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Hoje na História

Hoje na História: 1981 - papa João Paulo II sofre atentado na praça São Pedro, em Roma

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Pontífice levou quatro tiros e teve de ser operado; atirador foi condenado à prisão perpétua

Max Altman

2022-05-13T16:26:00.000Z

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Uma tentativa de assassinato do papa João Paulo II ocorreu numa quarta-feira, 13 de maio de 1981, na praça de São Pedro, Vaticano. Mehmet Ali Agca, jovem turco de 23 anos, disparou contra o papa quatro vezes logo que este entrou na praça. Devido aos graves ferimentos, o papa perdeu muito sangue, sendo posteriormente levado ao hospital. Agca foi preso em flagrante e, mais tarde, sentenciado à prisão perpétua. Posteriormente o papa, numa visita à prisão, perdoou-o. O presidente italiano Carlo Ciampi concedeu o indulto a Agca a pedido do papa, após o que foi deportado para a Turquia em junho de 2000.

Em meio a uma multidão que abarrotava a praça e ante a estupefação de milhares de fiéis que aguardavam a celebração da festividade de Nossa Senhora de Fátima, o papa sofreu uma tentativa de magnicídio (assassinato de pessoa ilustre). Eram 17h17 quando João Paulo II se trasladava em seu veículo, o papamóvel, pela praça de São Pedro. Dava a segunda volta, estendia seus braços às crianças e saudava a multidão, quando de repente se escutaram disparos dirigidos ao papamóvel.

O pontífice, com o rosto pálido e as vestes brancas salpicadas de sangue, permaneceu imóvel por um átimo e em seguida caiu dentro do veículo. O condutor acelerou através das colunas laterais entrando no palácio do Vaticano em meio ao alarme que se criou.

Minutos depois, a polícia deteve o autor dos disparos. Além da arma, encontrou-se em seu bolso uma nota escrita em turco que dizia: “Eu, Agca, matei o papa para que o mundo possa saber que há milhares de vítimas do imperialismo”.

Agca, de religião muçulmana, declarou às autoridades ser "o instrumento inconsciente de um plano misterioso", cuja natureza não pôde ser desvendada pelas investigações. No mês de julho foi condenado à prisão perpétua e à pena especial de isolamento.

A tentativa

Em agosto de 1980, sob o pseudônimo de Vilperi, Agca começou a percorrer a região, mudando várias vezes de passaporte e de identidade. Entrou em Roma em 10 de maio de 1981 num trem que vinha de Milão. Em Roma se encontrou com três cúmplices: um compatriota turco e dois búlgaros. A operação era liderada por Zilo Vassilev, um militar búlgaro que residia na Itália. Segundo Vassilev, a missão lhe havia sido encarregada pelo mafioso turco Bekir Çelenk, ainda na Bulgária.

Wikimedia Commons
Apesar de a bala não ter atingido nem a aorta abdominal nem a artéria mesentérica, o papa sofreu choque hemorrágico

O plano era que Agca e o pistoleiro Oral Çelik abrissem fogo contra o pontífice na praça de São Pedro e em seguida fugissem para a embaixada búlgara, aproveitando-se do pânico que se geraria.

No dia marcado, sentaram-se na praça, enquanto esperavam a chegada do papa. Quando o papa passou, Agca disparou quatro vezes com uma pistola semiautomática Browning. Uma monja e várias testemunhas o impediram tanto de disparar mais vezes como de fugir. Foi imobilizado por Camillo Cibin, chefe da segurança do Vaticano. João Paulo II foi atingido pelos quatro projéteis disparados por Agca: dois se alojaram no intestino, outro no braço direito e o último na mão esquerda. Dois outros assistentes ficaram feridos. Çelik, presa de pânico, conseguiu escapar.

O papa foi levado ao Palácio Apostólico para um primeiro diagnóstico, já que a ferida não parecia séria. Uma vez medido o pulso e a pressão ficou evidente que estava em perigo. Apesar de a bala não ter atingido nem a aorta abdominal nem a artéria mesentérica, o papa perdera quase três quartos de sangue, passando a sofrer um choque hemorrágico.

Levado às pressas ao hospital, foi operado pelo Dr. Francesco Crucitti na Policlínica Universitária da Escola de Medicina da Universidade do Sagrado Coração. João Paulo II passou por quase 6 horas de uma cirurgia que exigiu transfusões e uma colostomia temporária. Vários meses depois, teve uma infecção de citomegalovirus, decorrente de uma transfusão cujo sangue, em virtude da urgência, não havia sido devidamente tratado.

Quando esteve com o papa na prisão de Rebibbia de Roma, Agca, um assassino profissional, lhe perguntou como conseguira sobreviver. O pontífice, que havia estado consciente até ser anestesiado, afirmou ter pressentido que sobreviveria, acreditando de coração na intercessão da Virgem Maria, Nossa Senhora de Fátima.

