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Hoje na História

Hoje na História: 1953 - Morre Josef Stalin, líder da União Soviética

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Stalin governou a União Soviética por quase 30 anos e era conhecido como o 'homem de aço' pelos russos

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-03-05T14:50:00.000Z

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No dia 5 de março de 1953 morreu Josef Vissarionovitch Djugashvíli, ou Stalin, “homem de aço” na língua russa, como ficou conhecido. Nascido na Geórgia em 1889 – então parte do império russo – Stalin veio a falecer em sua datcha (casa de campo) nos arredores de Moscou, vítima de uma hemorragia cerebral.

Stalin governou a União Soviética por quase 30 anos. No dia 5, todas as organizações comunistas do mundo inteiro manifestaram o luto pela ida do líder. Em muros de diversas cidades do planeta, em variados idiomas, foi possível ler a mesma inscrição: “Glória eterna ao camarada Stalin”.

Os admiradores na comunidade internacional renderam homenagens ao vencedor da batalha de Stalingrado (17 de julho de 1942 a 2 de fevereiro de 1943), que libertou a União Soviética e o resto dos países dos nazistas e transformou a URSS em curto tempo de um país semifeudal a uma potência industrial. Seus detratores lembraram seu “reinado” caracterizado pelas coletivizações forçadas e um período de repressão sem precedentes, que traria consequências desastrosas.

Stalin era filho de um pai alcoólatra e apanhava severamente da mãe, lavadeira. Ele aprendeu russo, idioma que falou com um pesado sotaque pelo resto da vida. Enquanto estudava para ser padre num seminário teológico de Tblisi, começou secretamente a ler Marx, Engels e outros pensadores revolucionários socialistas.

A partir de 1900, Stalin tornou-se um militante político revolucionário, participando de manifestações e greves. Juntou-se à ala mais ativa do Partido Social-Democrata, os bolcheviques, vindo a ser um seguidor de líder partidário, Vladimir Ilyitch Lenin. Stalin foi preso sete vezes entre 1902 e 1913, sujeito inclusive a exílio.

A primeira grande viragem de Stalin ocorreu em 1912, quando Lênin, exilado na Suíça, nomeou-o membro do comitê central do Partido Bolchevique, que se havia cindido do Partido Social-Democrata. No ano seguinte, abandonando o sobrenome Djugashvíli para adotar definitivamente seu novo nome, publicou um notável artigo sobre o papel do marxismo no destino da Rússia. 

Wikicommons
Stalin governou a União Soviética por quase 30 anos e era conhecido como o 'homem de aço' pelos russos

Em 1917, escapando de um exílio na Sibéria, juntou-se a Lenin para se opor duramente ao governo provisório de Kerensky, que havia destronado o czar e instaurado a república, culminando em outubro com o triunfo da revolução bolchevique. Stalin continuou subindo na escala partidária de comissário para as nacionalidades a secretário-geral do Comitê Central – cargo que lhe propiciaria exercer controle sobre o partido.

Após a morte de Lenin, começou a consolidar o seu poder absoluto, expurgando inimigos e rivais, inclusive seu maior inimigo, Leon Trotsky, assassinado durante exílio no México. Stalin deixou de lado a NEP (Nova Política Econômica) de Lenin, que havia produzido alguma descentralização da economia para adotar os Planos Quinquenais rigorosamente centralizados. Stalin exigiu e obteve o controle da economia assim como de muitos aspectos da vida soviética.

A despeito do imenso desgaste político internacional, em especial junto a diversos intelectuais de esquerda que não admitiam sua aproximação com o líder do nazi-fascismo, assinou um pacto de não-agressão com Hitler pretextando razões estratégicas e melhor preparação para a guerra que se aproximava.

Em maio de 1941, foi eleito presidente do Conselho de Comissários do Povo,  ou seja, chefe de Estado e não mais simplesmente secretário-geral do partido. Um mês depois a Alemanha invade a URSS, avançando significativamente em seu vasto território. Quando as tropas nazistas se aproximaram de Moscou, Stalin permaneceu na capital, dirigindo uma política defensiva de terra-arrasada e exercendo controle pessoal sobre as estratégias do Exército Vermelho.

Durante a Segunda Guerra, Stalin reuniu-se com as principais lideranças ocidentais, Roosevelt e Churchill em Teerã (1943) e Ialta (1945). Sua férrea vontade e habilidade política lhe permitiram desempenhar o papel de aliado embora nunca tenha abandonado sua visão estratégica de expansão de sua área de influência.


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SUB40

Gustavo Mendes: alvo da piada tem que ser o opressor, não o oprimido

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Conhecido por imitar Dilma Rousseff, comediante mineiro fala sobre a pré-candidatura a deputado federal e critica humoristas que lutam pelo direito de ser racistas, transfóbicas ou machista

Pedro Alexandre Sanches

São Paulo (Brasil)
2022-05-27T14:49:00.000Z

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Célebre pelas imitações que faz da ex-presidenta Dilma Rousseff, o ator e humorista mineiro Gustavo Mendes, de 33 anos, conversou com o jornalista Breno Altman no programa SUB40 desta quinta-feira (26/05), e defendeu que não há limites para o humor, mas que o alvo preferencial das piadas não deveria ser o oprimido, e sim o opressor. 

