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Hoje na História

Hoje na História: 1948 - Morre Eisenstein, um dos maiores cineastas do século 20

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Notabilizou-se pelos filmes mudos A Greve, O Encouraçado Potemkin e Outubro; diretor morreu devido a um infarto, em Moscou

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2021-02-11T16:23:00.000Z

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Serguei Mikhailovitch Eisenstein, um dos mais importantes cineastas da história do cinema, morre em Moscou em 11 de fevereiro de 1948. Relacionado ao movimento de vanguarda da arte russa, participou ativamente da Revolução Bolchevique de 1917 e da consolidação do cinema como meio de expressão artística. 

Notabilizou-se pelos filmes mudos A Greve, O Encouraçado Potemkin e Outubro, bem como os épicos históricos Alexandre Nevski e Ivan o Terrível. Sua obra influenciou fortemente os primeiros cineastas devido ao uso inovador da montagem. 

Eisenstein nasceu em 23 de janeiro de 1898 em Riga, Letônia. Seu pai era arquiteto e pertencia à pequena burguesia. Fez rápidos progressos na escola e aprendeu com facilidade diversas línguas. 

Em 1915, ingressa no Instituto de Engenheiros Civis de Petrogrado. Em 1918, abandonando os estudos, alista-se no Exército Vermelho e parte voluntário para o front. As experiências vividas iriam propiciar a eclosão de sua estética, ligada irredutivelmente à política e à sociedade. 

Por sua vinculação umbilical com a Revolução Russa e tendo percorrido intensa atividade intelectual e artística, Eisenstein declararia mais tarde: “A Revolução me deu o que de mais caro tenho em minha vida. Ela fez de mim um artista... e se a Revolução me conduziu à arte, a arte, por seu turno, me levou por completo à Revolução.” De fato, o cinema de Eisenstein carregaria para sempre a marca da Revolução. 

Desmobilizado em 1920, torna-se encenador e cenarista de teatro. Estreia no cinema em 1923 com O Jornal de Glumov, um pequeno filme burlesco inserido numa representação teatral. Publica no mesmo ano seus primeiros escritos sobre “montagem-atração”. Neles explica a importância da montagem que era amiúde relegada a segundo plano. “A América não compreendeu a montagem como elemento novo, segue honestamente narrativa, mas não construiu seu ‘potencial educativo’ sobre a montagem". 

Inventa então a montagem paralela que consiste em criar uma dinâmica visual pelo choque de dois planos juntos um ao outro. Em outros termos, a linearidade narrativa é desfeita em proveito da experiência sensorial. Passa-se da imagem-tempo, que se baseia numa sucessão de ações lógicas, à imagem-movimento, que permite dinamizar o entrecho e cria um certo desconforto no espectador que se vê desestabilizado pelo ajuste ilógico entre dois planos.

Wikimedia Commons
Relacionado ao movimento de vanguarda da arte russa, participou ativamente da Revolução Bolchevique de 1917

 Em 1924, Eisenstein trabalha na montagem da versão russa do Doutor Mabuse de Fritz Lang e realiza seu primeiro longa-metragem, A Greve, em que relata uma greve operária numa fábrica tzarista, com a denúncia da exploração dos patrões. Mostra a multidão, voltando-se assim contra o cinema tradicional que punha em cena personagens singulares. Nesta película, consagrada como “poesia de massa”, o personagem central é o povo trabalhador, marcando uma guinada no cinema soviético. O filme aborda ao mesmo tempo um problema social ancorado num contexto histórico preciso, valendo-se de procedimentos puramente cinematográficos que irão fazer evoluir a linguagem. 

No ano seguinte roda a sua obra-prima O Encouraçado Potemkin, consagrado pelos críticos como um dos melhores filmes da história do cinema. Relata um acontecimento real, o motim a bordo do encouraçado Príncipe Potemkin, em 1905, que desencadeia uma repressão sangrenta do poder tsarista contra os habitantes de Odessa, solidários com os marinheiros.