João Paulo II ficou enormemente agradecido ao Dr. Crucitti e ao restante de sua equipe médica, inclusive ao seu velho amigo e médico pessoal, o imunólogo polonês Dr. Gabriel Turowski, que foi à Itália para contribuir com sua experiência, sendo ele quem diagnosticou a infecção de CMV, e ao Dr. Renato Buzzoneti, médico oficial do Vaticano, que buscaria de novo os conselhos do Dr. Crucitti quando o papa desenvolveu um tumor benigno de cólon.

O papa chegou a interromper suas férias em Castel Gandolfo, em agosto de 1998, quando o Dr. Crucitti faleceu. Celebrou pessoalmente seus funerais e pronunciou a homilia, lembrando que o doutor havia tutelado vários cirurgiões proeminentes na Policlínica, um dos melhores hospitais da Itália.

Também nessa data:
1888 - Lei Áurea declara extinta a escravidão no Brasil
1940 - Winston Churchill vira primeiro-ministro do Reino Unido
1958 - Crise na Argélia inicia volta de De Gaulle ao poder na França
1976 - Edward Jenner inicia estudos da vacina contra varíola

(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

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Política e Economia

Elon Musk é processado por acionistas do Twitter

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Ação nos EUA acusa bilionário de fazer postagens em redes sociais com objetivo de manipular o mercado

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-05-27T18:56:00.000Z

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Acionistas do Twitter abriram um processo contra o empresário Elon Musk por manipulação de mercado, acusando o bilionário de agir para baixar o preço das ações da empresa de mídia social a fim de possivelmente negociar um desconto em sua oferta para comprar a companhia ou mesmo abandonar o negócio.

A ação, apresentada na quarta-feira (25/05), alega que o fundador das empresas Tesla e SpaceX fez uma série de declarações públicas destinadas a criar dúvidas sobre o acordo de compra do Twitter, o que vem provocando alvoroço na rede social há semanas.

O processo pede a um tribunal federal de São Francisco que apoie a validade do acordo de compra, no valor de 44 bilhões de dólares, e compense os acionistas por quaisquer danos.

O imbróglio

No fim de abril, o conselho de administração do Twitter aprovou a oferta pública de compra da empresa feita por Musk, que assumiria a companhia integralmente e fecharia seu capital. O Twitter é uma empresa aberta, com ações negociadas em bolsa, desde 2013.

O empresário, que é o homem mais rico do mundo, disse que pretendia pagar aos acionistas 54,20 dólares por ação – o equivalente a cerca de 44 bilhões de dólares.

Mas em 13 de maio, Musk anunciou que suspendeu temporariamente o acordo de compra, citando detalhes pendentes sobre a proporção de contas falsas na rede social.

"O acordo sobre o Twitter está temporariamente suspenso à espera de detalhes pendentes que respaldem o cálculo de que as contas spam/fake representam de fato menos de 5% dos usuários", escreveu o bilionário no próprio Twitter.

Após o anúncio, as ações da plataforma caíram mais de 17%, para 37,10 dólares, o nível mais baixo desde que Musk anunciou que pretendia comprar a rede social.

Dado Ruvic/REUTERS
Com preço das ações mais baixo, Musk poderia negociar um desconto em sua oferta para comprar a empresa ou mesmo abandonar o negócio

De acordo com o processo apresentado nesta semana, o tuíte de Musk dizendo que o negócio estava "temporariamente suspenso" ignora o fato de que não há nada no contrato de compra que permita que isso aconteça.

Além disso, Musk negociou a compra do Twitter no final de abril sem realizar a devida diligência esperada em tais meganegócios, afirma a ação, acrescentando que o contrato precisava apenas ser aprovado pelos acionistas e reguladores do Twitter e deveria ser fechado em 24 de outubro.

"Musk já sabia das contas falsas"

Sobre os motivos alegados por Musk para a suspensão, os acionistas argumentam que o bilionário estava ciente de que algumas contas do Twitter eram controladas por robôs, e não por pessoas reais, e até tuitou sobre isso antes de fazer sua oferta para comprar a empresa.

"Musk passou a fazer declarações, enviar tuítes e se envolver em condutas destinadas a criar dúvidas sobre o acordo e reduzir substancialmente as ações do Twitter", diz a denúncia.

Segundo a ação, o objetivo do empresário era ganhar vantagem para adquirir o Twitter a um preço muito mais baixo, ou desistir do acordo sem sofrer nenhuma penalidade.

"A manipulação de mercado de Musk funcionou – o Twitter perdeu 8 bilhões de dólares em avaliação desde que a compra foi anunciada", afirma o texto.

As ações do Twitter na quinta-feira fecharam ligeiramente em alta a 39,52 dólares, em um sinal de dúvida dos investidores de que a compra será consumada ao valor de 54,20 dólares por ação que Musk originalmente ofereceu.

"O desrespeito de Musk pelas leis de valores mobiliários demonstra como alguém pode ostentar a lei e o código tributário para construir sua riqueza às custas dos outros americanos", afirma a ação.

O Twitter disse em documentos regulatórios que está comprometido em concluir a aquisição sem demora no preço e nos termos acordados. Musk ainda não se pronunciou.

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