Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Hoje na História

Hoje na História: 1826 - morre René Laennec, inventor do estetoscópio

Encaminhar Enviar por e-mail

René Laennec morre aos 45 anos em 3 de agosto de 1826, em decorrência de tuberculose pulmonar, fato irônico para alguém que dedicou a vida para estudar doenças pulmonares

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-08-03T15:20:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

René Laennec morre aos 45 anos em 3 de agosto de 1826, em decorrência de tuberculose pulmonar, fato particularmente irônico para um homem que dedicou grande parte de sua vida a estudar as doenças pulmonares. Foi inventor da pectoriloquia – o famoso “diga 33” do médico – folhas de papel enroladas em forma de cilindro que, apoiadas no tórax do paciente, permitia ouvir bem a batida do coração. Aperfeiçoada, a invenção levou o nome de estetoscópio.

Laennec, conhecido como o pai da moderna ciência das doenças pulmonares, é considerado por muitos como um dos maiores clínicos de todos os tempos. Trouxe uma grande contribuição à ciência médica ao introduzir um método de diagnóstico chamado de auscultação: envolve escutar e identificar os vários sons feitos pelos diferentes órgãos. A especialidade de Laennec era ‘doenças do peito’. Inicialmente, seu método diagnóstico consistia em colocar o ouvido diretamente no peito do paciente.

Embora tenha se tornado famoso pela invenção do que ele próprio chamava de “examinador do peito”, foi a primeira pessoa a descrever um raro tipo de tuberculose, a tuberculosis verrucosa cutis, tuberculose da pele, e deu o nome à cirrose, do grego kirrhos, significando cor amarelo-tostada. O termo ‘cirrose de Laennec’ é ainda usado para descrever a cirrose hepática alcoólica.

Laennec nasceu em Bretanha, na França. Excelente estudante, começou a estudar Medicina com seu tio. Em 1800, aos 19 anos, ingressou na Universidade de Paris, ganhando em seu primeiro ano prêmios tanto em Medicina quanto em cirurgia. 

Teve como orientador o médico pessoal de Napoleão, Jean Corvisart, que se valia da percussão – pequenas batidas com e sobre os dedos – a fim de diagnosticar distúrbios orgânicos. Laennec melhorou o método, colocando o seu ouvido diretamente no peito do paciente para identificar e diferençar sons saudáveis e anormais do coração e do sistema respiratório.

Foi pioneiro ao realizar autópsias, identificando as causas precisas dos sons anormais, o que lhe permitia melhorar o diagnóstico. Relacionou dezenas de distintos sons, cunhando termos como ‘estertor’ usado para definir sons anormais no peito e ‘ronco’ para descrever uma crepitação ruidosa e grave durante a exalação, termos até hoje usados pelos médicos.

Wikimedia Commons
Retrato ilustrado de René Laennec, feito durante o século XIX

Em 1819, Laennec escreveu seu famoso tratado Da Auscultação Mediata, no qual descreveu, com detalhes sem precedentes, os sons das doenças torácicas e como chegou a inventar o ‘examinador de peito’.

"Em 1816, fui consultado por uma mulher jovem com sintomas de doença cardíaca, e, no caso, a percussão era de pouca serventia, em virtude do seu grande grau de adiposidade. A escuta direta, inadmissível, dado o constrangimento de colocar o ouvido no seio de uma mulher."

A ideia do estetoscópio ocorreu quando Laennec notou algumas crianças brincando, apondo seus ouvidos na ponta de uma comprida ripa de madeira para ouvir o som das batidas feitas com um peça de ferro na outra extremidade. Lembrando-se da brincadeira, Laennec enrolou diversas folhas de papel em forma de cilindro, colocando uma ponta no peito da paciente e outra em seu ouvido. "Foi com enorme surpresa e satisfação que descobri que podia ouvir a pulsação do coração de um modo muito mais nítido e diferente”, escreveu. 

Experimentando materiais de diferentes tipos, densidades, comprimentos e espessuras, centrou-se num “cilindro de madeira de 3,8 centímetros de diâmetro e 30,5 de comprimento, perfurado longitudinalmente por um calibre de 5 milímetros, terminando com uma peça oca em forma de funil.

Em 1822, Laennec sucedeu a Corvisart na cátedra de medicina do Collège de France. Quatro anos mais tarde, enquanto estudava tuberculose, cujas propriedades de contágio ainda não eram conhecidas, contraiu a doença e morreu pouco depois.

