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Hoje na História

Hoje na História: 1815 - Rei Luis XVIII deixa Paris rumo ao exílio

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Monarca abriu espaço para que Napoleão Bonaparte, de volta da ilha de Elba, retomasse o poder

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2021-03-19T14:45:00.000Z

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Em 19 de março de 1815, o rei Luis XVIII deixa Paris, a contragosto, para o exílio. Dessa forma, abrindo espaço para o ex-imperador Napoleão I, de volta da ilha de Elba. 

Quase um ano antes, após a abdicação de Napoleão I em 6 de abril de 1814, a monarquia constitucional foi restaurada pelo governo provisório e o filho mais novo do rei Luís CV, o Delfim sobe ao trono sob o nome de Luis XVIII. 

Em 5 de março de 1815, entretanto, Luis XVIII foi informado pelo barão de Vitrolles do retorno de seu adversário, Napoleão Bonaparte, que conseguira escapar de seu exílio na ilha de Elba.


Napoleão tratava de regressar à França porque sabia que persistia no país uma considerável massa de opinião bonapartista. Essa massa se subdividia entre militares, veteranos da “Grande Armée” (Grande Exército), insatisfeitos com o novo regime e aqueles que haviam adquirido bens nacionais em decorrência da Revolução, inquietos com a sorte que lhes seria reservada, apesar do apelo real pela reconciliação de todos os franceses. 

Quanto ao povo em geral, estava persuadido de que Luís, certamente em razão de sua tendência para a simulação, iria renegar a Carta Magna que outorgara em 1814, tendo por objetivo instaurar o absolutismo, a exemplo do que fazia seu primo Ferdinando VII na Espanha. 

Em 26 de fevereiro de 1815, Napoleão deixa, em segredo, a ilha de Elba, situada entre a Córsega e a Itália, e desembarca em 1º de maio no golfo Juan, perto de Cannes. Recebe uma acolhida pouco calorosa em Provence, majoritariamente monarquista, mas é aclamado em Dauphine.


Wikipedia Commons
Após a abdicação de Napoleão I, a monarquia constitucional foi restaurada pelo governo provisório e Luis XVIII sobre ao trono

A princípio, o rei e o governo não estavam convencidos do êxito da empreitada do “Usurpador”, como era chamado Napoleão. Entretanto, face ao alinhamento progressivo do exército ao antigo imperador, as autoridades decidiram reagir rapidamente. O rei mobiliza os seus partidários, acompanhados de soldados, por todo o reino. Por exemplo, o irmão do rei – futuro Charles X – é enviado a defender Lyon, seguido pelo duque de Orleans, que seria, quinze anos mais tarde, rei da França sob o nome de Luis Felipe I, mas que se mostrou muito pouco empenhado em sua tarefa.

Em 10 de março, constatando a impossibilidade de montar sequer uma peça de artilharia contra as tropas de Napoleão, Orleans abandona precipitadamente seu posto, seguido três horas mais tarde pelo irmão do rei, quando as forças de Napoleão já se avizinhavam.

Em 14 de março, o marechal Michel Ney, última esperança de salvaguarda da monarquia, que em 6 de março havia prometido ao rei que encerraria “Buonaparte” (sobrenome original do imperador) em uma gaiola de ferro, se junta a Napoleão.

Em 16 de março de 1815, Luis XVIII, determinado a lutar, dirige-se à Câmara de Deputados a fim de se pronunciar sobre os acontecimentos: Que melhor morte poderia ter, aos 60 anos, do que lutar em defesa da coroa? E, sob o delírio dos parlamentares, a sessão termina com a promessa do soberano: “Aconteça o que acontecer, não abandonarei meu trono”.

Contudo, a verdade era outra. Desde 14 de março, Luis XVIII, sem nada revelar a ninguém, planejava fugir em vez de se colocar em perigo. Sabendo que sua causa estava perdida, envia seu sobrinho Charles-Ferdinand de Berry à frente de um exército de 20 mil homens escalonados entre Montereau e Villejuif.

Eis porque em 19 de março declara: “Vejo que tudo está terminado. Não nos engajemos numa resistência inútil. Estou decidido a partir”. Aparentando fastio e cansaço, teve, porém, o cuidado de levar consigo ao estrangeiro as joias da coroa.

Por volta das 23h30, debaixo de chuva, seis viaturas se posicionam no leito das Tuileries. O rei sai e, num gesto comum, os súditos presentes se ajoelham chorando. Então, Luis XVIII: “Meus filhos, me poupem, preciso de força, os verei em breve, voltem para suas famílias”. 

Ninguém se mexeu. Eis então que o velho rei perde seu sangue frio: “Vocês deveriam ter me poupado dessa emoção. Eu não os queria ver!”. Sobe na viatura e, após um derradeiro gesto de adeus, o veiculo se põe em marcha.

