Onze anos após a eclosão da Guerra da Independência Mexicana, o vice-rei espanhol, Juan de O’Donojú, assina em 24 de agosto de 1821 o Tratado de Córdoba, que aprova um plano para transformar o México em uma monarquia constitucional independente.
No começo do século XIX, a ocupação da Espanha por Napoleão levou à irrupção de revoltas por toda a América hispânica. Em 16 de setembro de 1810, Miguel Hidalgo y Costilla, um padre católico, proclamou o início da Guerra de Independência do México com o famoso discurso conhecido como Grito de Dolores.
O panfleto revolucionário conclamava pelo fim do domínio espanhol no México, redistribuição das terras e igualdade racial. Depois de algumas manobras políticas bem-sucedidas, Hidalgo foi derrotado, capturado e executado.
Contudo, teve seguidores entre os líderes camponeses como José María Morelos y Pavón, Mariano Matamoros e Vicente Guerrero, todos eles comandando exércitos de nativos e revolucionários racialmente mesclados em luta contra os espanhóis e os monarquistas.
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Juan de O’Donojú, vice-rei espanhol, assina em 24 de agosto de 1821 o Tratado de Córdoba
Ironicamente, foram os monarquistas, formados por mexicanos de ascendência espanhola e outros conservadores, que finalmente concorreram para a independência. Em 1820, os liberais tomaram o poder na Espanha, tendo novo governo prometido reformas para apaziguar os revolucionários mexicanos. Em resposta, os conservadores mexicanos clamaram por independência como forma de manter seus privilégios e suas posições na sociedade mexicana.
No começo de 1821, Agustín de Iturbide, o líder das forças monárquicas, negociou o Plano de Iguala com Vicente Guerrero. De acordo com o plano, o México seria institucionalizado como uma monarquia constitucional independente, a posição privilegiada da Igreja Católica seria mantida e os mexicanos de ascendência espanhola seriam tratados como iguais aos espanhóis puros. Mexicanos de sangue indígena misto ou puro teriam menos direitos.
Iturbide derrotou as forças monarquistas que ainda se opunham à independência.O novo vice-rei espanhol, afetado pela falta de provisões, tropas e dinheiro, foi forçado a aceitar a independência mexicana. Em 24 de agosto de 1821, O’Donojú assinou o Tratado de Córdoba, encerrando, destarte, a dependência da Nova Espanha à Velha Espanha.
Em 1822, como não havia disponível nenhum monarca da dinastia Bourbon para governar o México, Iturbide foi proclamado Imperador do México. Todavia, seu império teve pouca duração. Em 1823, os líderes republicanos Santa Anna e Guadalupe Victoria depuseram Iturbide, fundando uma república tendo Guadalupe Victoria como seu primeiro presidente.