Escritor, historiador e filósofo inglês, Herbert George Wells morreu no dia 13 de agosto de 1946 em Londres. Conhecido por seus romances de ficção científica, Wells é considerado ao lado de Júlio Verne um dos precursores desse gênero. Devido ao fato, decidiu-se em 1970, em sua homenagem, chamar de H. G. Wells uma cratera lunar situada ao lado escuro da Lua.
Aos oito anos, Herbert sofreu um acidente que o deixou de cama com uma perna quebrada. Para passar o tempo, começou a ler livros da biblioteca local. Apaixonou-se pela leitura e passou a querer escrever.
Poucos anos depois, é seu pai quem sofre um acidente – o que levou Herbert e seus irmãos a empregar-se para poder ajudar a sustentar a casa. A experiência em uma loja de tecidos, foi refletida em novelas como The Wheels of Chance (1896) e Kipps: The Story of a Simple Soul (1905), cujo protagonista é aprendiz têxtil.
Aos 18 anos, ele obtém uma bolsa de estudos a fim de estudar biologia no Royal College of Science de Londres. Formou parte dos fundadores de The Science School Journal, uma revista em que expôs seus postulados em literatura e em temas sociais.
Herbert é considerado um dos precursores da ficção científica e suas primeiras obras tiveram já por tema a fantasia científica, descrições proféticas do triunfo da tecnologia e comentários sobre os horrores das guerras: A máquina do tempo (1895), seu primeiro romance, de êxito imediato, em que se entrelaçam a ciência, a aventura e a política (1897); A guerra dos mundos (1898); Os primeiros homens na Lua (1901). Vários deles deram origem a filmes.
Interessou-se igualmente pela realidade sociológica do momento, em especial pela das classes médias, defendendo os direitos dos marginalizados e lutando contra a hipocrisia imperante, como em Love and Mr. Lewisham (1900), Kipps, the Story of a Simple Soul (1905) e Mr. Polly (1910), romance em que descreve com fina ironia o fracasso das aspirações sociais de seus protagonistas.
Wikimedia Commons
Escritor, historiador e filósofo inglês, Herbert George Wells morreu no dia 13 de agosto de 1946 em Londres
A grande maioria de seus restantes livros podem ser classificados como romances sociais: Ana Verônica (1909) em que defende os direitos das mulheres; Tono Bungay (1909), um ataque ao capitalismo irresponsável; Mr. Britling vai ao fundo (1916), que descreve a reação do inglês médio ante a guerra. Depois da Primeira Guerra Mundial, escreveu a história da humanidade em 3 partes, Outline of History (1920), em colaboração com Julian Huxley.
Ao longo da vida, Wells se preocupou com a sobrevivência da sociedade contemporânea. Se bem que acreditasse na utopia em que as vastas e terríveis forças materiais postas à disposição do homem poderiam ser controladas pela razão e utilizadas para o progresso e a igualdades dos habitantes da Terra, pouco a pouco foi se tornando mais pessimista.
H.G. Wells foi sempre um esquerdista convicto. De fato, seu primeiro romance A máquina do tempo tratava fundamentalmente da luta de classes. Os Elois eram descendentes dos antigos capitalistas e os Morlocks, dos proletários, que acabam por dominar seus antigos opressores.
Convencido da necessidade de um sistema social mais justo, se uniria à Sociedade Fabiana, cujo objetivo era instaurar o socialismo de forma pacífica. Diferenças políticas acabaram por distanciá-lo da sociedade. Segundo os críticos, o estilo literário de Wells não está à altura dos temas que trata. Segundo o próprio Wells, “o que conta é o que se escreve e não como se escreve”.
Tinha também vocação de historiador. Publicou duas obras: Breve história do mundo e Esquema da história universal. Ambas começam com a criação da Terra, estendendo-se a primeira até a formação da Sociedade de Nações e a segunda, até a queda da Alemanha nazista.
Em 1997 foi incluído no Salão da Fama da Ficção Científica em caráter póstumo. Foi também, sem que isto supusesse contradição alguma com suas convicções pacifistas, pioneiro no desenvolvimento dos jogos de guerra, com seus trabalhos Floor Games (1911) e Little Wars (1913).
Também nesta data:
1863 – Morre Eugène Delacroix, um dos maiores mestres da pintura francesa
1912 – Morre Jules Massenet, ilustre compositor francês
1953 – Golpe no Irã depõe Mossadegh