Um ano mais tarde estreia Outubro, que narra os acontecimentos de 1917, por ocasião do 10º aniversário da Revolução. O filme é a primeira grande produção do realizador. Milhares de figurantes, operários, soldados e marinheiros participaram da rodagem de certas cenas, tais como a tomada do Palácio de Inverno, a intervenção do cruzador Aurora, a manifestação e a fuzilaria sobre a Perspectiva Nevski. Em 1930, se exila no México para rodar o seu Que Viva México, que só viria a lume nos anos 1970. 

De volta à União Soviética, Eisenstein produz seu primeiro filme falado, O Prado de Bejin, que permaneceu inacabado. É vítima pela primeira vez da censura. O filme é proibido e destruído em 1937 por “misticismo e formalismo”. Não obstante, lança-se a um novo projeto, Alexandre Nevski (1938). Sofre um controle cerrado dos dirigentes, porém a obra é estreada como filme oficial. Baseado no contraponto de imagens com a música de Prokofiev, o filme brilha igualmente pela reconstituição da Idade Média russa ao século 18. 

Em 1948, na madrugada de 10 para 11 de fevereiro, vítima de uma moléstia do coração, Eisenstein sucumbe a um infarto aos 50 anos em Moscou.


Também nesta data:
1482 - Tomás de Torquemada é nomeado inquisidor
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FBI investiga Trump por violar lei de espionagem e recupera documentos dos EUA

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Arquivos 'ultrassecretos' e de 'informação sensível' foram apreendidos na casa do ex-presidente

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-12T21:40:00.000Z

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O FBI está investigando o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump por violação do "Ato de Espionagem", por obstrução de justiça e por remoção ou destruição de registros, informam os documentos tornados públicos nesta sexta-feira (12/08).

Ao todo, 20 caixas de documentos, fotos e outros itens foram retirados da mansão de Mar-a-Lago na operação da última terça-feira (08/08). A informação foi divulgada pelo pelo jornal estadunidense The Wall Street Journal. Entre as páginas estavam documentos com a marcação de "TS/SCI", o mais alto nível de classificação secreta do governo norte-americano.

Foram quatro caixas de documentos "ultrassecreto", três de "secretos" e três de "confidencial". Também foi confirmado que, durante a operação, foi recuperado um material sobre o "presidente da França", Emmanuel Macron.

O Washington Post afirmou que, segundo fontes ligadas à investigação, o FBI também buscava documentos secretos sobre armas nucleares. "Especialistas em informação confidencial disseram que a busca incomum levanta grave preocupação em autoridades do governo sobre o tipo de informação que eles pensavam que poderia ser encontrada [na residência] de Trump em Mar-a-Lago e potencialmente em risco de caírem em mãos erradas", afirmou o periódico.

Palácio do Planalto/Flickr
Arquivos 'ultrassecretos' e de 'informação sensível' foram apreendidos na casa do ex-presidente

O mandado de busca e apreensão ainda autorizou a investigação no escritório de Trump na residência e em qualquer "sala de armazenamento e outras salas dentro da premissa de uso ou possível uso por [Trump] e sua equipe e em caixas ou documentos que podem ter sido armazenados, incluindo todas as estruturas ou prédios do local".

Após a divulgação das informações oficiais, Trump se manifestou por meio de sua rede social, a Truth, se defendendo das acusações.

"Número um, era tudo material desclassificado. Número dois, não tinham a necessidade de sequestrar nada. Poderiam ter obtido isso quando quisessem sem fazer política e entrar em Mar-a-Lago. Estavam em um lugar seguro, com um cadeado a mais depois que me pediram", escreveu.

Trump tenta fazer com que a operação do FBI se torne política e vem conseguindo apoio dos seus pares republicanos nisso. Já a Casa Branca se manifestou apenas uma vez sobre o caso, dizendo que o presidente Joe Biden ou qualquer membro do alto escalão não sabiam da ação.

(*) Com Ansa e Brasil de Fato.

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