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Hoje na História

Hoje na História: 1473 - Nasce o astrônomo Nicolau Copérnico

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Foi o primeiro cientista europeu a propor que a Terra e outros planetas giravam ao redor do Sol, e não o contrário

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2021-02-19T16:06:00.000Z

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Em 19 de fevereiro de 1473, em Torun, na atual Polônia, nasce Nicolau Copérnico, pai da astronomia moderna. Foi o primeiro cientista europeu a propor que a Terra e outros planetas giravam ao redor do Sol, e não o contrário. 

Graças à influência do tio, que se tornara bispo da Vármia, Copérnico foi escolhido como um dos cônegos da catedral de Frombork, cujos membros tinham direito a uma generosa renda vitalícia. Ingressando na Universidade de Cracóvia, estudou humanidades - o que incluía astronomia e astrologia. Como muitos poloneses de sua classe social, foi mandado para a Itália para estudar medicina e direito. 

Enquanto estudava na Universidade de Bolonha, morou durante um tempo na casa de Domenico de Novara, o principal astrônomo local. Astronomia e astrologia eram, na época, intimamente relacionadas. Novara revelou a Copérnico críticas à astrologia e a alguns aspectos do sistema geocêntrico de Ptolomeu. 

Mais tarde, Copérnico estudou na Universidade de Pádua e, em 1503, recebeu o doutorado em direito canônico. Dedicando o tempo livre ao estudo da astronomia, em pouco tempo alcançou tal reputação como astrônomo que chegou a ser consultado pelos dirigentes da Igreja que trabalhavam na reforma do calendário juliano. 

A cosmologia do começo do século XVI alegava que a Terra se mantinha estacionária, sem qualquer movimento, no centro de diversas esferas concêntricas em rotação que sustentavam os corpos celestes: o Sol, a Lua, os planetas conhecidos e as estrelas. 

No século II d.C., o astrônomo e geógrafo Ptolomeu de Alexandria tinha estabelecido que o Sol, os planetas e a Lua moviam-se em pequenos círculos, formando um círculo muito maior e girando em torno da Terra. 

O sistema ptolomaico permaneceu aceito pela cosmologia europeia por mais de 12 séculos e foi tratado como dogma pela Igreja Católica. Contudo, já no tempo de Copérnico havia evidências astronômicas acumuladas que colocavam em questão a teoria geocêntrica - incluindo, por exemplo, a ordem dos planetas a partir da Terra. 

Wikimedia Commons
Foi o primeiro cientista europeu a propor que a Terra e outros planetas giravam ao redor do Sol, e não o contrário

Heliocentrismo

Em algum momento entre 1508 e 1514, Copérnico escreveu um pequeno tratado astronômico, o Commentariolus (nunca publicado em vida), em que lançou as bases de seu sistema heliocêntrico. No trabalho, ordenou corretamente os planetas conhecidos, inclusive a Terra, a partir do Sol, e estabeleceu o período orbital correspondente com relativa precisão. 

Para Copérnico, a teoria heliocêntrica não era de modo algum um divisor de águas, já que criava mais problemas do que resolvia. Por exemplo, supunha-se em geral que objetos pesados caíam no chão porque a Terra era o centro do universo. Por que, então cairiam no sistema tendo o Sol por centro? Devido a problemas como este, Copérnico adiou a publicação de sua obra magna, De revolutionibus orbium coelestium libri vi (Livros sobre as revoluções dos corpos celestes) por quase toda a vida. Concluída em 1530, só foi publicada em 1543, ano de sua morte. 

O argumento inovador de Copérnico de que a Terra e os planetas giravam em torno do Sol levou-o fazer um bom número de outras grandes descobertas astronômicas. Argumentava que, enquanto faz revoluções em torno do Sol, a Terra gira sobre seu próprio eixo diariamente. A órbita da Terra em torno do Sol leva um ano e durante esse tempo oscila gradualmente sobre seu eixo, o que explica a chamada "precessão do equinócio". No entanto, sobravam muitas lacunas em seu trabalho, que só foram resolvidas por astrônomos posteriores. 