“Há limite para o humor? Não. Pode fazer piada com tudo? Pode. Porém, há tempo para todas as coisas. Posso fazer piada com preto? Posso. Hoje? Não. Ontem [quarta-feira (25/05)] a gente viu morrer Genivaldo Santos, um homem esquizofrênico, pai de família, numa câmara de gás dentro de um camburão da Polícia Militar. Pode fazer piada com preto? Pode, quando a gente pagar nossa dívida escravocrata. Pode fazer? Pode. Agora? Não”, argumentou Mendes.

Para ele, o mesmo raciocínio vale em relação a piadas sobre travestis, no país que mais mata travestis e transexuais no mundo, ou em relação a piadas sobre mulheres, tendo o Brasil as taxas de feminicídio entre as mais altas do mundo. 

Nesse sentido, Mendes criticou humoristas que lutam pelo direito de ser racistas, transfóbicas ou machistas nas piadas e ironizou a existência, no Brasil, de comediantes de direita e apoiadores do atual presidente (a quem ele só se refere como "The Bosta"). 

“Eu já tinha visto empresário careca de direita, cantor falido de direita, ex-paquita querendo espaço na mídia de direita, ex-ator pornô de direita. Já vi de tudo de direita, mas comediante de direita, só no Brasil”, afirmou.

Quem é Gustavo Mendes

Nascido na pequena cidade mineira de Guarani, de 9 mil habitantes, e estabelecido em Juiz de Fora (MG), Gustavo Mendes atuou em humorísticos televisivos como Casseta & Planeta, Zorra Total e Xilindró, mas pertence a uma geração que desenvolve um humor de características mais livres e independentes, em canais como o YouTube, onde veicula ainda hoje paródias da figura pública que o tornou notório, Dilma Rousseff. 

Segundo ele, a personagem surgiu por acaso, quando Dilma ainda era ministra do governo Luiz Inácio Lula da Silva e ele imitava no rádio a atual prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), então reitora de universidade e candidata à prefeita. 

“Quando perdeu as eleições, Margarida sumiu, e eu perdi a personagem. Aí Dilma começou a aparecer muito, porque tínhamos um problema gravíssimo de energia no Brasil, com apagões, que ela resolveu como ministra de Minas e Energia”, lembrou, acrescentando que na época, ele "estava parecido com ela, tinha um dentinho para a frente, estava gordinho, cabeludo. Estava na Record, no Show do Tom [do comediante Tom Cavalcante], e ficava meio ali de escanteio”. 

Tentando alavancar um personagem que ninguém imitava, gravou um vídeo como Dilma e colocou no YouTube com o objetivo de mandar para Tom Cavalcante. E o vídeo estourou. “Fui capa da Folha de S.Paulo como fenômeno do YouTube, porque tinha 70 mil acessos, o que era fenômeno naquela época", disse.

Reprodução
Conhecido por imitar Dilma Rousseff, comediante mineiro é pré-candidatura a deputado federal pelo PT

Humor e vida política

Segundo ele, no princípio do sucesso como Dilma, não sabia nada sobre política e começou a se inteirar (e se interessar) quando passou a ser cobrado pelas implicações políticas de fazer humor sobre a presidenta da República. 

“Eu nem sabia o que era ser de esquerda. Não tinha conhecimento nenhum de política. Na época do governo Lula eu era criança, estava curtindo iogurte, que nunca teve em casa e agora a gente tinha condição de comprar”, descreveu. 

Mendes afirma acreditar que o humor é sempre de oposição e que não existe humor de homenagem. “Fiz um humor de oposição ao governo Dilma, conscientemente, embora eu tivesse desde sempre minha simpatia pela história dela e pelo governo dela, adquirida principalmente do que eu havia vivido do governo Lula”, afirmou. 

“Quando veio o golpe, não me vi no direito de ficar calado, em cima do muro, com medo de perder contratos”, explicou, acrescentando que foi quando ficou evidente que era de esquerda: “sou alguém de esquerda porque sou classe trabalhadora. Eu sei da importância do SUS para minha família”. 

A princípio, tinha medo de conhecer Dilma pessoalmente, se apaixonar “mais ainda” por ela e perder a coragem de fazer piada, como acontece com Ciro Gomes (PDT), de quem disse ser amigo e admirador. 

Atualmente, o humorista é pré-candidato a deputado federal pelo PT de Minas Gerais. No SUB40, ele explicou que primeiro foi assediado pelo PRTB, ex-partido do vice-presidente Hamilton Mourão. 

“Perguntei: ‘Vocês vão apoiar Bolsonaro?’. 'Vamos, é uma escolha natural.’ O que eles fumaram para estar me ligando? Meia hora depois, me ligou de novo com uma proposta nova, de vir como a grande estrela de outro partido, o Partido Novo. É pegadinha? Saí fora.”

O comediante sustentou que não pretende pautar sua campanha no humor e disse acreditar que política é missão, e não meio de vida. 

“Numa escala, sou um cidadão homem gay, em primeiro lugar. Não sou igual àquele governador do Rio Grande do Sul [Eduardo Leite] que diz que não é um gay governador, mas um governador gay, colocando essa pauta em segundo plano. Não vou levantar a bandeira LGBTQAP+, eu sou a bandeira, essa causa é a minha vida, o meu corpo. Abaixo disso sou um comediante, que é como sustento minha casa e minha família. Depois disso vem a missão, a política, que não é meio de vida”, destacou.

Enquanto a campanha eleitoral não começa efetivamente, Gustavo Mendes explica que continua sendo governado pelo humor, tendo o poder político como alvo principal.

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