Em 8 de outubro de 1992, morre na Alemanha o ex-chanceler Willy Brandt, muito ativo desde a juventude, quando fez campanha contra Adolf Hitler e o Partido Nazista, até os anos 1970, quando governou a Alemanha Ocidental e promoveu a Ostpolitik, política de aproximação com o Leste.
Brandt, nascido em Lübeck, em 1913, a exemplo de muitos jovens radicais na Alemanha da época, filiou-se ao Partido Social-Democrata mas era crítico sobre as lideranças. Em 1931, ajudou a formar o Partido Socialista dos Trabalhadores (SAP), uma organização de esquerda marxista.
Quando Hitler chegou ao poder, em 1933, os membros do SAP passaram a ser perseguidos e presos pelos nazistas. Brandt fugiu para a Noruega e, depois de concluir os estudos, passou a trabalhar como jornalista.
Em fevereiro de 1937, foi à Espanha para cobrir a Guerra Civil Espanhola. Instalou-se em Barcelona, onde estabeleceu vínculos estreitos com o POUM (Partido Operário de Unificação Marxista). Enquanto cobria a guerra, caía sobre ele a suspeita de ter se convertido ao comunismo, fato que percorreu grande parte de sua vida. Mais tarde, relembrou como os militantes do POUM eram perseguidos, arrastados às barras dos tribunais ou mesmo assassinados pelos stalinistas.
Depois da guerra, Brandt escreveu sobre os perigos que os socialistas corriam em cooperar com Stalin e a União Soviética. Com a invasão da Noruega pelo exército alemão em 1940, foi obrigado a se mudar para a Suécia. Durante toda a Segunda Guerra Mundial, apoiou o movimento de resistência alemão.
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Brandt retornou à Alemanha após a Guerra e em 1949 foi eleito para o Bundestag, parlamento alemão. Em 1957 Brandt tornou-se prefeito de Berlim Ocidental, estando no cargo na época em que foi construído o Muro de Berlim.
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Em 1969, Willy Brandt tornou-se chanceler da República Federal Alemã (Alemanha Ocidental)
Brandt tornou-se presidente do Partido Social-Democrata alemão (SPD) em 1964. Dois anos mais tarde, participou da coalizão governista liderada pelo chanceler Kurt Kiesinger. Como ministro das Relações Exteriores, Brandt desenvolveu a política conhecida como Ostpolitik – a reconciliação entre a Europa Ocidental e a Oriental.
Tratado
Em 1969, Willy Brandt tornou-se chanceler da República Federal Alemã (Alemanha Ocidental). Continuou com a Ostpolitik e, em 1970, negociou um acordo com a URSS, aceitando as fronteiras ocidental e oriental de Berlim. Mais tarde, naquele mesmo ano, assinou um pacto de não-agressão com a Polônia.
O chamado Tratado Básico entre as duas Alemanhas foi assinado em 1972. Segundo esse tratado, a República Federal da Alemã e a República Democrática Alemã (Oriental) se comprometiam a desenvolver relações normais com base na igualdade, na garantia da mútua integridade territorial bem como da fronteira comum, reconhecendo a soberania e a independência uma da outra. Como resultado da Ostpolitik, a Alemanha Ocidental trocou embaixadores com a União Soviética, a Polônia, a Tchecoslováquia, a Hungria e a Bulgária.
Em 1971, Brandt ganhou o Prêmio Nobel da Paz, mas viu-se forçado a renunciar em abril de 1974, após ter sido descoberto que seu assessor político imediato, Gunther Guillaume, era espião da Alemanha Oriental. Continuou ativo na política internacional e, entre 1977 e 1983, presidiu a Comissão Brandt de Desenvolvimento Econômico. Seu relatório “Norte-Sul: um programa para a sobrevivência” defendia que o hemisfério norte, rico, deveria ajudar os países pobres do sul.
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8/10/1871 – Incêndio de origem misteriosa causa destruição em Chicago
8/10/1802 – Inaugurado o serviço de bondes elétricos do Rio de Janeiro
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