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Hoje na História

Hoje na História: 1492 – Apelidado de 'maçã do mundo', primeiro globo terrestre é construído

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Criado pelo cartógrafo e navegador Martin Behaim, exemplar original — o mais antigo do mundo — encontra-se em exibição até hoje em Nuremberg

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-06-20T13:10:35.000Z

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Em Nuremberg, em 20 de junho de 1492, ou seja, algumas semanas antes da descoberta do "Novo Mundo", o cartógrafo e navegador Martin Behaim conclui a construção do primeiro globo terrestre. Em colaboração com o pintor Georg Glockenthon, Behaim o construiu entre 1491 e 1493 quando da sua permanência em Nuremberg, denominando-o de “Erdapfel”, ou seja, “maçã do mundo”. O original está hoje em exibição no Germanisches Nationalmuseum de Nuremberg e é uma das obras de arte mais descritas da Europa.

O Globo de Behaim, também conhecido como Globo de Nuremberg, seguiu a ideia de um globo construído por volta de 1475 para o papa Sisto IV, porém melhorando a representação e incluindo meridianos e a linha do Equador. Este globo, de cerca de 50 centímetros de diâmetro, encontra-se conservado em sua cidade natal.

A rotundidade da Terra, posta em evidência dois mil anos antes, não era mais dúvida para ninguém. Entretanto, houve necessidade de mais meio século para compreender, a partir de Copérnico, que a Terra é que gira em torno do Sol e é só um planeta em meio a outros.

É certo que os sumerianos, devotados à astronomia e que viviam na Mesopotâmia 3 mil anos antes de Cristo, representavam a Terra como um disco chato pousado sobre um oceano sem limites.

Foi somente no século 5 a.C., ao tempo de Péricles, que filósofos gregos como Pitágoras e Parmênides começaram a representar a Terra sob a forma de uma esfera, cuja representação lhes parecia coerente com a curvatura do horizonte.

Por volta de 230 a.C., o astrônomo e matemático Erastótenes confirma brilhantemente a rotundidade da Terra e, ademais, mede sua circunferência com incrível precisão. 

Em um primeiro momento, atenta no solstício de verão o momento em que o Sol está em seu zênite e se refletia nas águas de um poço muito fundo na cidade de Syene, hoje Assuã, Egito, que ficava exatamente no limite da zona tropical e no mesmo meridiano de Alexandria. Mais tarde, no mesmo dia do ano e no mesmo momento mede em Alexandria, a mil quilômetros ao norte, a sombra projetada por uma vara na vertical.

Conhecendo a distância entre as duas cidades e desprezando a diferença de inclinação dos raios solares, deduz que nosso planeta tem uma circunferência de 250 mil estádios, ou seja, praticamente 40 mil quilômetros, medida muito próxima da atualmente admitida.

Wikimedia Commons
Também conhecido como Globo de Nuremberg, seguiu a ideia de um globo construído por volta de 1475 para o papa Sisto IV

A geografia de Claudio Ptolomeu, um grego de Alexandria, retoma as conclusões dos sábios que lhe antecederam. Graças a essa obra bem conhecida dos eruditos da Idade Média, a rotundidade da Terra iria ser ensinada nas universidades ocidentais a partir do século 13 e somente religiosos sectários ou ignorantes a negariam ou ignorariam.

Em 1410, o teólogo francês Pierre d'Ailly publica uma obra de cosmografia de grande difusão: Imago Mundi. Continuamente reeditada e enriquecida durante todo o século 15, sintetiza a visão medieval do mundo.

Segundo a Imago Mundi, as terras emergentes, todas reagrupadas na metade norte do globo terrestre, estão cercadas por um imenso rio, o “Mar Oceano”, salpicado de ilhas cada qual com uma singularidade, com habitantes como pigmeus, ciclopes, cinocéfalos — homens com cabeça de cão — antropófagos, etc. O equador marca o limite que é impossível ao homem ultrapassar.

