no futuro do Vietnã.

Pela primeira vez, representantes da China, do Laos e do Camboja participaram do desfile militar. Esses países enviaram, ao todo, 300 soldados para o evento.

Durante a guerra, mais de 300 mil soldados chineses estiveram envolvidos, fornecendo apoio crucial de defesa antiaérea e ajudando com logística e suprimentos.

50 anos atrás…

“Às 11:30, do dia 30 de abril, um tanque do Exército Popular da República Democrática do Vietnã arrebentou os portões do palácio presidencial em Saigon. Uma bandeira da Frente Nacional de Libertação no topo do edifício governamental”, detalha Breno Altman no programa 20 MINUTOS ANÁLISE, no canal de Opera Mundi no YouTube.

Na atração especial sobre a Guerra do Vietnã, Altman trouxe um panorama dos principais episódios e o contexto histórico da guerra, que “atingiu centenas de milhares de pessoa, em sua maioria civis, especialmente mulheres, crianças e idosos”.

Ele também destaca que “de 1967 para 1968, a maioria da população dos Estados Unidos, especialmente os jovens, posicionava-se contra a guerra”, desencadeando “mobilizações de massa em todo o mundo pelo fim do conflito e pelo fim da invasão norte-americana”.

Assista no vídeo abaixo o programa especial de Breno Altman sobre os 50 anos da vitória do Vietnã na guerra contra os Estados Unidos: