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Hoje na História

Hoje na História: 1954 - Dwight Eisenhower apresenta ao mundo 'Teoria do Efeito Dominó'

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Ideia do ex-presidente foi utilizada pelos Estados Unidos para justificar intervenções militares ao redor do mundo, como na Guerra do Vietnã

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2021-04-07T14:08:00.000Z

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Em plena Guerra Fria, em 7 de abril de 1954, o então presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, expôs pela primeira vez a denominada "Teoria do Efeito Dominó", que afirma que, se qualquer país caísse sob a influência do comunismo, os países circundantes também cairiam como se fossem uma fileira de peças de dominó em pé. A exposição foi feita em discurso na Conferência sobre a Indochina em Genebra.

Esta teoria foi usada por Washington para justificar intervenções militares em diversas partes do mundo. E essa crença levaria os Estados Unidos à Guerra do Vietnã.

Referindo-se ao comunismo na Indochina, Eisenhower disse: “O que é o princípio da série de dominós que caem? Você tem uma fileira de peças de dominós em pé. Você derruba a primeira peça, e o que acontecerá com a última da fila? Certamente cairá muito rapidamente. Portanto, se houver um começo de desintegração democrática, certamente ela terá a mais profunda das influências nos países ao redor".



Em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, a União Soviética trouxe para a sua área de influência uma série de países da Europa Oriental. O fato levou Churchill a cunhar, num discurso em 1946 no Colégio Westminster, em Fulton, Missouri, a expressão “Cortina de Ferro”, que para muitos foi o marco inicial da Guerra Fria.

Em 1947, o presidente norte-americano Harry Truman declarou o que seria conhecido como “Doutrina Truman”, prometendo dar ajuda financeira à Grécia e à Turquia na esperança de impedir o avanço do comunismo pela Europa Ocidental.

Mais tarde, o diplomata George Kennan anunciou a “Política de Contenção”, argumentando que a expansão do comunismo para países ao redor da URSS, ainda que com governos democraticamente eleitos – estava visando Itália e França onde os partidos comunistas eram fortes – consistiria numa ameaça inaceitável à segurança dos Estados Unidos.

Em 1949, a China tornou-se um país comunista ao derrocar o governo nacionalista republicano na conclusão da longa Guerra Civil (1927-1949). A tomada do poder na nação mais populosa do mundo foi uma grande perda estratégica do Ocidente. 

Wiki´pedia Commons
Teoria criada por Eisenhower levaria os EUA à Guerra do Vietnã

A Coreia também caiu na área de influência da União Soviética. Em 1950 eclodiu uma guerra entre comunistas e republicanos envolvendo tropas da China, ao lado dos comunistas, e dos Estados Unidos, ao lado dos republicanos. A guerra terminou em 1953 com um armistício que deixou a Coreia dividida em duas nações: Coreia do Sul e Coreia do Norte.

Em março de 1954, o exército comunista e nacionalista do Viet Minh expulsou os franceses na Indochina, assumindo o controle do que viria a ser o Vietnã do Norte, dando origem a quatro países independentes: Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja.

Eisenhower foi o primeiro a se referir a esses países, segundo ele ameaçados pelo comunismo, numa coletiva de imprensa em abril de 1954, sugerindo 'aquela brincadeira com os dominós'. “Se os comunistas se consolidarem, estarão encorajados para dominar a Birmânia, Tailândia e Indonésia, todos com importantes movimentos populares influenciados pelos comunistas. Isto daria a eles uma vantagem econômica e estratégica e faria do Japão, Taiwan, Filipinas, Austrália e Nova Zelândia os próximos alvos”, afirmou.

John Kennedy interveio no Vietnã no começo dos anos 1960, entre outras coisas, para manter o dominó em pé. A principal evidência da "teoria do dominó" foi a chegada ao poder de grupos comunistas em três países do sudeste da Ásia em 1975 após a derrota das tropas norte-americanas: o Vietnã do Sul pelo Vietcong, o Laos pelo Pathet Laos e o Camboja pelo Khmer Vermelho.

Alguns analistas políticos sustentaram que a intervenção dos Estados Unidos na Indochina dera aos “tigres asiáticos” tempo para consolidarem seu crescimento econômico, prevenindo um âmbito mais amplo do "efeito dominó". Outros, mais ácidos, defenderam que o massacre do Partido Comunista indonésio foi o fator essencial para neutralizar o "efeito dominó".

Críticos da Teoria do Dominó defendem que a natureza das guerras indochinesas era nacionalista e que nunca houve uma força monolítica comunista na região. Ao contrário, havia uma forte disputa entre os Estados comunistas naquele período histórico.