Na dedicatória do De revolutionibus, uma obra extremamente densa, Copérnico notou que “a matemática é escrita para matemáticos”. Se a obra fosse mais acessível, muitos teriam rejeitado seu conceito de universo não-bíblico e até herético. Durante décadas, a obra só foi conhecida por alguns astrônomos e a maioria deles, embora levasse em conta as ideias de Copérnico, rejeitava seus fundamentos heliocêntricos. Apenas no começo do século XVII, Galileu e Kepler desenvolveram e popularizaram a teoria de Copérnico.


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Política e Economia

El Salvador vai às urnas em eleições legislativas marcadas por ataques contra a esquerda

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Em janeiro, um ataque a tiros no centro de San Salvador contra um ato político da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional deixou dois mortos

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-02-28T14:45:00.000Z

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A população de El Salvador irá às urnas neste domingo (28/02) para eleger 84 deputados e membros dos conselhos – cargo equivalente ao de vereador – de 262 municípios do país. Por conta da pandemia de covid-19, residentes no exterior não poderão participar do pleito. Estão aptos a votar, no país, 5,4 milhões de eleitores.

Além da covid-19, que matou 1.832 salvadorenhos, o contexto pré-eleitoral é marcado pela violência contra o partido de esquerda Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN). No dia 31 de janeiro, um ataque a tiros no centro da capital, San Salvador, matou dois militantes e feriu outros cinco. A polícia investiga os mentores dos assassinatos.

O partido Novas Ideias, do atual presidente Nayib Bukele, aliado aos Estados Unidos, lidera as intenções de voto na maioria das regiões, acima da FMLN e da Aliança Nacionalista Republicana (Arena), que representa a direita tradicional. A Arena tem o maior número de representantes na atual legislatura, 35, contra 23 da FMLN. Uma vitória expressiva do Novas Ideias abriria caminho para Bukele governar "sem contrapesos", segundo analistas locais.

Em entrevista ao portal Peoples Dispatch, Victor Suazo, membro da FMLN e candidato à Assembleia Legislativa por San Salvador, afirma que Bukele promove o avanço do autoritarismo no país. "Vivemos um retrocesso em nossa institucionalidade democrática e em matéria de direitos humanos", diz.

Bukele dobrou o investimento nas Forças Armadas sem justificativas no último ano, embora a Constituição de El Salvador limite as funções dos militares à defesa do território e da soberania nacional.

FMLN/Divulgação
Contexto pré-eleitoral é marcado pela violência contra a FMLN

"Ele está utilizando as Forças Armadas de maneira política. Assim como a polícia nacional e civil, elas estão agora a serviço do seu partido político", lamenta Suazo.

Entre 1979 e 1992, a FMLN enfrentou o governo ditatorial de direita, apoiado pelos Estados Unidos, em uma guerra civil que matou mais de 80 mil pessoas. O conflito terminou com um acordo de paz, celebrado até hoje por militantes de esquerda. Desde então, a Frente se organiza como um partido político, mas continuou a sofrer agressões.

Para Suazo, os casos recentes de violência e prisão contra militantes da FMLN são resquícios da ditadura militar, cujos métodos são reproduzidos por Bukele. Ele lembra que o atual presidente considera o acordo de paz de 1992 "uma farsa" e deslegitima diariamente as instituições.

FMI, ajuste fiscal e população pobre

Um dos planos do presidente para os próximos meses é firmar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o que implicaria em ajustes fiscais que devem prejudicar a população mais pobre, segundo a oposição. Para isso, precisaria ter maioria no Legislativo.

El Salvador é o país da América Central com maior déficit fiscal na pandemia. A diferença entre gastos e arrecadação do governo saltaram de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2019, para 10,5%, em 2020.

Para além do tema econômico, uma das pautas abraçadas pela esquerda e pela juventude local é a descriminalização do aborto. Com altos índices de violência de gênero, El Salvador é um dos cinco países do mundo que proíbem a interrupção da gestação em todos os casos.

Acusações sem prova

Nas últimas semanas, o partido do presidente tem atacado o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), alegando uma suposta fraude que estaria sendo arquitetada para prejudicá-lo, sem apresentar provas.

Em meio a tantas polêmicas, uma das preocupações da oposição é a ausência de observadores internacionais que tradicionalmente acompanham os pleitos em El Salvador. A União Europeia, por exemplo, confirmou na última semana que não enviará uma comitiva de observadores ao país devido ao avanço da pandemia.

*Com Brasil de Fato

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