À época de Cristóvão Colombo, os eruditos, navegantes e geógrafos conheciam tão bem a Imago Mundi quanto a geografia de Ptolomeu. Indagavam-se somente sobre a extensão do “Mar Oceano” que supostamente separava a Europa da Ásia.

Ptolomeu, em sua célebre Geografia, estabeleceu para a circunferência da Terra um valor claramente inferior ao de Eratóstenes, da ordem de 180 mil estádios ou 33 mil quilômetros.

Com base nisso, o astrônomo florentino Paolo Toscanelli produziu em 1468, para atender o rei de Portugal, uma carta que mostrava a Europa separada do Extremo Oriente por um oceano de somente 10 mil quilômetros de extensão, tendo em seu meio uma ilha mítica denominada Antilha. 

Esse mapa induziria Colombo a erro, subestimando drasticamente a distância que separava, a oeste, a Europa do Extremo Oriente. De todo modo, o navegador genovês ousaria empreender a viagem que o levaria a encontrar um Novo Mundo.


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(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

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Meio Ambiente

Indústria alemã em alerta devido a baixo nível do rio Reno

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Via fluvial, que vai dos Alpes Suíços ao Mar do Norte e é uma das mais trafegadas do mundo, apresenta recordes negativos de profundidade. Sobretudo os centros industriais da Alemanha dependem do Reno para transportes

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T16:25:00.000Z

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"É só uma questão de tempo até as fábricas do setor químico ou siderúrgico terem que fechar. Óleos minerais e materiais de construção não chegam a seu destino, e transportes de grande volume e pesados não podem mais ser realizados", relatou Holger Lösch, vice-diretor-gerente da Federação da Indústria Alemã (BDI).

À medida que partes da importante via fluvial alcançam recordes negativos no nível de água, as consequências podem ser gargalos de abastecimento, redução da produção ou fechamentos, implicando dispensa de pessoal. Remanejar o transporte de bens por caminhão ou trem pode resultar em outras dificuldades, devido às limitações da rede ferroviária e à escassez de motoristas.

"O período prolongado de seca e os baixos níveis d'água estão ameaçando a segurança do abastecimento para a indústria. A já tensa situação econômica das companhias está piorando", afirmou Lösch.

Na terça-feira (16/08), o nível do Reno num dos pontos de aferimento mais importantes, na cidade de Emmerich, perto da fronteira holandesa, havia caído quatro centímetros em apenas 24 horas. Segundo a Direção Geral para Vias Aquáticas e Navegação (GDWS) da Alemanha, a mínima anterior foi em outubro de 2018.

Christoph Reichwein/dpa/picture alliance
Barcaças ainda trafegam pelo Reno, mas com carga reduzida

Reno, via fluvial europeia vital

O rio Reno flui dos Alpes Suíços, atravessando os centros industriais da Alemanha, até o Mar do Norte, e é uma rota importante para produtos como cereais, carvão e substâncias químicas.

Ele forma uma conexão vital entre os produtores e os terminais de exportação globais nos portos do Mar do Norte como Roterdã e Amsterdã. Canais e outros rios o ligam ao rio Danúbio, também possibilitando transportes para o Mar Negro.

O Reno é uma artéria logística na Alemanha e uma das vias fluviais mais trafegadas do mundo, e o nível baixo da água já obriga as barcaças que o percorrem a adotarem uma capacidade de carga reduzida.

Normalmente a profundidade média do Reno durante o verão é de cerca de dois metros, mas no momento ele apresenta um metro em diversos pontos. Numa passagem estreita perto da cidade de Koblenz, no começo de agosto o nível era de apenas 56 centímetros.

Portanto, atualmente as embarcações só podem trafegar com carga parcial, o que eleva os preços dos produtos transportados. E se as águas não voltarem a subir, em breve elas não poderão mais transitar. No entanto, alívio pode já estar a caminho, pois a meteorologia anuncia queda de temperatura e chuvas para os próximos dias.

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