Essa ruptura levou tensão para Vietnã e Camboja, uma vez que o Vietnã se aproximou da União Soviética, e o Camboja, da China. O clima hostil acabou se exacerbando com o fluxo de refugiados cambojanos para o Vietnã em 1975.

Disso resultou o conflito Cambojano-Vietnamita que se arrastou de 1975-1989, atingindo seu auge em 1979, quando o Vietnã derrotou o Khmer Vermelho e assumiu o controle do Camboja. Isto, por seu turno, levou a China a atacar o Vietnã em 1979 na curta Guerra Sino-Vietnamita.

Historiadores afirmam que a Teoria do Dominó foi usada como tática para espalhar a “ameaça vermelha” e justificar intervenções militares de Washington a fim de assegurar uma sólida posição geoestratégica naquela vasta região.



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Eleições 2021 no Peru

Peru: Boca de urna indica esquerda no 2º turno com Pedro Castillo; cinco candidatos disputam a outra vaga

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Resultados da Ipsos Perú apontam Castillo com 16,1%; Hernando de Soto e a filha do ex-ditador Fujimori, Keiko Fujimori, aparecem empatados com 11,9%

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-12T00:36:00.000Z

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Pesquisa de boca de urna no Peru, divulgada após o fim da votação eleitoral neste domingo (11/04), indica vantagem do candidato da esquerda pelo partido Peru Livre, Pedro Castillo, na liderança do segundo turno. Outros cinco nomes disputam a outra vaga. 

Resultados da consultora Ipsos Perú apontam Castillo em primeiro com 16,1% dos votos eleitorais. Segundo o instituto, Hernando de Soto, do Avança País, e a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, do Força Popular, aparecem empatados com 11,9%. 

Ainda de acordo com a boca de urna da Ipsos, Yohny Lescano, candidato de centro-direita do partido Ação Popular, está na quarta colocação com 11% dos votos. A pesquisa também aponta Rafael López Aliaga, do Renovação Popular, com 10,5% dos votos, e Verónika Mendoza, Juntos por Peru, com 8,8%. O primeiro resultado prévio deve ser divulgado às 21h (23h em Brasília).

Pedro Castillo

Castillo, que é professor do ensino básico do país, teve reconhecimento nacional em 2017, quando o candidato à Presidência peruana liderou uma greve de profissionais da educação peruana. Quando jovem, o docente fazia parte de rondas campesinas, formas de organizações para combater os crimes que ocorriam nas zonas rurais do Peru, o que, ainda hoje, representa em suas caminhadas ao usar chapéu característico aos integrantes das rondas. 

As rondas campesinas enfrentavam grupos como o Sendero Luminoso, grupo guerrilheiro peruano formado nos anos 60. Durante a campanha de Castillo, houve acusações de supostas aproximações entre o candidato e membros do Sendero Luminoso. 

Em sua campanha eleitoral, o líder na pesquisa Ipsos fala em uma participação popular e o chamamento para uma Constituinte no Peru. Pesquisas anteriores ao pleito deste domingo indicavam que a sigla Peru Livre e Castillo angariariam cerca de 6% na intenção de votos.

Reprodução
Boca de urna aponta Pedro Castillo (dir) na liderança com 16,1% dos votos eleitorais

Dia de votação

O presidente do Júri Eleitoral Nacional (JNE) do Peru, Jorge Luis Salas, disse que o processo de votação ocorreu de forma tranquila, sem nenhum registro de atos de violência ou manifestações. O Gabinete Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) peruano declarou que 99,96% das mesas de votação foram instaladas em todo o país.

As urnas peruanas foram abertas das 7h às 19h, horário local. O voto é obrigatório, seu não cumprimento pode gerar uma multa de cerca de R$300.

Impasse político

O impasse político no Peru, no qual teve quatro presidentes nos últimos três anos, também se apresenta nas últimas pesquisas de opinião, que apontaram empate técnico entre cinco do total de 18 candidatos à Presidência. Se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos, o segundo turno será realizado no dia 6 de junho.

Em estudos de intenção de votos, a disputa aparece acirrada. Nomes como de Verónika Mendoza, do Juntos pelo Peru, candidata do campo progressista, reúne cerca de 12% das intenções. Ao seu lado aparecem Yohny Lescano, candidato de centro-direita do partido Ação Popular, e o direitista Hernando de Soto, do Avança País. 

No entanto, outros dois nomes também estão no páreo. A filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, do Força Popular, por exemplo, aparece com cerca de 11% nas pesquisas. Já o ex-jogador de futebol George Forsyth, do partido Vitória Nacional, angariou em pesquisas 8% dos votos.

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