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Hoje na História

Hoje na História: 1961 - Arma nuclear mais potente da história é detonada

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URSS testou a 'Tsar Bomba', com capacidade de destruição equivalente a todos os explosivos usados na 2ª Guerra Mundial vezes 10

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2021-10-23T14:30:00.000Z

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Desenvolvida pela União Soviética, a bomba de 57 megatons, equivalente a 57 milhões de toneladas de trinitrotolueno, levava o nome-código de "Ivan". A bomba foi testada em 23 de outubro de 1961, em Nova Zembla, uma ilha no Oceano Ártico. Devido ao seu enorme tamanho a bomba não era prática para propósitos de guerra. Não há evidências de que outra bomba de poder similar tenha sido feita.

O premiê soviético Nikita Kruchev deu início ao projeto em 10 de julho de 1961, exigindo que os testes fossem realizados em outubro do mesmo ano, enquanto o 22º Congresso do PCUS (Partido Comunista da União Soviética) ainda estivesse em sessão. O prazo de 15 semanas foi alcançado porque os componentes nucleares necessários já estavam à disposição.

O termo "Tsar Bomba" remete à histórica prática russa de construir objetos incrivelmente grandes para mostrar poder. Exemplos incluem o Grande Sino (Tsar Kolokol), o maior canhão do mundo (Tsar Pushka).

A Tsar Bomba não foi feita para o uso bélico prático. Kruchev deu ordem final para o teste num momento de grande tensão: o Muro de Berlim havia sido levantado em agosto de 1961. E mais ainda: a União Soviética estava próxima de levar armas para Cuba, o que acabaria levando à chamada Crise dos Mísseis.

A "Tsar Bomba" era uma bomba de hidrogênio de estágios múltiplos com uma potência em torno de 50 megatons. Tal capacidade de destruição equivalia a todos os explosivos usados na Segunda Guerra Mundial multiplicados por dez.

O design inicial trifásico (fissão-fusão-fissão) era capaz de liberar aproximadamente 100 Mt, mas o resultado seria um excesso de resíduos e partículas radioativas liberadas na atmosfera. Para limitar os efeitos dos resíduos radioativos, o terceiro estágio – que consistia de uma couraça para a fissão de Urânio 238 - foi trocado por uma de chumbo. Isso eliminou a rápida fissão dos nêutrons resultantes da fusão (estágio 2).

A bomba foi desenvolvida por uma equipe de físicos, liderada por Julii Khariton, que incluía Andrei Sakharov, Victor Adamsky, Yuri Babayev, Yuri Smirnov e Yuri Trutnev. Foi levada ao campo de teste por um avião bombardeiro Tu-95, que levantou voo de uma base aérea na península de Kola, pilotado pelo major Andrei Durnotsev.

Wikicommons
URSS testou a 'Tsar Bomba', com capacidade de destruição equivalente a todos os explosivos usados na 2ª Guerra Mundial vezes 10

O bombardeiro foi acompanhado de um avião de observação Tupolev Tu-16, que filmou o teste. Ambos os aviões foram pintados com uma tinta reflexiva branca para limitar os danos causados pelo calor gerado pelo teste.

A bomba de 27 toneladas era tão grande - 8 metros de comprimento por 2 metros de diâmetro - que os tanques de combustível das asas do Tu-95 tiveram de ser removidos. Ela foi presa a um paraquedas de retardo de queda que pesava mais de 800 kg, o que dava a ambos os aviões a possibilidade de voar para pelo menos 45 km de distância do ponto zero de detonação.

A Tsar Bomba foi detonada às 11h32 sobre o campo de restes na Baía de Mityushikha, ao norte do Círculo Polar Ártico na ilha de Nova Zembla. Foi lançada de uma altitude de 10,5 mil metros e programada para detonar a 4 mil metros acima da superfície terrestre.

A bola de fogo gerada pela explosão tocou o solo e quase alcançou a mesma altitude do avião bombardeiro, podendo ser vista a mais de mil km de distância. O calor gerado poderia causar queimadura de 3º grau em uma pessoa que estivesse a 100 km de distância. A nuvem em forma de cogumelo que se seguiu chegou a 60 km de altura e algo em torno de 35 km de largura.

O deslocamento de ar causou danos diretos até a mil km de distância. Um participante no teste viu um flash brilhante através dos óculos escuros de proteção e sentiu os efeitos de um pulso térmico mesmo a uma distância de 270 quilômetros.

O peso e o tamanho da Tsar Bomba limitaram o alcance e a velocidade do bombardeiro especialmente modificado que a carregava. Ademais, os soviéticos chegaram à conclusão de que um teste de tamanha potência criaria uma catástrofe nuclear e tinham a certeza de que o avião bombardeiro que a lançasse não alcançaria um lugar seguro após a detonação.

A Tsar Bomba foi a culminação de uma série de armas termonucleares de alta potência desenvolvidas pela União Soviética e pelos Estados Unidos durante a década de 1950 na Guerra Fria.

Tais bombas foram desenvolvidas para dizimar grandes cidades inteiras mesmo que lançadas entre 5 a 10 km do seu centro. As armas nucleares subsequentes, nas décadas de 1960 e 1970, tiveram como foco a precisão, miniaturização e segurança em detrimento da potência.

Um operador de câmera presente registrou: "As nuvens a uma grande distância abaixo e acima d avião foram iluminados pelo clarão da bola de fogo e por um instante tornaram-se transparentes. A propagação da luz incandescente sobre o mar era algo impressionante. Nesse momento nosso avião emergiu do meio de uma camada de nuvens e pudemos observar uma gigantesca esfera de fogo brilhante e alaranjada rolando em direção ao céu. O espetáculo foi fantástico, irreal, sobrenatural".


(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.  

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Política e Economia

Maioria dos norte-americanos apoia restrições a armas, diz pesquisa

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Levantamento foi realizado após massacre em escola do Texas que ocorreu em 24 de maio

Redação

ANSA ANSA

Washington (Estados Unidos)
2022-05-26T21:35:00.000Z

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Uma pesquisa divulgada na última quarta-feira (25/05) aponta que a maioria dos americanos quer leis mais rígidas sobre armas de fogo.

A sondagem foi realizada pelo instituto Ipsos para a agência Reuters e chega na esteira do massacre em uma escola de Uvalde, no Texas, que deixou 19 estudantes e dois professores mortos na última terça (24/05).

O ataque foi cometido pelo jovem Salvador Ramos, que comprara as armas legalmente após ter completado 18 anos de idade.

De acordo com a pesquisa, 84% das pessoas defendem a checagem de antecedentes na venda de qualquer tipo de armas de fogo, enquanto 70% são favoráveis a leis que permitiriam o confisco de armamentos de indivíduos considerados como ameaça à segurança pública.

Fibonacci Blue/Flickr
Protesto pelo controle de armas em Minnesota, nos EUA, em 7 de março de 2018

Além disso, 72% apoiam o aumento da idade mínima para comprar armas de 18 para 21 anos. Por outro lado, apenas 35% dos entrevistados disseram estar confiantes de que o Congresso vai tomar medidas para restringir o acesso a armas.

A sondagem também mostrou que 54% das pessoas acreditam que portar uma arma é a melhor maneira de se proteger de um tiroteio, enquanto 45% apoiam que professores e funcionários de escolas básicas andem armados.

No próximo dia 11 de junho, a capital Washington deve ser palco de um grande protesto em defesa da restrição do acesso a armas de fogo, convocado pelo movimento March for Our Lives (Marcha pelas Nossas Vidas), fundado em 2018, após o massacre que deixou 17 mortos em uma escola de Parkland, na Flórida. 

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