No dia seguinte, enquanto Napoleão entrava, aclamado, no palácio real, Luís entrava em Abbeville. Seu objetivo era chegar de novo a Hartwell, seu exílio inglês de 1809 a 1814. A rapidez com que deixou Paris demonstrava o temor que sentia quanto a sua sorte, pela primeira vez em sua existência.


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Política e Economia

Manifestantes em Mineápolis protestam pela segunda noite consecutiva contra morte de jovem negro

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Daunte Wright, 20 anos, foi morto no domingo (11/04) a 16 km do local em que ocorreu a morte de George Floyd

Redação

RFI RFI

Roma (Itália)
2021-04-13T14:16:00.000Z

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Mineápolis viveu uma segunda noite de protestos nesta terça-feira (13), apesar do início do toque de recolher na cidade americana, agitada pela morte supostamente acidental de um jovem negro por uma policial, em meio ao julgamento do ex-policial acusado pela morte de George Floyd, que mantém os Estados Unidos sob suspense. Daunte Wright foi morto por uma agente da polícia no domingo (11/04).  

O presidente americano, Joe Biden, pronunciou-se mais cedo sobre o ocorrido no fim de semana, dizendo que manifestações pacíficas são compreensíveis, mas que não há "absolutamente nenhuma justificativa" para violências.  

Após os protestos da noite de domingo, o prefeito de Mineápolis, Jacob Frey, decretou toque de recolher, que entrou em vigor às 19h desta segunda-feira (12/04) também na vizinha Saint Paul e nos três condados da região metropolitana, incluindo Hennepin, onde ocorreu o incidente. 

Morte “acidental” 

Wright, 20 anos, foi morto a tiros por "acidente" enquanto dirigia no domingo pelo Brooklyn Center, um subúrbio de Mineápolis, segundo a polícia. Os agentes haviam ordenado que o motorista do veículo parasse por uma infração de trânsito. Quando descobriram que ele tinha um mandado de prisão pendente, tentaram prendê-lo. 

O jovem desobedeceu a ordem de deixar o carro e seguiu no automóvel. A policial Kim Potter gritou “taser” (pistola elétrica de imobilização) e atirou. A policial acusada tem carreira de 26 anos e foi suspensa.  

O comandante da polícia local, Tim Gannon, disse que o caso foi "acidental" e que a policial envolvida não queria atirar, mas confundiu sua arma de fogo com a taser. "Foi um tiro acidental que resultou na trágica morte" de Wright. 

Ao toque de recolher se soma a mobilização de mil soldados da Guarda Nacional, para evitar novos tumultos. Ignorando a ordem da prefeitura, dezenas de manifestantes continuaram agitando cartazes e cantando palavras de ordem sob a chuva, em frente à delegacia de Brooklyn Center City. 

“Não consigo respirar”    

Essa nova morte de um cidadão negro pelas mãos da polícia reacendeu o trauma de uma cidade que sofreu várias noites de incidentes após a morte de George Floyd, em 25 de maio de 2020. Na noite de domingo, a polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar uma multidão que se reunia em frente à delegacia do Brooklyn Center. 

Após os incidentes, a defesa do ex-agente acusado pela morte de Floyd, Derek Chauvin, pediu ao juiz que conduz o processo que isolasse o júri, preocupado que as manifestações pudessem influenciar sua decisão. Mas tanto a promotoria quanto o juiz se recusaram a fazê-lo. "Vamos isolá-los na segunda-feira, quando antecipamos as alegações finais", informou o magistrado. 

Chauvin enfrenta acusações de homicídio culposo e doloso em segundo grau por seu papel na morte de Floyd, após imobilizá-lo colocando o joelho sob seu pescoço quando ele havia sido preso por supostamente ter feito um pagamento com uma nota falsa 

Vários vídeos mostram Chauvin pressionando o pescoço de Floyd por mais de nove minutos enquanto ele repetidamente lhe diz que não consegue respirar. As imagens desencadearam uma onda de protestos contra o racismo e a brutalidade policial nos Estados Unidos e no mundo.

A promotoria busca provar que a morte de Floyd foi causada por asfixia por parte da ação de Chauvin durante a prisão, e, para isso, convocou vários médicos a depor. Já a defesa argumenta que o óbito está relacionado ao fentanil encontrado em seu sangue, que se soma a fatores de saúde. 

O cardiologista Jonathan Rich testemunhou que a morte ocorreu devido aos baixos níveis de oxigênio induzidos pela "asfixia posicional" a que foi submetido. "Não vejo nenhuma evidência de que uma overdose de fentanil tenha causado a morte de Floyd", ressaltou Rich. 

A poderosa organização de direitos civis ACLU afirmou que a morte de Wright foi uma das 260 causadas pela polícia até agora em 2021. "O que precisa acontecer para que a polícia pare de matar pessoas de cor?", perguntou em um comunicado Ben Crup, o advogado da família Floyd, que também representará os parentes de Wright. 

AFP/Telam
Cerca de 40 pessoas foram presas no protesto desta noite

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