Leia mais:
1978 - Na Inglarerra nasce o primeiro bebê de proveta
Hoje na História: 1976 - Edward Jenner inicia estudos da vacina contra varíola
Hoje na História: 1953 - É anunciada a descoberta da vacina contra a poliomielite
Hoje na História: 1882 - É descoberto o bacilo da tuberculose

(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Em 1º discurso após posse, Petro promete reforma na política contra as drogas na Colômbia

Encaminhar Enviar por e-mail

Ao lado da espada de Simón Bolívar, novo presidente colombiano disse que a política antidrogas 'fracassou profundamente', afirmando que a 'paz é possível' no país

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-07T22:35:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Ao som ovacionado das milhares de pessoas reunidas na Praça Bolívar, em Bogotá, Gustavo Petro realizou seu primeiro discurso neste domingo (07/08) como novo presidente da Colômbia. Petro reafirmou o compromisso de uma reforma na política contra as drogas no país.

"A política contra as drogas fracassou profundamente. A guerra fortaleceu a máfia e debilitou Estados, levando-os a cometerem crimes e evaporou o horizonte da democracia. Chegou o momento de mudar a política antidrogas no mundo para que seja a vida ajudada e não a morte", disse.

Durante seu discurso, Petro pediu que a espada de Simón Bolívar fosse deixada no palco, ao seu lado. Para ele, o objeto significa "toda uma vida, uma existência" que o auxiliou no processo que culminou em sua eleição à Presidência.

Petro disse não querer que a espada esteja "enterrada", que ela seja a "espada do povo". "Chegar aqui implica recorrer uma vida, uma vida imensa que nunca é sozinha. Aqui estão todas a mulheres colombianas que lutam para superar o machismo e construir uma política do amor. As mãos humildes dos operários, dos campesinos, o coração dos trabalhadores que me apoiam sempre quando me sinto débil", declarou.

Segundo o novo mandatário, os colombianos, "muitas vezes", foram "condenados ao impossível e a falta de oportunidades". No entanto, Petro declarou a "todos que estão me escutando" que, agora, "começa nossa segunda oportunidade". 

"Nós ganhamos, vocês ganharam. O esforço de vocês valeu a pena. Agora é hora de mudança, nosso futuro não está escrito e podemos escrever juntos e em paz. Hoje começa a Colômbia do impossível", disse durante a posse, declarando que sua eleição é uma história contra aqueles que não acreditavam, "daqueles que nunca queriam soltar o poder. Porém o fizemos".

Redistribuição de riqueza

Petro afirmou que a "igualdade será possível" na Colômbia, para que a desigualdade e a pobreza não "sejam naturalizadas", já que, segundo o novo presidente, o país é uma das "sociedades mais desiguais em todo o mundo", afirmando ser necessário mudar este paradigma "se queremos ser uma nação e viver em paz". 

Reprodução/ @FranciaMarquezM
Petro e Márquez tomaram posse neste domingo como o primeiro governo de esquerda na Colômbia

"Vamos ser uma Colômbia mais igualitária e com mais oportunidades a todos. A igualdade é possível se formos capazes de gerar riqueza e capazes de distribuí-la. Para isso, é necessário uma reforma tributaria que gere justiça", afirmou durante o discurso.

O presidente reafirmou que seguirá os Acordos de Paz, assinados em 2016, e também as resoluções da Comissão da Verdade em relação à violência no país. Ele declarou que é preciso terminar "para sempre" com os conflitos armados, convocando "todos as pessoas armadas para buscar um caminho que permita a convivência, não importando os conflitos que existam".

"Encontrar soluções através da busca por mais democracia para terminar a violência. Convocamos todos os armados a deixarem as armas, aceitar jurisdições pela paz, a não repetição definitiva da violência, para que a paz seja possível. Precisamos dialogar, nos entender e buscar os caminhos comuns e produzir mudanças. A paz é possível", afirmou.

Posse de Petro

Petro tomou posse neste domingo em uma cerimônia na Praça Bolívar, em Bogotá. Aos 62 anos, ele é o primeiro mandatário de esquerda a assumir o poder na história do país.

O presidente do Senado colombiano, Roy Barreras, foi o encarregado de ler o juramento a Petro, que fala em "cumprir fielmente a Constituição e as leis" do país. Na sequência, a senadora María José Pizarro, filha de Carlos Pizarro assassinado em 1990 e que foi companheiro do agora presidente na guerrilha Movimento 19 de Abril (M-19), entregou a faixa presidencial ao novo chefe de Estado.

Também na posse, a vice-presidente eleita Francia Márquez realizou juramento, que foi lido pelo agora mandatário da Colômbia.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados