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Hoje na História

Hoje na História: 1968 - Martin Luther King é assassinado

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Pastor e ativista estava em Memphis para apoiar uma greve quando foi morto por um tiro; assassino seria James Earl Ray, condenado a 99 anos de prisão

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2021-04-04T14:55:00.000Z

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Martin Luther King, o pastor negro norte-americano, foi assassinado por James Earl Ray, em Memphis, Tennessee, no dia 4 de abril de 1968. O apóstolo da não-violência sonhava com uma sociedade racialmente igualitária, em que os afroamericanos estariam plenamente integrados. 

Sua luta pelos direitos civis, as manifestações em marchas pacíficas, como a de 25 de agosto de 1963 sobre Washington, que reuniu 250 mil pessoas, despertou a consciência dos Estados Unidos para uma participação enfática na instauração de uma sociedade mais justa. Sua ação lhe valeu o prêmio Nobel da Paz de 1964.

Pouco depois das 6 horas da tarde de 4 de abril de 1968, Martin Luther King Jr. foi ferido mortalmente por uma arma de fogo quando se encontrava na sacada do 2º andar do Lorraine Motel, em Memphis. O líder dos direitos civis estava na cidade para apoiar a greve dos trabalhadores em serviços sanitários e ia jantar quando um projétil o atingiu no queixo e rompeu sua medula espinhal. King foi declarado morto logo depois de sua chegada a um hospital local. Tinha 39 anos.

Nos meses que antecederam seu assassinato, Luther King passou a ficar crescentemente preocupado com a desigualdade econômica nos Estados Unidos. Organizou a Campanha do Povo Pobre para enfrentar a questão, inclusive uma marcha com brancos e negros pobres em Washington e em março de 1968 viajou a Memphis para apoiar a greve dos sanitaristas, majoritariamente de trabalhadores afroamericanos. No dia 28 de março, uma marcha de protesto de trabalhadores liderada por King terminou em violência e com a morte de um adolescente negro. King deixou a cidade, mas prometeu voltar no começo de abril para comandar outra manifestação.

Em 3 de abril, de volta a Memphis, King pronunciou o que seria seu derradeiro sermão, declarando: "Tivemos algumas dificuldades dias atrás. Porém nada importa para mim agora porque estive no alto da montanha... E Ele permitiu que eu subisse a montanha. Olhei ao redor e avistei a Terra Prometida. Não irei até lá com vocês. Mas quero que esta noite saibam que nós, como povo, chegaremos à terra prometida."

No dia seguinte, King foi assassinado por um franco-atirador. Assim que a notícia se espalhou, a população saiu às ruas em várias cidades do país. A Guarda Nacional foi deslocada para Memphis e Washington.

Em 9 de abril, King foi enterrado em sua cidade natal de Atlanta, Geórgia. Dezenas de milhares de pessoas alinharam-se nas ruas para ver passar o ataúde colocado sobre uma simples carroça rural puxada por dois burros para prestar-lhe o último tributo.

Na noite do homicídio de King, um rifle de caça Remington cal.30-06 foi encontrado na calçada ao lado de uma casa de pensão a um quarteirão do Lorraine Motel. Durante os meses subsequentes de investigação, o rifle e os relatos de testemunhas oculares apontavam para um único suspeito: James Earl Ray.

Criminoso comum, Ray havia fugido de uma prisão no Missouri em abril de 1967, onde cumpria sentença por assalto. Em maio de 1968, começou uma intensa caçada a Ray. Finalmente o FBI constatou que ele havia obtido um passaporte canadense sob falsa identidade.

Em 8 de junho, investigadores da Scotland Yard prenderam Ray no aeroporto de Londres. Tentava voar para a Bélgica com o objetivo – mais tarde admitido – de chegar à Rodésia. À esta altura, a Rodésia era governada por um governo de minoria branca, opressor e internacionalmente condenado. Extraditado para os Estados Unidos, declarou-se culpado ante um juiz de Memphis em março de 1969 para assim evitar a cadeira elétrica. Foi sentenciado a 99 anos de prisão.

Três dias depois, tentou retirar sua declaração de culpa, afirmando ser inocente. Alegou ter caído como trouxa numa conspiração. Afirmou que, em 1967, um sujeito misterioso chamado "Raoul" o recrutou para servir a uma empresa de tráfico de armas. No dia do assassinato, se deu conta que seria o bode expiatório da morte de King, resolvendo fugir para o Canadá. O pedido de Ray foi negado, bem como dezenas de petições de novo julgamento ao longo dos 29 anos seguintes.

Durante os anos 1990, a esposa e os filhos de Martin Luther King falaram publicamente em defesa das afirmações de Ray, considerando-o inocente e especulando acerca de conspiração para cometer assassinato envolvendo o governo e os militares dos Estados Unidos. As autoridades norte-americanas, na mente dos conspiradores, estavam circunstancialmente implicadas.

O diretor do FBI, J. Edgar Hoover estava obcecado com King, quem, imaginava ele, estava sob influência comunista. Nos últimos seis anos de sua vida, King esteve sob constante escuta telefônica e assédio por parte do FBI. Antes de sua morte, King foi também monitorado pela inteligência militar, que foi chamada a vigiar King depois que ele denunciou publicamente a Guerra do Vietnã, em 1967. Além do mais, por pregar por reformas econômicas radicais em 1968, inclusive um ingresso anual mínimo para todos, criou inimigos em Washington.

Ao longo dos anos, o crime foi por diversas vezes reexaminado e se chegou sempre às mesmas conclusões: James Earl Ray matou Martin Luther King. Um comitê nomeado pelo Congresso reconheceu que podia ter havido uma conspiração, mas não havia provas para sustentar a tese. Sobrepondo-se às provas contra ele – impressões digitais no rifle e sua estadia na casa de pensão na noite de 4 de abril, Ray tinha uma razão definitiva para assassinar King: ódio racial. Ray morreu em 1998.


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Eleições 2021 no Peru

Eleição no Peru: Com mais de 90% apurados, Castillo lidera, seguido por Keiko Fujimori; siga

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Números indicam realização de segundo turno nas eleições presidenciais, que acontecerá em junho; possível adversário de Castillo ainda está indefinido

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-13T18:42:00.000Z

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A apuração das eleições presidenciais do Peru ultrapassou a marca dos 91% na manhã desta terça-feira (13/04). O candidato do partido Peru Livre, Pedro Castillo, segue liderando a disputa com 19,1% dos votos. 

Os números indicam a realização de um segundo turno nas eleições presidenciais, que acontecerá em junho. Entretanto, a segunda vaga continua indefinida. Com 91,8% das atas computadas, a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, do partido ultradireitista Força Popular, está na segunda posição com 13,35%.

Segundo Piero Corvetto Saniles, presidente da ONPE, a eleição deste domingo contou com 73,89% de participação. O voto no país é obrigatório.



No domingo (11/04), uma pesquisa boca de urna divulgada pelo instituto Ipsos Perú indicava a liderança de Castillo e o segundo lugar com Keiko Fujimori.

A apuração poderá levar semanas para ser concluída. O presidente do Júri Eleitoral Nacional (JNE) do Peru, Jorge Luis Salas, afirmou à TV Perú que uma projeção realizada pelo órgão indica que a confirmação de quais candidatos estarão no segundo turno das eleições poderá ser publicada somente na primeira semana de maio.

Reprodução
Castillo, 51 anos, é professor do ensino básico do país e lidera resultados

Quem é Pedro Castillo

Após a divulgação dos primeiros números, Castillo agradeceu aos peruanos e, em especial, aos professores. O candidato pelo Peru Livre é docente do ensino básico do país. "O povo se identifica com alguém que nasceu na mesma cidade e estou muito comprometido. Se o povo hoje foi às urnas para refletir isso democraticamente, e se o resultado foi diferente, também devemos aprender com isso. Ninguém nasce com o rótulo de político, líder ou autoridade, mas o caminho se faz ao andar e estou imensamente grato ao meu povo", disse.

Professor do ensino básico, com 51 anos de idade, o presidenciável teve reconhecimento nacional em 2017, quando liderou uma greve de profissionais da educação peruana. Quando jovem, o Castillo fazia parte de rondas campesinas, formas de organizações para combater os crimes que ocorriam nas zonas rurais do Peru, o que, ainda hoje, representa em suas caminhadas ao usar chapéu característico aos integrantes das rondas. 

Em sua campanha eleitoral, o candidato falou em uma participação popular e no chamamento para uma Constituinte no Peru. Pesquisas anteriores ao pleito deste domingo indicavam que a sigla Peru Livre de Castillo angariariam cerca de 6% na intenção de votos.

O partido Peru Livre é uma sigla que se define como "marxista-leninista-mariateguista". O partido propõe reformas como a destituição do Tribunal Constitucional do país, por considerar que o órgão é uma força aliada às elites do país. Peru Livre também defende uma reforma "total" em relação à política fiscal e tributária peruana e propõe a "nacionalização dos recursos estratégicos" da nação.

A entidade "condena" ingerências "imperialistas e neocoloniais", censurando "abertamente" o Grupo de Lima, organização fundada em 2017 por iniciativa do governo peruano sob a justificativa de "denunciar a ruptura da ordem democrática na Venezuela". O Grupo de Lima é formado por 13 países.

Dia de votação

O presidente do JNE do Peru disse que o processo de votação ocorreu de forma tranquila, sem nenhum registro de atos de violência ou manifestações. O Gabinete Nacional de Processos Eleitorais declarou que 99,96% das mesas de votação foram instaladas em todo o país.

As urnas peruanas foram abertas das 7h às 19h, horário local. O voto é obrigatório e seu não cumprimento pode gerar uma multa de cerca de R$300.

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