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Hoje na História

Hoje na História: 1919 - Começa a convenção do Tratado de Versalhes

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Armistício assinado ao fim da 1ª Guerra foi tido como excessivamente 'pesado' contra a Alemanha, o que poderia incitá-la mais do que apaziguá-la

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-01-18T13:27:00.000Z

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Em 18 de janeiro de 1919, algumas das mais poderosas personalidades políticas do mundo se reuniram perto de Paris para dar início às longas negociações que marcariam oficialmente o fim da Primeira Guerra Mundial.

Líderes das potências aliadas – França, Reino Unido, Estados Unidos e Itália –, vitoriosas, decidiram grande parte das questões ao longo de seis meses de debates. O presidente dos EUA, Woodrow Wilson, brigou em defesa de sua tese de uma “paz sem vitória”, para que essa ideia prevalecesse nas resoluções finais. 

Ele queria assegurar que a Alemanha, líder das Potências Centrais e grande derrotada na guerra, não fosse tratada com excessivo rigor. Em sentido contrário operaram os primeiros-ministros George Clemenceau da França e David Lloyd George do Reino Unido, argumentando que punir adequadamente a Alemanha e limitar bastante seu poderio bélico seria o único meio de justificar o imenso custo em vidas e bens.

O Tratado de Versalhes resultante acabou desagradando vencidos, vencedores e observadores neutros. Para os especialistas independentes, o documento, punitivo demais, teria se distanciado da proposta de 14 pontos de Wilson, que fundamentou o armistício. 

Para os franceses, porém, todo o castigo ainda foi pequeno. O Tratado de Versalhes não atendeu por completo a sede de vingança da França, que sofreu a invasão alemã em seu território, vitimando mais de 400.000 civis. 

Clemenceau queria que a província da Renânia, de indústria historicamente pujante, fosse retirada da Alemanha para evitar um novo fortalecimento do país. Wilson e Lloyd George vetaram a proposta, determinando, em contrapartida, uma ocupação militar aliada na região durante 15 anos.

No final, Wilson teve de ceder a fim de garantir a aprovação de seu projeto preferido – a criação de uma entidade internacional para a manutenção da paz, que se chamaria a Liga das Nações.

Wikicommons
Armistício assinado ao fim da 1ª Guerra foi tido como excessivamente 'pesado' contra a Alemanha

Mesmo com o veto às exigências de Clemenceau, os negociadores temeram que o tratado fosse pesado em excesso – suas exigências poderiam, em vez de apaziguar a Alemanha, incitá-la ainda mais contra os aliados. E é esse o único ponto que parece ter-se tornado unanimidade em Versalhes. O indefinido futuro europeu ao fim da “guerra para acabar com todas as guerras” tomou ares sombrios.

Representantes da Alemanha foram excluídos das negociações até maio. Chegando a Paris, receberam um rascunho do tratado. Com fé nas promessas de Wilson, os alemães ficaram profundamente frustrados e decepcionados com o texto, que exigia a cessão de boa parte de seu território e o pagamento de reparações. Pior ainda, o artigo 231 obrigou a Alemanha a aceitar ser a única culpada pela guerra. Esta foi uma pílula amarga que muitos alemães não iriam engolir.

A Primeira Guerra expôs um novo paradigma de destruição bélica ao mundo.

O Tratado de Versalhes foi assinado em 28 de junho de 1919, exatamente cinco anos após o tiro de um nacionalista sérvio ter matado o arquiduque Francisco Fernando da Áustria e detonado a Primeira Guerra Mundial. Nas décadas que se seguiram, ódio e ressentimento em relação ao tratado e seus autores envenenaram o ambiente na Alemanha. 

Partidos de extrema-direita como o Partido Nacional-Socialista (nazista) de Adolf Hitler capitalizaram essas emoções para ganhar força, um processo que levou quase diretamente ao ponto exato que Wilson e outros negociadores de Paris em 1919 queriam evitar – uma segunda e ainda mais devastadora guerra mundial.   

Ironicamente, foi o supremo comandante aliado, marechal Ferdinand Foch, quem melhor externou o que viria a acontecer. Com seu pragmatismo característico, ele profetizou, após a notícia da assinatura do Tratado de Versalhes: "Isto não é a paz. É apenas um armistício válido pelos próximos 20 anos."


(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016. 

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Política e Economia

Economia e ecologia: os dois principais desafios do segundo mandato de Macron

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Novo governo francês tem um duplo desafio: reduzir o desemprego e melhorar o poder de compra da população em um país com crescimento estagnado

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2022-05-28T17:06:00.000Z

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Menos de uma semana após o anúncio do novo governo francês, as principais revistas do país enumeram os desafios que esperam a equipe da primeira-ministra Élisabeth Borne. Além das questões econômicas, apresentadas como prioridade diante de uma crise de poder aquisitivo que irrita a população, essa nova gestão também promete ser marcada por pautas ambientais, mobilizando vários membros do governo. 

Com a manchete “A grande crise econômica que nos ameaça”, Le Point dá o tom do que espera o governo francês. A revista semanal traz uma grande reportagem sobre o tema da inflação e da recessão que atingem boa parte do mundo e tenta explicar o impacto desse panorama nada otimista na França.

“Nós pensávamos que 2022 seria uma continuidade de 2021, ano da retomada econômica, com um crescimento de 7% no país”, resume o texto. Mas isso foi sem contar com os aspectos geopolíticos que estremeceram um contexto menos estável do que parecia. “A guerra na Ucrânia e as sanções econômicas contra a Rússia jogaram óleo quente em um fogo que estava calmo. De uma hora para outra, os preços das matérias-primas, da energia e os alimentos se inflamaram”, aponta Le Point.

Diante desse panorama, o novo governo francês tem um duplo desafio: reduzir o desemprego e melhorar o poder de compra da população em um país com crescimento estagnado. “Élisabeth Borne vai precisar de toda a sua experiência com ex-ministra do Trabalho para navegar nas águas turvas da economia francesa”, anuncia a reportagem.

Reprodução/ @EmmanuelMacron
Após reeleição, Macron anunciou um novo governo na França

Além disso, como aponta a revista L’Express, esse novo governo ainda tem pela frente o desafio de provar que pode melhorar a economia do país e ser ecológico ao mesmo tempo. Para isso, não apenas uma, mas duas ministras vão concentrar seus esforços nas questões ambientais: Amélie de Montchalin, que assumiu a pasta da Transição Ecológica e da Planificação dos territórios, e Agnès Pannier Runacher, com à frente da Transição Energética. Para completar, a própria primeira-ministra vai dirigir o que Macron batizou de Planificação ecológica.

No entanto, nenhuma das três tem experiência concreta em assuntos ecológicos e as duas ministras tem um perfil claramente “liberal e pragmático”, o que preocupa algumas ONGs ambientais. A revista L’Obs, que também traz uma grande reportagem sobre os desafios ecológicos do segundo mandato de Macron, vai além e diz que as duas ministras, que têm um “pró-business”, nunca tiveram nenhum tipo de engajamento ambiental em suas carreiras.

Mas L’Obs lembra que mesmo se em seu discurso de vitória Macron prometeu transformar a França em uma “grande nação ecológica, o próprio chefe de Estado, durante sua primeira gestão, não esbanjou declarações ecológicas. A revista, que não cita as alfinetadas dadas pelo líder francês no presidente brasileiro Jair Bolsonaro, criticando a gestão na proteção da Amazônia, afirma que boa parte das promessas feitas por Macron sobre o meio ambiente durante seu o primeiro mandato não tiveram grandes resultados concretos.

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